OCTÁVIO PAZ 90
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O OPORTUNISMO DO EXOTISMO ORIENTAL
20/Novembro/1990
Depois que, oportunisticamente, o Prémio Nobel da Paz foi dado ao Dalai Lama, passou a ser de bom tom que os galardoados com o prémio da pólvora, se confessassem diletantes amadores das coisas orientais.
É um espectáculo, algo obsceno, ler que Octávio Paz, prémio Nobel da Literatura, se sente devedor ao Oriente que - confessou - foi «para ele uma descoberta fundamental». Até agora não sabíamos, mas a partir de agora o seu curriculum ficará adornado de joia tão rara.
As relações de snobismo ocidental com a cultura do Oriente, nomeadamente budista, não passam destes «flirts» ocasionais e superficiais, algo exibicionistas, com muito de snob e de novo-rico! Quando do que se trata, assumindo o budismo, é de fazer a rotura com toda a podridão da cultura ocidental. Aderir ao budismo é uma atitude radical. E qualquer fanático do Ocidente chamará a isso fanatismo, como chama fanatismo ao fundamentalismo islâmico, especialmente se este lhe dá na cara.
No fanatismo do rótulo, no fanatismo de todos os fanatismos, o Ocidente ganha todos os recordes, até porque está sempre pronto a ver fanatismo dos outros e nunca o seu próprio.
[Ver recorte in s.s. «anexos do computador»]
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O OPORTUNISMO DO EXOTISMO ORIENTAL
20/Novembro/1990
Depois que, oportunisticamente, o Prémio Nobel da Paz foi dado ao Dalai Lama, passou a ser de bom tom que os galardoados com o prémio da pólvora, se confessassem diletantes amadores das coisas orientais.
É um espectáculo, algo obsceno, ler que Octávio Paz, prémio Nobel da Literatura, se sente devedor ao Oriente que - confessou - foi «para ele uma descoberta fundamental». Até agora não sabíamos, mas a partir de agora o seu curriculum ficará adornado de joia tão rara.
As relações de snobismo ocidental com a cultura do Oriente, nomeadamente budista, não passam destes «flirts» ocasionais e superficiais, algo exibicionistas, com muito de snob e de novo-rico! Quando do que se trata, assumindo o budismo, é de fazer a rotura com toda a podridão da cultura ocidental. Aderir ao budismo é uma atitude radical. E qualquer fanático do Ocidente chamará a isso fanatismo, como chama fanatismo ao fundamentalismo islâmico, especialmente se este lhe dá na cara.
No fanatismo do rótulo, no fanatismo de todos os fanatismos, o Ocidente ganha todos os recordes, até porque está sempre pronto a ver fanatismo dos outros e nunca o seu próprio.
[Ver recorte in s.s. «anexos do computador»]
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