VACLAV HAVEL 1990
havel-2-notas de leitura
-Vaclav Havel
-INTERROGATÓRIO À DISTÂNCIA
-Ed. Inquérito
25/11/1990 - Obra autobiográfica, «Interrogatório à Distância» vale o que vale a vida e obra de Vaclav Havel, actual presidente da Checoslováquia e personalidade-chave na resistência ao totalitarismo estalinista.
É, com certeza, um livro apaixonante, pois através dele perpassa não só o caso individual de Vaclav Havel mas toda uma época e uma história que, decorrida na clandestinidade, dificilmente poderemos imaginar como foi. Vaclav Havel levanta uma ponta do véu e seguir os lances principais da sua vida já é calcurriar algumas das pistas para entender o absurdo de um sistema a que outro escritor chamou «gulag».
Mário Soares, muito a propósito, prefacia este relato de Havel, que, no chamado «grupo 36» e com a célebre «carta 77», foi sempre dizendo «não» ao escândalo do despotismo. Participa activamente nos acontecimentos que antecederam a intervenção das tropas do Pacto de Varsóvia em Praga, na primavera de 1968, mas só no início dos anos 80 se tornaria conhecido na Europa como «escritor dissidente».
É que também no Ocidente se pagava caro não aderir ao estalinismo reinante nas artes e nas letras. Várias vezes preso, entre 1970 e 1989, foi esse o período de maior criação literária. No livro narra, evidentemente, a experiência na prisão, justifica a recusa ao exílio, aborda o problema do suicídio e da religião, comenta o pessimismo e o desespero implícitos nas suas peças teatrais, divaga sobre escritores seus compatriotas como Kundera.
Que mais será preciso dizer para mostrar que este livro é leitura obrigatória de miúdos e graúdos? Com efeito, ele é dos que obrigatoriamente hão-de ser lidos, porque, curiosamente e com a perestroika a Leste, se torna cada vez mais urgente fazer a perestroika a ocidente, saber como se luta na clandestinidade, como se constitui um grupo dos 36, como se resiste contra as tropas de outros pactos de Varsóvia.
Vale dizer que na prisão, ao menos, Havel tinha tempo para escrever, resistir e dissidir (verbo formado da palavra dissidência).
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FALTA AGORA
A PARESTROIKA A OCIDENTE
-Vaclav Havel
-INTERROGATÓRIO À DISTÂNCIA
-Ed. Inquérito
25/11/1990 - Obra autobiográfica, «Interrogatório à Distância» vale o que vale a vida e obra de Vaclav Havel, actual presidente da Checoslováquia e personalidade-chave na resistência ao totalitarismo estalinista.
É, com certeza, um livro apaixonante, pois através dele perpassa não só o caso individual de Vaclav Havel mas toda uma época e uma história que, decorrida na clandestinidade, dificilmente poderemos imaginar como foi. Vaclav Havel levanta uma ponta do véu e seguir os lances principais da sua vida já é calcurriar algumas das pistas para entender o absurdo de um sistema a que outro escritor chamou «gulag».
Mário Soares, muito a propósito, prefacia este relato de Havel, que, no chamado «grupo 36» e com a célebre «carta 77», foi sempre dizendo «não» ao escândalo do despotismo. Participa activamente nos acontecimentos que antecederam a intervenção das tropas do Pacto de Varsóvia em Praga, na primavera de 1968, mas só no início dos anos 80 se tornaria conhecido na Europa como «escritor dissidente».
É que também no Ocidente se pagava caro não aderir ao estalinismo reinante nas artes e nas letras. Várias vezes preso, entre 1970 e 1989, foi esse o período de maior criação literária. No livro narra, evidentemente, a experiência na prisão, justifica a recusa ao exílio, aborda o problema do suicídio e da religião, comenta o pessimismo e o desespero implícitos nas suas peças teatrais, divaga sobre escritores seus compatriotas como Kundera.
Que mais será preciso dizer para mostrar que este livro é leitura obrigatória de miúdos e graúdos? Com efeito, ele é dos que obrigatoriamente hão-de ser lidos, porque, curiosamente e com a perestroika a Leste, se torna cada vez mais urgente fazer a perestroika a ocidente, saber como se luta na clandestinidade, como se constitui um grupo dos 36, como se resiste contra as tropas de outros pactos de Varsóvia.
Vale dizer que na prisão, ao menos, Havel tinha tempo para escrever, resistir e dissidir (verbo formado da palavra dissidência).
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