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Monday, December 05, 2005

J.L.P.RIBEIRO 1998

cruz-1>-autoterapia-roteiro de leituras e viagem na internet

TEORIAS DA VIDA TEORIAS PELA VIDA

ROTEIRO PARA O ESTUDANTE DE NATUROLOGIA

6/12/1998 - Sendo a história das teorias sobre a vida a mais desconhecida das histórias e sendo humanamente impossível, na história da saúde, abranger as centenas de capítulos que ela comporta, proponho-me, como contributo ao curso de Naturologia, rondar algumas dessas teorias e deixar um roteiro que, ano após ano, poderá ser desenvolvido com outros contributos de outros alunos deste curso.
Presumo que este possa ser um trabalho de fundo, até porque tem interfaces muito curiosos com algumas das cadeiras básicas do curso, para não dizer, indirectamente, com todas elas.

a) O mais evidente dos interfaces é com a cadeira de Biologia: constatando o estado de atomização a que chegou a Biologia e constatando os problemas metodológicos que essa cadeira hoje impõe a um curso de inspiração holística (que é o contrário da referida atomização), uma revisão das teorias científicas que à volta do radical «bio» se têm elaborado, poderá moderar, nessa cadeira, a tendência biocrática para reduzir o fenómeno vida a uma sua caricatura microscópica.

b) Há, depois, um outro interface também óbvio e que comecei por referir, que é com a cadeira de História da Saúde: a vastidão deste tema não permite que alguém o domine na sua totalidade. Um curso de Naturologia poderá realizar uma proveitosa síntese de aproximação holística, fazendo das teorias médicas e biológicas o seu núcleo de irradiação ou núcleo duro de estudo e pesquisa.

c) Com uma outra cadeira, a de epistemologia, o interface é igualmente claro e manifesto: é uma ocasião de pesquisar aquilo que a própria epistemologia tem descurado e praticamente ignorado. Consultando uma relativamente vasta bibliografia de epistemólogos, salta à vista essa lacuna: quase todos os livros e autores se debruçam sobre as ciências físicas e químicas, muito menos sobre as ciências matemáticas , ainda menos sobre ciências históricas e antropológicas, até chegar à quase total omissão das ciências biológicas.
Estatisticamente, a epistemologia esqueceu as ciências da vida.
Só por si, isto é um desafio à investigação naturológica, já que representa um episódio extremamente significativo da ideologia que lhe subjaz.

d) Inesperadamente, a Botânica, cadeira que não era suposto ter um interface tão claro e manifesto com estas preocupações de índole epistemológica e ecológica, é a que se revela com o melhor contributo a um panorama histórico e crítico das teorias biológicas.
Pelo menos, nos apontamentos coligidos pela professora Ana Eleonora Telhada, encontramos um longo, minucioso e precioso documento sobre o assunto. Embora limitado a um campo da biologia - a classificação biológica - esse estudo de Henrique Ribeiro, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, em edição da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, deve ser saudado como uma ajuda preciosa ao estudante de Naturologia, que precisa de um conspecto panorâmica dessas teorias como do pão para a boca.
São cerca de 15 páginas que virão dar a este roteiro um enorme incremento. Nele se citam nomes que são particularmente gratos à naturologia e que não era também suposto encontrarem-se num estudo de Botânica: Jean Piaget, Paul Ehrlich e Louis Von Bertalanffy, são alguns desses nomes «inesperados», nomeadamente o último que, embora fundador da Sistemática moderna, anda arredio e desconhecido de todos os cursos e faculdades.

e) Finalmente o interface menos evidente mas efectivo é com a ciência Psicológica.
Poderá constituir uma surpresa (surpreendente, digamos assim...) a leitura de um livro de psicologia clínica, como o de José Luís Pais Ribeiro, «Psicologia e Saúde», editado pelo ISPA (Instituto Superior de Psicologia Aplicada): o incauto, encontrará o que não julgaria nunca encontrar num estudo de nível universitário: a atenção ao global, ao ecológico, ao factor ambiental e, principalmente, à despistagem das condicionantes, versas e adversas, que determinam o comportamento e portanto a saúde ou a doença.

f) Ao falar de despistagem de factores, entramos em outra cadeira com a qual verificamos outro importante interface: a cadeira de Diagnóstico. De facto, o diagnóstico tradicional, quer em alopatia quer em naturopatia, terá que ser alargado até ao diagnóstico ambiental, ecológico ou ecodiagnóstico.
Coisa rara nunca vista, portanto, em livros e autores que são hoje correntes, quer em terapia médica quer em terapia naturopática.
Com uma única excepção: quem actualmente levou mais longe o diagnóstico a que aqui chamamos ecológico, foi Michio Kushi, nome que ainda não tem honras de figurar nas enciclopédias correntes e que talvez nem sequer esteja na Internet.

NAVEGAR É PRECISO

Este trabalho de «assemblage» que proponho, seria também um roteiro para viajar na Internet e saber se, nesse concentrado de informação, nessa enciclopédia de enciclopédias, alguns dos contributos mais importantes das novas medicinas lá figuram.
É evidente que as omissões têm um significado claramente ideológico: omitir de um banco de dados exaustivo, nomes como :
Michio Kushi
Wilhelm Reich
Josep Levy
é claramente uma prova do sectarismo ideológico que preside à tecnocrática e neutral Internet.
Ou seja, em matéria de informação armazenada na Internet, o problema deixou de ser a informação que há ou não há mas a informação selectiva que nos interessa ao nosso caminho : a naturologia holística e suas dificuldades de implantação, dada a guerra que lhe movem as «velhas tulipas.»
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