BATAILLE 1957
bataille-3-ol
BATAILLE 48 ANOS DEPOIS
30 de Novembro de 2013
30 de Novembro de 2005
http://www.popsubculture.com/pop/bio_project/georges_bataille.html
Chegado aqui, ao B de Bataille, de George Bataille, na ordem alfabética que estou seguindo, tenho que fazer uma confissão muito simples e óbvia.
Alguns dos autores mais importantes na minha vida herdei-os do livro «A Literatura e o Mal»,(1957) em tradução de António Borges Coelho para a editora Ulisseia onde fui revisor de provas tipográficas.
O que sei de Emily Bronte, de Baudelaire, de Michelet, de William Blake, de Sade, de Proust, de Kafka e de Genet, vem daí desses ensaios de George Bataille. Li alguns dos livros mas a maior parte foi porque li o Bataille.
Não é mau nem bom. É assim. Foi assim. E a verdade é que estou a tentar actualizar-me nos que ficaram por ler no meu caminho: é o caso de Proust, a que tenho de voltar sempre, é o caso de Michelet, é o caso de Jean Genet. Kafka, apesar de tudo, foi o que li mais e melhor, foi aquele de que me impregnei até à alma. Ocupa hoje uma fila inteira nas minhas estantes.
Mas também devo confessar que, lendo hoje outros textos de Georges Bataille, onde ele se mete com Engels, Marx e o malfadado Hegel, me senti defraudado. Parece-me outro Bataille completamente diferente do que, em 1957, li.
A relatividade de tudo e ainda bem.
Não me posso esquecer que ele, como director da revista Critique, também esteve sujeito à servidão do conjuntural que eu tão bem conheço. E na época os esquerdismos (a que se chamavam engagements)estavam na berra e nem os surrealistas mais prevenidos lhes escaparam.
É o tempo que passa e o pouco que fica do tempo que passa.
1. Bataille ainda na minha Biblioteca do Gato:
Georges Bataille – A Literatura e o Mal . Ed. Ulisseia, Lisboa, 1957 – Trd. António Borges Coelho –
Georges Bataille – O Erotismo – Ed. Moraes, Lisboa, 1968 – Trad. de João Bénard da Costa -
Georges Bataille – Obras Escogidas – Ed. Barral, Barcelona, 1974 – Trad. Joaquin Jordá
Georges Bataille – A Parte Maldita – Ed. Imago, Rio de Janeiro, 1975
2. Texto da contra capa de «A Literatura e o Mal»:
GEORGES BATAILLE (1897-1962), com a sua obra pessoalíssima e original e como director da revista Critique, onde publicou todos os ensaios que constituem este volume, contribuiu largamente para modificar o clima da vida intelectual francesa nos últimos vinte anos.
A recente reedição em França de «A Literatura e o Mal» foi considerada, pela crítica, como um verdadeiro acontecimento cultural. «A releitura deste livro de Georges Bataille» — afirma Alain Jouffroy — «obriga a situarmo-nos na perspectiva tumultuosa em que, a seguir à última guerra, os homens se encontraram comprometidos pelas contradições de um «existencialismo» militante — Les Temps modernes, Sartre, Qu'est-ce que la littérature? — , de um «comunismo» estalinista (seguido em França por Kanapa e outros), e de um surrealismo, em que Breton, regressado do exílio americano, voltava a mostrar a possibilidade a abertura fascinantes». De Baudelaire a Jean Genet, passando por Sade, Proust, Kafka, Michelet, Emily Brontë e Blake, o autor deste livro estuda a obra de oito escritores universais que sempre testemunharam que «a literatura ou é essencial ou não vale nada». Georges Bataille analisa com penetração e lucidez a noção do mal na literatura, revelando em muitos aspectos a originalidade das suas ideias sobre os sinais característicos da obra literária dos escritores escolhidos.
3. Files do gato relacionados:
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♥♥♥
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