R. GARAUDY 92
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PARA A PERESTROIKA DO CAPITALISMO
15/2/1992 - Vamos perdoar às futurologias ingénuas que queriam um crescimento acelerado de tal forma absurdo que nem sequer os mais megalómanos dos governos o puseram em prática?
O sonho de construir duas centrais nucleares por dia, por exemplo -- citado neste texto de Garaudy (1)- foi insistentemente defendido ao longo de duas décadas como necessário para manter o ritmo de crescimento que se supunha necessário à total felicidade dos povos...
O que eu acho urgente, hoje, não é só que se pintem as vantagens da perestroika na URSS e se cantem as derrocadas do comunismo. O que é urgente, hoje, é considerar todos os que, pela acção e pela prática, na URSS, nos EUA, na França, na Alemanha, no Japão, meteram, a pretexto de desenvolvimento e com promessas de infinito progresso, a humanidade neste beco que se chama «modelo de desenvolvimento económico».
Porque não foi o comunismo que ruiu ou que levou a URSS à derrocada: mas o modelo de desenvolvimento ou de crescimento , preconizado quer a Leste quer a Oeste.
Deu raia primeiro no Leste porque o capitalismo tem mecanismos de embuste e defesa que lhe permitem mascarar a crise das crises por mais tempo. Inclusive, adiá-la com guerras (a do Golfo foi a última em data, mas não será a derradeira). Mas também no Ocidente acabará por dar raia.
A questão ecológica de fundo sempre foi essa e só essa. São as baleias simpáticas e as campanhas dos Green Peace, são os biodegradáveis e os não biodegradáveis, são as hormonas na carne, é a Iatrogénese, e a Biocracia. A questão ecológica de fundo são todas essas questões ecológicas particulares mas é fundamentalmente a questão de todas as questões: o modelo de desenvolvimento que continua a imperar sem alternativa. E que conduzirá o Ocidente militarizado, industrializado, nuclearizado, ao Pantanal em que está a ex-URSS. E não falha.
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(1) Roger Garaudy, «O Projecto Esperança», pgs 9-11, Publicações Dom Quixote, Lisboa
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PARA A PERESTROIKA DO CAPITALISMO
15/2/1992 - Vamos perdoar às futurologias ingénuas que queriam um crescimento acelerado de tal forma absurdo que nem sequer os mais megalómanos dos governos o puseram em prática?
O sonho de construir duas centrais nucleares por dia, por exemplo -- citado neste texto de Garaudy (1)- foi insistentemente defendido ao longo de duas décadas como necessário para manter o ritmo de crescimento que se supunha necessário à total felicidade dos povos...
O que eu acho urgente, hoje, não é só que se pintem as vantagens da perestroika na URSS e se cantem as derrocadas do comunismo. O que é urgente, hoje, é considerar todos os que, pela acção e pela prática, na URSS, nos EUA, na França, na Alemanha, no Japão, meteram, a pretexto de desenvolvimento e com promessas de infinito progresso, a humanidade neste beco que se chama «modelo de desenvolvimento económico».
Porque não foi o comunismo que ruiu ou que levou a URSS à derrocada: mas o modelo de desenvolvimento ou de crescimento , preconizado quer a Leste quer a Oeste.
Deu raia primeiro no Leste porque o capitalismo tem mecanismos de embuste e defesa que lhe permitem mascarar a crise das crises por mais tempo. Inclusive, adiá-la com guerras (a do Golfo foi a última em data, mas não será a derradeira). Mas também no Ocidente acabará por dar raia.
A questão ecológica de fundo sempre foi essa e só essa. São as baleias simpáticas e as campanhas dos Green Peace, são os biodegradáveis e os não biodegradáveis, são as hormonas na carne, é a Iatrogénese, e a Biocracia. A questão ecológica de fundo são todas essas questões ecológicas particulares mas é fundamentalmente a questão de todas as questões: o modelo de desenvolvimento que continua a imperar sem alternativa. E que conduzirá o Ocidente militarizado, industrializado, nuclearizado, ao Pantanal em que está a ex-URSS. E não falha.
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(1) Roger Garaudy, «O Projecto Esperança», pgs 9-11, Publicações Dom Quixote, Lisboa
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