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Wednesday, August 02, 2006

M. ELIADE 1993

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(*) [10/6/1995, enquanto lia Mircea Eliade]

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Lisboa, 2/8/1993

Exercício de emergência com Mircea Eliade - REGIÕES ENERGÉTICAS NO MAPA DO COSMOS

1 - À luz da Hipótese Vibratória, a história das religiões tem uma leitura radicalmente diferente daquela que tem sido feita até agora, por todos os exegetas, incluindo o maior de todos, Mircea Eliade. Ele fornece todos os dados conhecidos mas sem os interpretar à luz da hipótese vibratória e isso revela-se redutor. Para ele, como para todos os que fizeram a história dos símbolos e mitos, estes constituem «fruto da imaginação», mais ou menos delirante, mais ou menos ingénua, de egípcios, babilónicos, caldeus, sumérios, mesopotâmicos, aztecas, hebreus, mazdeístas, and so on. À luz da Hipótese Vibratória, os mitos deixam de ser «fruto da imaginação» humana para serem descrições (aliás belas) de uma realidade, invisível mas realidade de facto, que eles - os povos citados -, ao contrário de nós, conheciam. São verdadeiros relatórios do invisível, os símbolos e mitos, as metáforas e alegorias, os sonhos e lendas. Mitos e mitologias são uma história de factos, simplesmente esses factos pertencem ao mundo do Invisível. E é por isso que Mircea Eliade, no seu maravilhoso ensaio «O Mito do Eterno Retorno», fala daqueles povos que traçaram do Cosmos um mapa tão completo como nós hoje temos uma Mapa da Terra. A história de lendas, mitos, símbolos, quando um dia, muito brevemente, for relida à luz da Hipótese Vibratória, revelará esse mapa luminoso, assinalando grandes e pequenos lagos, baías, cabos, ilhas, arquipélagos, países, regiões, penínsulas, caminhos, províncias do Céu estrelado. Estradas de Santiago e Estrelas Polares já são topónimos desse Mapa do Céu. Pouco tem a ver este mapa com o Mapa do Cosmos (aliás belíssimo) que hoje se desenha e publica para o público amante das viagens interespaciais. Este «Cosmos» dos Carl Sagan, de facto, nada tem a ver com o Céu que nos descrevem as grandes tradições do Sagrado. Mas desde já e, pelo contrário, um esboço muito aproximado desse mapa do Céu são os diagramas da hierarquia cósmica (Céu, Terra, Inferno como refere Mircea Eliade) que os livros de Etienne Guillé tão belamente nos fornecem. Tal como escreve Mircea Eliade, «segundo as crenças dos mesopotâmicos, o Tigre tem o seu modelo na estrela Anunite e o Eufrates na estrela da Andorinha. Um texto sumério refere o «lugar das formas dos deuses», onde se encontram «os deuses dos rebanhos e dos cereais». Também para os povos altaicos as montanhas têm um protótipo ideal no Céu. Os nomes dos lugares e «nomes» (antiga divisão egípcia) eram atribuídos de acordo com os «campos» celestes: primeiro conheciam-se os «campos celestes», que depois eram identificados na geografia terrestre.» Para traduzir esta abstracata realidade - a que deixámos de ter acesso directo, como se não nos dissesse respeito - o historiador Mircea Eliade utiliza nomes que são termos-chave da lógica terrestre quando quer entender e ler os fenómenos regidos pela lógica celeste: «protótipo», «arquétipo», «modelo», «holos», «áreas», «regiões» mas principalmente «campos», a palavra de interface que faz a transição do concreto para o energético: campos de força, campos magnéticos, campos quânticos, etc. Interfaces do Sagrado/Profano são também palavras como «Cosmogonia», «Hierofania», «Teofania», «Teogonia», etc.
Há, de facto, uma diferença radical no modo de ler a história das religiões, antes e depois da Hipótese Vibratória. À luz desta, as crenças arcaicas não são manifestações de primitivismo mas a linguagem perfeita para traduzir um conhecimento de factos (fenómenos) que, por invisíveis, nos escapam mas que esses povos arcaicos conheciam. E vai daí? «O Mito do Eterno Retorno», que tem dado a volta à cabeça de filósofos como Nietzsche e Sant'anna Dionísio, surge como um facto real quase banalizado, se atentarmos no diagrama ou mapa celeste das eras zodiacais. De facto e à escala de 48 milhões de anos - um ano cósmico... - a criação é circular. Voltamos ao mesmo ponto, todos os 48 milhões de anos, tal como voltamos ao mesmo ponto todos os solstícios e equinócios, tal como voltamos ao mesmo ponto todas as manhãs...
PS: Ainda a propósito do ensaio de Mircea Eliade: as ficções, no sentido de invenções de coisas que nunca existiram, são de facto uma criação do Romanesco moderno, tempo e mundo de fantasmas, histórias de fantasmas para seres humanos-fantasma, quer dizer, desligados da sua existência cósmica. O Romanesco como ficção é um fenómeno moderno, recente, pequenino e vai desaparecer como tudo o que engorda o Poder e o Poder manipula.
Cabo, 3/8/1993
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Listas A a Z - Léxico-chave para testar - LÉXICO DE INICIAÇÃO

In «Iniciaciones Místicas», de Mircea Eliade, Ed. Taurus

Antepassados
Caos
Cosmos
Iniciação
Morte iniciática
Nascimento iniciático
Pensamento arcaico
Provas de passagem
Ritos
Sobrehumano
Sobrenatural
Sociedades primitivas
Sociedades tradicionais
Tempos (Começo dos)
Tábua-rasa
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Diagrama a Diagrama - INICIAÇÃO E LIMPESA DE MEMÓRIAS(*)

Tendo a sociedade moderna perdido a prática da iniciação - se é que alguma vez a teve -, prática que se mantém incólume em algumas sociedades ditas primitivas ou tradicionais, poderão estas sociedades servir-nos de modelo?
Se a iniciação, nas sociedades primitivas ou tradicionais, é uma prática que visa integrar o neófito na sua memória colectiva ancestral, dir-se-á que cada povo, ao individualizar-se, tem de fazer a sua iniciação com base nos seus deuses tutelares, nos seus antepassados.
Mas se o homem moderno, concretamente o europeu, e mais concretamente ainda o português, perdeu - arrancou - os seus deuses tutelares como quem arranca as raízes, a que deuses irá recorrer se quiser fazer a iniciação segundo Etienne Guillé?

Há 3 aspectos a considerar (Diagrama Nº 21):
1 - Num primeiro tempo, procurará as raízes mais próximas - no espaço e no tempo - hebraicas, egípcias, célticas
2 - Procurará, num segundo tempo, as raízes (ou memórias) mais longínquas - mesopotâmicas, atlantes, Mu
3 - Num terceiro tempo, se virmos o diagrama das memórias(Diagrama nº 21) mas especialmente os diagramas da cassete hebraica (Diagramas nº 23, 24) compreenderemos que há um grande trabalho de limpesa a fazer a nível das nossas memórias.
É que nem tudo, nessas memórias, é «bom», como uma certa concepção romântica do inconsciente colectivo nos pode levar a crer: nunca poderemos esquecer que em cada «cassete molecular» (assim as designa Etienne) de cada civilização (de cujas memórias estamos impregnados) há 6 energias positivas e 6 energias negativas.
Não esquecer que, segundo Etienne Guillé, a iniciação se chama Psicostasia ( retirada do chamado «Livro dos Mortos dos Antigos Egípcios» que, segundo Etienne, deve antes ser traduzido por «Livro da Abertura para a Luz do Dia») ou stress positivo ou OUCI. E de que as nossas mais próximas raízes, provavelmente, serão celtas, e só depois hebraicas e só depois egípcias (Ver Diagrama Nº 21).
Por isso, no seu seminário de 14/15 de Abril de 1995, Patrice Kerviel escolheu para tema de estudo a demanda do Graal segundo a versão mais autêntica que se conhece da «lenda». E a intenção era fazer-nos mergulhar no inconsciente colectivo - o céltico - que nos está mais próximo no espaço e no tempo.
Ao estabelecer o conceito de stress positivo - e ao compará-lo à Psicostasia dos egípcios (Ver Diagrama Nº 1) - , e ao assimilar esse stress positivo com a fase Solve do movimento alquímico (logo da alma, logo da ADN da célula) - (Ver Diagramas alquímicos) - Etienne deu uma dimensão humana e existencial ao mítico processo de «prova de passagem» que são as iniciações segundo um certo folclore literário e antropológico que delas desenham um quadro irreal e fantástico, desligado dos humanos horrores.
A iniciação enquanto stress positivo é (dificilmente) democratizada e a «morte iniciática» (Psicostasia, ver Diagrama Nº 1) torna-se um facto quotidiano.
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(*) [10/6/1995, enquanto lia Mircea Eliade ]
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