H. LEFÈBVRE
3072 BYTES eu-esq-7>
2 MANUSCRITOS AC DE 1971
Lisboa, 7/5/1971 - (será este texto mesmo de 1971 ou uma repescagem tardia? ele serve, claro, de texto aberto para reteclar um dia, ele serve de base a MEMÓRIAS AC mas também tem interfaces com) :
- # - Diário da resistência
- # - Memórias do Gulag português
- # - Intuições AC
- # - As teses malditas de AC
1 - Nesta imensa solidão intelectual que é Portugal, tentei algumas vezes, a pretexto de entrevistas, escutar alguns intelectuais que me pareciam mais responsáveis e que, por isso, deviam ter, a meu ver, opinião sobre a civilização, as doenças da civilização e a civilização como doença. Quase todos e a quase todas as perguntas se furtaram, enquanto as classificavam, na maior parte, de «preconceitos» meus. Não interessa nomear, apontar quem foi. Limito-me a deixar arquivadas as perguntas que poderão porventura vir a servir, no futuro, em tempos mais felizes e propícios, a outros entrevistadores que queiram saber dos entrevistados «para onde vai a civilização do lixo».
[ intuições ac - as minhas teses malditas - ]
2 - Lisboa, 26/12/1970 - Quando o mais medíocre dos homens - que eu, sem falsas modéstias, sei ser - se sente, em certos instantes, obrigado ao papel de profeta, tenho de concluir que o nosso tempo é de facto um tempo de arrasadora mediocridade e de medíocres. (cf. «Le Manifeste Différencialiste», de Henri Lefèbvre). Quando as pessoas, televisionadas até aos ossos, não querem ver as evidências que se metem pelos olhos da cara, quando os absurdos se repetem nos mais pequenos pormenores quotidianos, que fazer? Que pensar? Que sou eu o doido, ou eles? Que fui eu e perder a razão, ou que todos eles a perderam? É triste que, com tanta gente universitária de volta, a guerra para reabilitar alguns lugares-comuns, algumas evidências, algumas coisas mais do que óbvias, seja esta guerra que aqui se trava, quotidiana e contrariadamente. Com tal gente, não se progride nada, estagna a espiral da evolução [??]. Que fazer?
***
2 MANUSCRITOS AC DE 1971
Lisboa, 7/5/1971 - (será este texto mesmo de 1971 ou uma repescagem tardia? ele serve, claro, de texto aberto para reteclar um dia, ele serve de base a MEMÓRIAS AC mas também tem interfaces com) :
- # - Diário da resistência
- # - Memórias do Gulag português
- # - Intuições AC
- # - As teses malditas de AC
1 - Nesta imensa solidão intelectual que é Portugal, tentei algumas vezes, a pretexto de entrevistas, escutar alguns intelectuais que me pareciam mais responsáveis e que, por isso, deviam ter, a meu ver, opinião sobre a civilização, as doenças da civilização e a civilização como doença. Quase todos e a quase todas as perguntas se furtaram, enquanto as classificavam, na maior parte, de «preconceitos» meus. Não interessa nomear, apontar quem foi. Limito-me a deixar arquivadas as perguntas que poderão porventura vir a servir, no futuro, em tempos mais felizes e propícios, a outros entrevistadores que queiram saber dos entrevistados «para onde vai a civilização do lixo».
[ intuições ac - as minhas teses malditas - ]
2 - Lisboa, 26/12/1970 - Quando o mais medíocre dos homens - que eu, sem falsas modéstias, sei ser - se sente, em certos instantes, obrigado ao papel de profeta, tenho de concluir que o nosso tempo é de facto um tempo de arrasadora mediocridade e de medíocres. (cf. «Le Manifeste Différencialiste», de Henri Lefèbvre). Quando as pessoas, televisionadas até aos ossos, não querem ver as evidências que se metem pelos olhos da cara, quando os absurdos se repetem nos mais pequenos pormenores quotidianos, que fazer? Que pensar? Que sou eu o doido, ou eles? Que fui eu e perder a razão, ou que todos eles a perderam? É triste que, com tanta gente universitária de volta, a guerra para reabilitar alguns lugares-comuns, algumas evidências, algumas coisas mais do que óbvias, seja esta guerra que aqui se trava, quotidiana e contrariadamente. Com tal gente, não se progride nada, estagna a espiral da evolução [??]. Que fazer?
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