E.MORIN 92
morin-1-ls= leituras selectas - solta ou em secção «releituras do acaso» - suplemento «largo» - 1452 caracteres - correspondências mágicas - caminhos do maravilhoso
[3-2-1992] - Na sua obra «O Homem e a Morte», página 102 da edição em língua castelhana, Edgar Morin considera que a velha máxima ocultista «o «macrocosmos reproduz o microcosmos» é imediatamente mágica», isto é, «está intimamente ligada à vontade do microcosmos de identificar-se com o macrocosmos ou de se apropriar dele, imitando-o ou ordenando-o».
Edgar Morin cita depois S. Anthony para definir magia: «comportamento que implica que as coisas ocorrem tal como foram pensadas, desejadas ou imitadas.»
As tecnologias apropriadas (TA's) poderão ter algo de mágico, nesta acepção, mas a áurea mitológica desaparece dessas técnicas, que se mostram afinal de um pretenso rigor experimental e científico.
Tornar «mágicos» os poderes do homem é o convite das tecnologias humanas apropriadas, sem que esse objectivo de poderio seja necessariamente deliberado. Para não ser violência nem violento, o poder só pode acontecer em simultâneo com a sabedoria, que se traduzirá por inocência ou candura na nomenclatura original (radical, de raiz).
Daqui resulta a noção de oculto inerente ao poder verdadeiramente demiúrgico do homem possesso da sua ligação com Deus!
O pensamento contraditório ou paradoxal, a que os livros chamam analógico ou sincrónico, é, por isso, o único instrumento capaz de acompanhar o desafio do fantástico.
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O SÁBIO É O INOCENTE
PENSAMENTO ANALÓGICO PARA PENSAR O IMPENSÁVEL
[3-2-1992] - Na sua obra «O Homem e a Morte», página 102 da edição em língua castelhana, Edgar Morin considera que a velha máxima ocultista «o «macrocosmos reproduz o microcosmos» é imediatamente mágica», isto é, «está intimamente ligada à vontade do microcosmos de identificar-se com o macrocosmos ou de se apropriar dele, imitando-o ou ordenando-o».
Edgar Morin cita depois S. Anthony para definir magia: «comportamento que implica que as coisas ocorrem tal como foram pensadas, desejadas ou imitadas.»
As tecnologias apropriadas (TA's) poderão ter algo de mágico, nesta acepção, mas a áurea mitológica desaparece dessas técnicas, que se mostram afinal de um pretenso rigor experimental e científico.
Tornar «mágicos» os poderes do homem é o convite das tecnologias humanas apropriadas, sem que esse objectivo de poderio seja necessariamente deliberado. Para não ser violência nem violento, o poder só pode acontecer em simultâneo com a sabedoria, que se traduzirá por inocência ou candura na nomenclatura original (radical, de raiz).
Daqui resulta a noção de oculto inerente ao poder verdadeiramente demiúrgico do homem possesso da sua ligação com Deus!
O pensamento contraditório ou paradoxal, a que os livros chamam analógico ou sincrónico, é, por isso, o único instrumento capaz de acompanhar o desafio do fantástico.
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