U. ECO 90
90-12-16-ls>=leituras do afonso-umberto>
16-12-1990
-UMBERTO ECO
-O SUPER HOMEM DAS MASSAS
-ED. DIFEL
Os fãs de Umberto Eco, ora romancista ora ensaísta, ora nem uma coisa nem outra mas apenas o que ele é sempre - professor universitário - , não têm de que se queixar. Sucedem-se as traduções das suas obras para português, evidenciando a bagagem verdadeiramente excepcional que este investigador conseguiu armazenar nos megabytes do seu computador. No caso do estudo agora publicado pela Difel, Umberto Eco examina até à exaustão o mito do herói e do super-homem na literatura, analisando autores tão dispares como o teórico marxista Gramsci, o romancista de capa e espada Alexandre Dumas ou o moralista, populista e reformador Eugène Sue. Completamente a despropósito são as referências ao Nietszche de Zaratustra, sobre quem corria a lenda de um super-homem, totalmente desconhecido do malogrado filósofo. Mas Umberto Eco é capaz de tudo e este seu livro, se de facto assenta baterias para desmontar o mito do super-herói, talvez acabe por ser apenas interessante como ponto de vista discutível de um erudito assumido e arrogante sobre a chamada «literatura de cordel», a tal que desempenhou, quando não havia televisão, o papel social da actual telenovela. Alongando-se na paráfrase sobre «Os Mistérios de Paris», menos páginas irá dedicar a outros fenómenos de literatura de massas como são Ian Fleming (e seu James Bond), Pitigrilli («o homem que fez corar a mamã» diz ele), William Beckford (criador de Vathek), Luigi Natoli, além dos já citados Dumas e Eugène Sue.
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16-12-1990
-UMBERTO ECO
-O SUPER HOMEM DAS MASSAS
-ED. DIFEL
Os fãs de Umberto Eco, ora romancista ora ensaísta, ora nem uma coisa nem outra mas apenas o que ele é sempre - professor universitário - , não têm de que se queixar. Sucedem-se as traduções das suas obras para português, evidenciando a bagagem verdadeiramente excepcional que este investigador conseguiu armazenar nos megabytes do seu computador. No caso do estudo agora publicado pela Difel, Umberto Eco examina até à exaustão o mito do herói e do super-homem na literatura, analisando autores tão dispares como o teórico marxista Gramsci, o romancista de capa e espada Alexandre Dumas ou o moralista, populista e reformador Eugène Sue. Completamente a despropósito são as referências ao Nietszche de Zaratustra, sobre quem corria a lenda de um super-homem, totalmente desconhecido do malogrado filósofo. Mas Umberto Eco é capaz de tudo e este seu livro, se de facto assenta baterias para desmontar o mito do super-herói, talvez acabe por ser apenas interessante como ponto de vista discutível de um erudito assumido e arrogante sobre a chamada «literatura de cordel», a tal que desempenhou, quando não havia televisão, o papel social da actual telenovela. Alongando-se na paráfrase sobre «Os Mistérios de Paris», menos páginas irá dedicar a outros fenómenos de literatura de massas como são Ian Fleming (e seu James Bond), Pitigrilli («o homem que fez corar a mamã» diz ele), William Beckford (criador de Vathek), Luigi Natoli, além dos já citados Dumas e Eugène Sue.
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