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Saturday, November 06, 2010

O MEU AMIGO ARAÚJO FERREIRA



1-5-
24-11-1998

AS 7 MEDICINAS ALQUÍMICAS: DOIS PRECURSORES PORTUGUESES

 CONTRIBUTO DE ARAÚJO FERREIRA

Num livro que publicou, em 1975, escrito à máquina e copiografado, o saudoso Araújo Ferreira indicou uma pista de pesquisa que este roteiro se honra de apontar e seguir.
Num trabalho chamado «Energia Cósmica», Araújo Ferreira apresenta um conjunto de temas que a ciência académica ainda não assimilou nem assimilará tão cedo. Ou não assimilará nunca.
Imagine-se o que palavras como as que se seguem pode suscitar nas prevenidas cabeças dos especialistas, que vêem sempre o mundo com o olho de trás:
Ondas cósmicas
Pirâmide de Keops
Radiestesia
Ondas de forma
Casas assombradas
Zonas de cancro
Circuitos oscilantes
Amuletos
Fetiches
Oscilações
Vibrações
Energia biológica
Ondas biológicas
Vibrações biológicas

Para se aventurar a escrever sobre temas tão «estranhos», Araújo Ferreira socorre-se de alguns nomes franceses: René Barthélemy, Marcel Violet, Ménétrier, Gabriel Bertrand, Léon Vannier e, claro, do incontornável génio que foi George Lachovsky.
Tem este texto um handicap insanável: está orientado no sentido de fazer a propaganda, na revista «Viver», que ele então dirigia, de um aparelho, o «Bio-Dynamics», criado pelo eng. francês Marcel Violet e que era suposto dever entrar no mercado português ao preço de 3.750$00.
Mas se havia um óbvio interesse comercial no assunto, a verdade é o que o tema da bionergia fascinava Araújo Ferreira como fascina qualquer espírito que navegue nas águas da Naturologia e queira ir além da vulgaridade positivista da ciência académica oficial.
Aliás, esse apelo da bionergia vinha do cultivo que Araújo Ferreira fez da Acupunctura.
Ele quis traduzir em termos ocidentais a sabedoria da bioenergética chinesa. Só que, para a ciência ocidental, há dificuldades insuperáveis para conseguir estabelecer uma Bioenergética. E são elas:
- o intrínseco e crasso materialismo de toda a ciência e de toda a sociedade ocidental
- a divisão e subdivisão das ciências que tornam não só impossível como herética qualquer tentativa de síntese holística ( síntese que é a própria definição de Bionergética)
- os preconceitos positivistas da ciência académica continuam a barrar qualquer caminho de abertura, no sentido quer macrocósmico quer microcósmico (ADN molecular)
- A ausência de uma cosmobiologia ocidental, enquanto a bioenergética chinesa se abebera numa fonte que tem mais de 10 mil anos de existência...

O MATERIALISMO OCIDENTAL

Aliás, a própria concepção do «Bio-Dynamics» - aparelho com que se pretendia «vitalizar» os alimentos e água de beber - já é, em si mesmo, resultado das limitações materialistas da ciência ordinária: a corrente eléctrica e os aparelhos que a utilizam, são uma parte - magnética e electromagnética - de todo o potencial vibratório e energético do ser humano.
Araújo Ferreira foi dos primeiros a utilizar acupunctura eléctrica e laser no seu consultório mas também foi dos primeiros a fazer algumas críticas a essa «limitação materialista» que contrariava o espírito e a natureza da medicina tradicional chinesa.
Quando Araújo Ferreira e Marcel Violet falam de bioenergia, estão a falar de energia electromagnética ou corpo físico. E o corpo físico é um dos 7 corpos energéticos que, segundo Rudolfo Steiner, constituem o potencial vibratório do ser humano.
Os aparelhos eléctricos (todos os aparelhos utilizados em medicina alopática e naturopática) limitam e aprisionam o potencial vibratório do ser humano nesse primeiro corpo físico, separando-o dos outros e mutilando assim o ser humano potencialmente composto de corpo, alma e espírito.
É como precursor da moderna cura alquímica ou iniciática que devemos apreciar Araújo Ferreira e não como aquele que se aproveita da obra feita.

DA BIOQUÍMICA À ALQUIMIA DA VIDA

Mesmo como produto comercial, não está provado que o «Bio-Dynamics» não tivesse todas as virtudes proclamadas de «vitalizar» água e alimentos...
Na descrição dos metais, iões e eléctrodos que intervêm no aparelho, Araújo Ferreira acerta em cheio e as suas informações continuarão a ter pertinácia para uma ciência médica que queira abrir-se à actividade electromagnética da célula e que da bioquímica possa dar finalmente o salto para a alquimia da vida.
O cobre - diz ele - é o mais importante dos metais catalíticos, com um papel insubstituível na formação da clorofila (plantas) e da hemoglobina do sangue.
O magnésio influi sobre o tónus geral, consolida o esqueleto e regula o metabolismo do cálcio.
Níquel e zinco são reguladores do sistema nervoso.
Silício actua nos tecidos conjuntivos e cicatriciais, pâncreas, baço, fígado, suprarenais, problemas cardio-vasculares, cancro, arterioesclerose.
Ouro e prata são antisépticos e em casos de doença bacteriana ou virótica.
Vanádio age sobre a mineralização dos ossos e dentes.
Cobalto age sobre o artritismo, a circulação, a anemia perniciosa e lesões neurológicas.
Dos metais por ele citados, três são metais alquímicos: Cobre, Ouro e Prata. Faltou-lhe só citar Mercúrio, Ferro, Chumbo e Estanho para que ficasse completo o plantel dos 7 metais alquímicos.
Talvez se considerem simplistas os termos em que Araújo Ferreira fala dos elementos catalíticos.
Talvez: mas esses pressupostos levaram às 7 correntes mais importantes da medicina moderna:
- Medicina do Terreno
- Medicina Ortomolecular (Linus Pauling)
- Medicina antroposófica (Rudolfo Steiner)
- Oligoterapia (Ménetrier)
- Gnose Vibratória e Alquimia da Vida (Etienne Guillé)
- Medicina metabólica
- Alquimia alimentar (Michio Kushi)
Se a medicina, quer alopática quer naturopática, ainda não leva a sério estes dados, o problema é da medicina (doente crónica incurável) e dos doentes tratados por ela.

AS 7 MEDICINAS ALQUÍMICAS

Em todas elas são protagonistas os iões metálicos, de que a Bioquímica fala acidentalmente...
O menosprezo por estas 7 terapias deve-se, afinal, a uma razão meramente comercial: toda a terapia que for radicalmente eficaz como são essas sete terapias de terreno, tende a desaparecer de cena porque não alimenta o negócio da doença que é o negócio dos hospitais, das vacinas, das farmácias, das escolas de medicina, enfim, a engrenagem da doença a que, paradoxal e pateticamente, se continua a chamar saúde.
Quer em Alopatia quer em Naturopatia, as técnicas que recuperam a saúde serão sempre minimizadas ou marginalizadas. Tudo o que diminuir o número de doentes e a dependência dos doentes, quer em relação à Alopatia, quer em relação à Naturopatia, será menosprezado e esquecido por uma e por outra .
O princípio da «água vitalizada» comercializada por Marcel Violet e apresentada por Araújo Ferreira, é simples mas lógico e eficaz. Provavelmente iria diminuir drasticamente o número de doentes nos consultórios...

Não é abuso verbal nem metáfora que a energia cósmica seja chamada para um processo onde apenas parece haver reacções químicas.
Como o trabalho de Rudolfo Steiner (no livro «Fisiologia Oculta») e a Gnose Vibratória ou Alquimia da Vida de Étienne Guillé mostraram e demonstraram, estamos em plena era da alquimia médica, em plena era da cura iniciática, por mais atrasos de vida que se interponham no caminho entre macro e microcosmos.
O desastre das actuais medicinas deve-se, precisamente, a que doutrinas erradas se tornaram rentáveis e lucrativas para o sistema médico-farmacêutico. E só o que produz doentes é, obviamente, lucrativo e não o que drasticamente as diminui.
Quando for possível desapertar este nó que estrangula as duas medicinas - alopática e naturopática - talvez o doente seja libertado da escravidão que continua a suportar e a pagar do seu bolso, pensando que é a segurança social que paga.

ECOLOGIA HUMANA E ALIMENTAR

Pista que desafia a pesquisa é a «água das trovoadas». Diz A. Ferreira:
«Em algumas regiões do mundo é normal o aproveitamento pelos camponeses da água das trovoadas. Esta água fertiliza e acelera o crescimento dos vegetais. Diversas observações confirmam (que) a existência de radiações cósmicas absorvidas pela água.»
Ao chamar a atenção para os factores adversos do ambiente externo que «desvitalizam» água e alimentos, A. Ferreira fornece mais uma pista que não tem sido, nem de longe nem de perto, assimiladas pelas duas medicinas, Quer alopática quer naturopática: a Ecologia Alimentar, capítulo da Ecologia Humana, que se saiba não é ainda dada nas escolas médicas.
A. Ferreira aponta:
- Frigorificação de alimentos
- Água canalizada com cloro
- Água engarrafada em matéria plástica
- Fibras sintéticas na roupa
- Agricultura química
- Empobrecimento dos alimentos em sais minerais e vitaminas
Não aponta, claro, o que veio posteriormente a 1975 e que são as modas alimentares mais recentes:
- Microondas
- Hamburgers
- Congelados
Segundo A. Ferreira, a desvirtuação começa na alimentação infantil:
- Água fervida e, portanto, desvitalizada
- Alimentos cozidos, pasteurizados ou conservados e/ou em embalagens metálicas
Para uma lista mais completa, ele poderia ter acrescentado outros factores que se têm acumulado no ambiente e, portanto, na água de beber e nos alimentos :
- Pesticidas
- Hormonas
- Antibióticos
- Metais pesados
- Adubos
- Aditivos alimentares
- Alimentos refinados
- Conserva
- Metil mercúrio

O SER HUMANO É O MELHOR APARELHO

Daria certamente muita satisfação ao Araújo Ferreira saber que, pela Gnose Vibratória (Etienne Guillé) é possível ao ser humano constituir-se em aparelho biodinamizador de tudo o que toque: seres vivos, água e alimentos.
Para quem conheça a Gnose Vibratória, é fácil transferir de um metal (ou de uma cor) a respectiva carga vibratória e transmiti-la a uma água, alimento ou ser vivo que precise, assim, de ser «dinamizado».
Porque - nunca esqueçamos aquilo que todos parecem esquecer - temos eléctrodos, iões e actividade eléctrica nos nossos 600 biliões de células. Somos, portanto, o aparelho mais perfeito jamais inventado.
Lá se ia o negócio do Bio-Dynamics» por água abaixo, o que - estamos certos - não incomodaria minimamente o Araújo Ferreira, mais interessado no ser humano do que nos negócios.

CONTRIBUTO PRECURSOR: DA OLIGOTERAPIA À MEDICINA ALQUÍMICA

Ao chegar à página 63 da obra que estamos citando, Araújo Ferreira deveria revelar finalmente o que verdadeiramente lhe importa.
Não é vender o produto mas chamar a atenção para uma figura de que foi um dos primeiros a pressentir a importância : Georges Lakhovsky «um dos primeiros - conforme sublinha - a pôr em evidência as relações entre radiações cósmicas e fenómenos vitais.»
Igualmente antológico e precursor das medicinas «alquímicas» como a oligoterapia, é o texto de Araújo Ferreira que apresentamos em Anexo Nº_____ deste trabalho.
Passando em revista os nomes de Gabriel Bertrand, Ménétrier e Léon Vannier, deixa um resumo da matéria médica verdadeiramente precioso num curso de Naturologia.
Para um aluno do 1º ano desta escola, que só no 2º ou 3º irá poder familiarizar-se com matérias tão importantes em naturologia como são as terapias alquímicas e vibratórias, é muito conveniente que estas sínteses holísticas lhe comecem, como bússola, a indicar o caminho.
Para que o 1º ano não seja um calvário de ciências particulares de onde a vida e o ser humano se encontram totalmente ausentes.
Sendo a Oligoterapia (em Anexo Nº___) uma etapa decisiva na medicina metabólica, na medicina do terreno e na medicina ortomolecular, não podemos no entanto esquecer que ela é apenas um antecedente das duas medicinas alquímicas modernas :
- A Antroposofia
- A Gnose Vibratória■

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AUTOBIOGRAFIA DE KARL POPPER


1-2-93-07-23-ls- leituras do afonso - sábado, 12 de Abril de 2003-novo word - popper3-1 - exercício de emergência com karl popper – notas de leitura

UM COCKTAIL DE EQUÍVOCOS E A FILOSOFIA CIENTÍFICA

Lisboa, 23/7/1993 - Num derradeiro esforço das minhas capacidades máximas de leitura, verifico que o discurso de Karl Popper será sempre para mim impenetrável. A minha inteligência não chega lá, porque a minha sensibilidade não coincide com a dele.
Mas além da minha incapacidade reconhecida de leitor, há ainda uma outra questão: estamos em mundos (universos) diferentes, tão diferentes que nenhum de nós poderia estar no outro. Ele, filósofo, tem o estatuto de filósofo científico que lhe dá o direito à vida. Eu, por oposição, não tenho estatuto nenhum e, como tal, não tenho o direito de estar vivo. O meu mundo, ou nunca existiu, ou nunca existirá. Sou de facto um equívoco e como equívoco sobrevivo.
De Nietzsche, por exemplo, arrumado equivocamente na história da filosofia, sinto-me em companhia e no mesmo mundo, sensação inexplicável mas provavelmente também um equívoco. Sinto-me grato ao destino de nunca ter ido para Filosofia, de nunca ter ido para nada. Se me tivesse matriculado em Filosofia, imagino o sofrimento: não é a minha linguagem, não é o meu Oxigénio, não é a minha galáxia.
Ainda bem que, embora equivocamente seduzido pela Filosofia - onde julguei navegar com os equívocos criados pelos ensaios de António Sérgio - nunca me meti pela filosofia académica com estatuto. Teria sido uma prisão bem mais dura do que a cela onde agonizo - o tal mundo onde habito e que, de todo, à face da filosofia científica, não existe nem pode existir.
Ler esta «Autobiografia Intelectual» de Karl Popper (edição Cultrix, 1976) é uma operação de masoquismo e autoflagelação. Equivocamente, ele está na estante onde guardo o que resta dos meus iniciados (autores) de estimação, exemplos para a minha própria iniciação. A qual iniciação - disso tenho a certeza - não passa nunca pela Filosofia, nem por Popper, nem por N. Bohr, nem por Einstein, nem por outros pensadores judeus tão ilustres. Mundo onde nunca, nunca, nunca poderia entrar.
E possivelmente a sociedade onde a custo sobrevivo (náufrago de mil poluições) está a sofrer importantes influxos desse e de outros filósofos, pois segundo ouço dizer ao assessor Carlos Espada, os filósofos influenciam o tecido social. Se for assim, eu devo ter alguns centímetros de pele popperianos, platonianos outros, kantianos outros ainda. O que nunca poderia era lê-los. Ou se os lesse, logo os vomitaria. É fisiológico. Como, curiosamente, estou vomitando esta almôndega para mim incomestível, que se chama «Autobiografia Intelectual».
Por mero masoquismo. Inveja e medo entram neste cocktail de equívocos. Tal como quando entro na Livraria Bucholz (que festejou ontem 50 anos), sinto medo, vergonha, inveja quando ando neste texto de Popper. Como se pode ser tão inteligente, meu Deus! A alta ciência sempre me deixou assim insignificante : quase que sinto o dedo da mão gigantesca esmagar-me, quase ouço o «click» da pulga esborrachada. É o outro mundo a que pertenço, mas não sei onde fica, ando perdido neste, onde não posso entrar ou entro a medo e com receio de ser, como pulga, detectado e higienicamente esmagado!
Se chamavam filósofos aos da Alquimia, pergunto-me quem usurpou a palavra: se eles, se ela. Porque nada há de comum entre os filósofos da Obra e os da História da Filosofia escrita por universitários para universitários (em circuito fechado). É que não há hipótese destes mundos se encontrarem. Ou porque se encontram em espaços diferentes, ou porque se encontram em diferentes tempos.
Mas são estes da filosofia científica que hoje monopolizaram o nome de Filósofos e se encontram colados ao Poder Político, serão portanto os outros que deverão ficar calados, no silêncio onde estão há milhares de anos se preservam dos olhares profanos.
Mesmo quando há incursões no seu mundo calado, de tagarelas como Umberto Eco, Hawking, Prigogine, Fritjof Capra, temíveis tartufos que querem fazer o aggiornamento das duas galáxias a milhões de anos-luz de distância uma da outra. O surto recente destes tartufos é, para mim, ainda mais incompreensível do que os puros cientistas da pura ciência filosófica que definitivamente meteram na arca das antiqualhas a Alquimia dos filósofos e ingenuidades afins. Os (rotulados) existencialistas tentaram fugir à ditadura, mas acho que foram bastante mal sucedidos - navegando na terra de ninguém entre as duas galáxias - sem pátria, um pouco como eu à procura de abrigo, pois as estrelas, só as estrelas, por mais que se diga, são um ambiente inóspito, ainda que menos violento do que entrar na Livraria Bucholz para rezar. E dar de caras com o Eduardo Prado Coelho, seguro de si, das suas teorias, das suas leituras, dos seus sintagmas, dos seus livros, das suas bibliografias, da sua bagagem cultural, do seu ar de génio mundialmente reconhecido.