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Saturday, August 05, 2006

HENRY THOREAU 1982

1-3 - thoreau-1-ls-quarta-feira, 1 de Janeiro de 2003-scan

UM CASO DE VIDA OU DE MORTE (*)

[«Crónica do Planeta Terra», «A Capital», 7-8-1982]

A crise ecológica, pondo em risco de sobrevivência todos os ecossistemas, subverte o critério de prioridades até hoje dominante. Por maiores e mais complicados que fossem os problemas, tudo se podia remeter para um futuro infinito.
A grande mudança que a crise ecológica veio impor à escala das prioridades é que transformou esse futuro infinito num futuro limitado, finito e a muito curto prazo. A hipótese de fim surgiu com uma nitidez e um grau de probabilidade que nunca tivera, por mais que se diga ser cíclico na história o «síndroma do apocalipse».
Face à iminência de uma destruição global do planeta Terra - que só os néscios ainda se atrevem a pôr em dúvida - todas as questões se tornam académicas, soam a oco. Falar em filosofia, em cultura, em estética, em desporto, em economia, em política a um condenado à morte é, no mínimo, de mau gosto.
É esta situação-limite ou situação polar que obriga a inverter todas as prioridades, tornando a questão ecológica a primeira prioridade. O facto de uma boa parte dos políticos, economistas, intelectuais não o terem ainda percebido ou não sentirem coragem para manifestar que já o perceberam, não altera um milímetro à situação de facto, à situação objectiva.
Ainda que por medo, vergonha ou pudor não queiram reconhecer a «síndroma do apocalipse» como um facto - talvez com receio que os rotulem de alarmistas... - nada impede que eles, como nós todos, já tenham a casa a arder e a água pelos joelhos...
A crise ecológica não deixa de existir - dando à humanidade um prazo de poucas horas para tomar juízo e "inverter a marcha" -, a Terra não deixa de se encontrar à beira do abismo só porque as elites intelectuais, narcotizadas de ideologia, ainda não deram por nada.
Aliás, a mesma alegre indiferença se verifica entre os que já conseguiram neutralizar o «alarme ecológico» e fazer dele uma questão meramente académica: ecólogos, ambientalistas e engenheiros da poluição conseguiram, de facto, transformar um caso de vida ou de morte numa ciência mais, em mais uma disciplina, numa outra tarefa da sua rotina de funcionários do sistema.

O «SIMPLES» E O «PEQUENO» JÁ VENCERAM

O apelo de Henry Thoreau, no princípio do século XIX - «Simplifiquem, simplifiquem»!, conjugado com um outro de E.F. Schumacher, já na década de 1970 -«Small is beautiful» - traduz o que constitui e maior heresia criadora do ecologismo em Junho de 1982
Quando o sistema atinge o auge do gigantismo e da complicabilidade , lançar o pequeno e o simples como palavra de ordem é, de facto, o grande desafio para a mudança radical e para a subversão.
Desmantelar o sistema é impossível. Mas é possível, por métodos não violentos, constituir unidades de produção que se orientem pelo simples e pelo pequeno. É possível, lado a lado com os sistemas gigantescos, agir e resolver problemas com «tecnologias intermédias» apropriadas.
O caso das tecnologias alimentares e terapêuticas pode ser dado como exemplar.
De facto, o sistema médico-farmacêutico cerca-nos por todos os lados, ataca em todas as frentes. Com tentáculos poderosos no aparelho de Estado, ele determina a obrigatoriedade das vacinas. Accionado pelas multinacionais farmacêuticas, ele recorre à propaganda perpétua e intensiva. Fazendo depender totalmente o doente da engrenagem hospitalar, deixa-o completamente entregue à vontade deste.
Se há sistema que nos envolve totalitariamente, o sistema médico é com certeza o mais perfeita e absolutamente totalitário.
No entanto, foi possível criar um sector alternativo. E frente aos milhões de livros, aos milhares de especialistas, às centenas de universidades e escolas que proclamam o monopólio da ciência médica, o simples e o pequeno das práticas terapêuticas de autocura, nomeadamente através da medicina yin-yang, é hoje um facto.
A menos que uma tirania política mergulhe de novo o país no silêncio dos cemitérios, ninguém já poderá esmagar este movimento alternativo que advoga o simples e o pequeno para curar a gente. E que cura mesmo.
Aliás, o mesmo sucede ao movimento cooperativo, criando um sector alternativo, guiado pelo simples e pelo pequeno, ao lado do gigantismo e da complicação que a macroeconomia pretende apresentar como única solução possível.

O DESENVOLVIMENTO DO SUBDESENVOLVIMENTO

O que foi durante séculos a dialéctica do terror à escala planetária - o desenvolvimento do Norte feito à custa do subdesenvolvimento do Sul - verifica-se, a pouco e pouco, a todos os níveis - nacional, regional e local - onde quer que o mesmo modelo de desenvolvimento foi chegando.
Josué de Castro foi dos primeiros a «levantar a lebre», ao lembrar que o subdesenvolvimento é apenas a outra face do desenvolvimento.
A pouco e pouco foi-se vendo isso, mesmo que muitos ainda neguem a evidência, continuando a entoar a ladainha do miserabilismo.
E hoje é possível traçar um quadro ou balanço dos resultados obtidos com o chamado desenvolvimento. Em toda a parte se repete o esquema ou pecado original: o desenvolvimento do subdesenvolvimento.
Exemplo flagrante é o das tensões e pretensões mundiais no campo das pescas, embora se pretenda desviar para motivos colaterais a verdadeira essência ecológica do problema dos «recursos pesqueiros»
A sobrepesca das potências com frotas mais poderosas é um facto, mas é também um desses factores colaterais. Facto fundamental - e não colateral - é que a diminuição dos «stocks» desce vertiginosamente devido ao biocídio praticado nos oceanos, lagos e rios pelas actividades do imperialismo industrial, o tal desenvolvimento.
Que a outra face do crescimento industrial é a fome e não a prosperidade, prova-o o défice cada vez maior de produtos pescados nos oceanos, em geral, e nas costas portuguesas, em particular, como os vários incidentes com pesqueiros constantemente têm provado nos últimos anos.
Todos os dias, entretanto, nas lotas dos portos mais fartos de pesca, Matosinhos, Peniche, Olhão, camiões frigoríficos recebem toneladas de peixe fresco que transportam rumo à Europa, nomeadamente à Itália, que consegue assim abastecer os seus hotéis de luxo com o peixe que já não consegue tirar das águas podres do seu Adriático.
«Não há falta de peixe» - continuam a dizer os entendidos. «O peixe está cada vez mais caro» - dizem os desentendidos, sem ligar o efeito à causa. Ignorando que esta sociedade aumenta constantemente os preços sem dizer nunca que é o produto que cada vez mais rareia.

MISÉRIA OU POLUIÇÃO: «SLOGAN» ANACRÓNICO SÓ PARA USO DOS POBRES

Os mais graves problemas ecológicos são os do subdesenvolvimento. Mas não é um desenvolvimento à maneira ocidental que irá solucioná-los.
É o Terceiro Mundo que está à beira da catástrofe e não os países industrializados como a R. F. A. Mas à beira da catástrofe ecológica, sem ter passado pela industrialização.
Assim, com este facto, se inverte o «slogan» mais falso e mais propagado desde 1972 nos meios da política ambiental.
Dez anos após a Conferência de Estocolmo, a tese lançada por esta primeira grande reunião da O.N.U. sobre meio ambiente virou do avesso -sofreu uma total reviravolta.
Não é o crescimento industrial que produz os mais graves desequilíbrios ecológicos - mas o subdesenvolvimento crónico, a colonização e neocolonização dos povos, a dependência energética, a explosão demográfica originada pela fome e miséria endémicas. A Conferência de Estocolmo, no fundo, quis lançar o crescimento industrial como panaceia para as misérias do subdesenvolvimento, mas estabelecendo uma irredutível oposição: poluição ou miséria.
Países, como a R.F.A., compreenderam, entretanto, que nem a poluição nem a miséria eram inevitáveis e que havia um terceiro termo, o da sociedade pós-industrial.
Em menos de 10 anos, pois, uma sociedade anteriormente poluída consegue controlar e condicionar essa poluição.
E conclui que não é esse o problema básico: básico é o fenómeno de exploração que os países ricos exercem sobre os pobres e é dessa exploração que, em países como Portugal, derivam os mais graves cancros que atacam o Ambiente Humano, a chamada «qualidade de vida».
Na entrevista que nos concedeu - publicada no jornal «Portugal Hoje» (17 - 2 -1982), René Dumont confirmou que, será no «Terceiro Mundo que o futuro ecológico do planeta se decidirá.»
Não se trata, pois, de repetir no Terceiro Mundo o mesmo modelo de desenvolvimento, mas de encontrar as soluções ecológicas para as desorganizadas economias destes países que os ricos levaram séculos a pilhar, a sugar e a explorar.
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(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado, com este título, na «Crónica do Planeta Terra», «A Capital», 7-8-1982.
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F. CAPRA 1990

1-3-capra> - livros na mão - notas de leitura

UMA HERESIA COM VINTE ANOS - A DANÇA CÓSMICA DE FRITJOF CAPRA(*)

5/8/1990 [7-8-1990, in «A Capital» ] - Há livros tão carregados de energia e consequências, que estabelecem à sua volta, após a fase de pânico, uma espécie de vácuo protector, de silêncio tácito, única forma que o sistema de referências e valores tem de se defender contra o implacável desafio que lhe é proposto e que o abala desde os alicerces.
«O Tao da Física», publicado em Londres, em 1975, pelo físico atómico Fritjof Capra - e que a editora Presença teve agora, vinte anos depois, a coragem de lançar em tradução portuguesa - , é um desses livros raros que só pode esperar dos poderes constituídos, nomeadamente da respeitável instituição científica, o vazio do silêncio, o silêncio do vazio (como diria um discípulo de Lao Tsé).
No entanto, cada página, cada parágrafo de «O Tao da Física»(*) - subintitulado «uma exploração dos paralelos entre a física moderna e o misticismo oriental » - suscita questões de tal maneira decisivas, importantes e vertiginosas para o futuro do sistema (que vive de ir matando os ecossistemas) e do próprio planeta Terra, com toda a carga humana a bordo, que se esperaria um debate constante, nos grandes «media», em torno deste explosivo concentrado de teses «revolucionárias», de questões de «alta voltagem energética»
O sistema leva um certo tempo a digerir o que o contesta - é certo - mas, num caso destes, vinte anos decorridos não será tempo demais para hesitarem ainda em dar o prémio Nobel ao físico atómico Fritjof Capra, exorcismando-o assim de todos os malefícios? Seria o suficiente para o neutralizar, darem-lhe uma cátedra na Universidade de Berkeley? Não será uma distracção muito perigosa para o poder científico - que inclui a microfísica no topo das suas glórias, e respectivas bombas termonucleares daí advenientes - não ter ainda conseguido calar este herege, recuperar este filósofo maldito, neutralizar este investigador suspeito de grave heresia, calar, pura e simplesmente calar este autor do diálogo entre a física do Tao e o Tao da física?...
Não serei eu, neste modesto espaço de jornal, a poder quebrar tamanha conspiração de silêncio, e muito menos a poder esgotar o inesgotável manancial de ideias que constitui o livro-manifesto de Capra. Tanto mais que ele, entretanto, já acrescentou, ao seu currículo, outro livro-manifesto, talvez ainda mais explosivo do que este - «Le Temps du Changement», na edição francesa da Rocher(1983) (**) - no qual analisa aquilo a que chama a abordagem «holística» da realidade, indo, neste caso, buscar a palavra «holística» à tradição hermética da Astrologia ... Pior a emenda que o soneto, como se vê.
Um sistema ideológico como o ocidental, tão homogéneo e totalitário na sua inquebrantável tirania, que leva vinte anos a digerir uma tese destas - o paralelismo óbvio entre ciência de ponta e o erradamente chamado «misticismo» oriental (hinduísmo, budismo, pensamento chinês, taoismo e zen, ocupam, em exaustivas descrições, toda a segunda parte da obra) - coloca-se definitivamente em causa, pelo menos quanto à sua capacidade digestiva e metabólica. Por muito duro e redondo que seja o «pedregulho» dado a comer pelo rebelde filósofo inglês, a verdade é que a truculenta instituição científica sempre revelou, para estas coisas, um estupendo estômago, mostrando que tem sabido recuperar quase tudo aquilo que a contesta. Quando não pode calar, compra. E quando não pode comprar, manda perseguir, até que o autor seja «calado»(enjaulado num «gulag» psiquiátrico, por exemplo). Os poucos investigadores que escaparam a esta lei da «linchagem» - como é o caso, por exemplo, de Ivan Illich, que continua a constituir a maior carga subversiva que alguma vez o sistema teve de suportar - , vivem como autores de livros uma existência larvar, na semi-clandestinidade.
Capra parece-me gozar desse estatuto privilegiado: a seu respeito continua a manter-se um «muro de silêncio», muro que só a sua outra qualidade, de especialista na área da microfísica nuclear, impede que seja tão espesso e intransponível.
«O Tao da Física» está aí, em tradução portuguesa, (bastante correcta, diga-se de passagem, nos pontos nevrálgicos), sujeito a todas as contingências do marketing editorial, que tanto promove como derruba, conforme a «conjuntura. Aí está «O Tao da Física», silenciado mas capaz das mil leituras e das mil discussões que os espíritos livres dos investigadores independentes (se é que ainda os há) teriam o maior gozo, prazer e empenho em realizar. O resto não é com Capra. É pura e simplesmente connosco e com o nosso senso mínimo da dignidade intelectual.

CLARIDADE CARTESIANA

De uma claridade cartesiana, o discurso de Fritjof Capra ilustra racionalmente a realidade. Mas não conclui que todo o real é racional e que todo o racional é real, como fizeram hegelianos e neo-hegelianos das últimas fornadas na filosofia ocidental. Capra aceitou o desafio daquilo a que chama, de forma um tanto abusiva e simplista, as «místicas» orientais, e postula zonas do real que se espraiam, como um oceano de ritmos, para lá das praias amenas que a ciência estuda, para lá das baias limitativas e simplórias do racionalismo cartesiano, do idealismo hegeliano e «tutti quanti». Quer o Zen quer o Tao, são exactamente o contrário da mística e da metafísica, e mesmo o seu melhor e único antídoto.
No prefácio da primeira edição, o autor confessa, de forma quase lírica, como a intuição dessa realidade profunda (que é uma profunda unidade de todas as coisas, feita de relações mais do que de conteúdos) o apanhou, numa tarde Verão, à beira-mar, e o tocou, sem alterar as suas convicções de físico atómico, antes as confirmando e ampliando: «Sendo um físico - escreve Capra - eu sabia que areia, rochas, águas e ar que me rodeavam são feitas de moléculas e átomos vibrantes (...) Tudo isto me era familiar pela minha investigação na física das altas energias, mas até ali só tinha sentido isso através de gráficos, diagramas e teorias matemáticas. Sentado na praia, as minhas anteriores experiências vivificavam-se: «vi» cascatas de energia descendo de um espaço externo, onde as partículas eram criadas e destruídas ritmicamente; «vi» os átomos dos elementos e os do meu corpo participando nesta dança cósmica de energia; «senti» o meu ritmo e ouvi o seu som, e nesse momento soube que era a Dança de Shiva, o Senhor dos Dançarinos adorado pelos hindus.»
Definida assim, pelo próprio autor - em palavras que mais ninguém podia subscrever, porque a «experiência interior» é pessoal e intransmissível - a intuição central de Capra tem, como se calcula, incalculáveis consequências para ele( apanhado em um daqueles momentos-limite existenciais que decidem de uma vida inteira) mas também para a ciência que cultiva e para o sistema cultural a que deve obediência. Um verdadeiro drama. A estes momentos únicos de hecatombe interior há quem chame momentos de «iluminação».
Neste sentido, Capra é um autor sincero, pois bem podia ter ficado calado, continuando a jogar conforme as regras do jogo estabelecido, em vem de obedecer às motivações profundas da sua consciência moral, abalada nos alicerces. Só assim se poderá compreender que ele ousasse desafiar, com teses heréticas e extremamente perigosas para a sua segurança pessoal, o sistema, permanecendo assalariado do próprio sistema: o mundo organizado, pré-programado e totalitário da instituição científica.

INSTITUIÇÃO IMPERTURBÁVEL

Mas a instituição parece não ter ainda percebido o enorme serviço que Capra lhe prestou com esta sua «ousadia». É que, feitas as contas, medindo os prós e os contras, não se sabe quem mais beneficiou deste súbito «aggiornamento»: se a ciência ocidental (à beira do descrédito pelas desastrosas consequências ecológicas já hoje indisfarçáveis), nomeadamente na sua especialidade de ponta, a microfísica nuclear, -se a sabedoria oriental, que nunca oscilou um milímetro, ao longo de mais de sete milénios. Limitou-se a ser ignorada dos filósofos socráticos e pós socráticos, o que só a prestigia e em nada a afecta. Antes, com Heraclito e Parménides, o próprio Capra não deixa de identificar as inúmeras afinidades entre estes pensadores ditos pré-socráticos, e a dialéctica do taoísmo, essencialmente movimento.
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(*) «O Tao da Física», Fritjof Capra, Ed. Presença
(**) «Le Temps du Changement», Fritfoj Capra, Editions du Rocher, Monaco, 1983
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(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no jornal «A Capital», em «Livros na Mão», série do autor, a 7 de Agosto de 1990
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W. KELLER 1993

93-08-06-DN> - keller -1> tese de noologia - leituras mágicas - adn> da psicologia à noologia – diário de um aprendiz – leituras em noologia

EXERCÍCIO DE EMERGÊNCIA COM WERNER KELLER - POTENCIAL DE PODERES (PARA)PSÍQUICOS É FACULDADE DE TODOS OS SERES HUMANOS

+ 4 PONTOS

Lisboa, 6/8/1993-10/8/1993 - Os melhores livros da chamada Parapsicologia, como o de Werner Keller («La Parapsychologie ouvre le futur») caem num equívoco fatal: referir listas quase intermináveis de casos e experiências esporádicas, «excepcionais» (que alegadamente «provam» os excepcionais poderes da «mente» humana!...) deixando subentendido e como ponto assente a ideia de que esses casos - de sortilégio e maravilha - são casos únicos de pessoas únicas em momentos únicos. Num certo sentido, os poderes ditos «psi» - vidência, telepatia, premonição, telequinese, etc -correspondendo à lei da ressonância vibratória, acontecem no momento, no lugar e no estado em que podem e têm de acontecer. Mas, em certo sentido - pergunta-se - não deveriam hoje, em 1993, ser excepções históricas, olhadas com a nostalgia de quem olha paraísos perdidos, mas como faculdades inerentes ao ser humano e que o ser humano, com o método próprio, pode adquirir, sem o carácter esporádico, que as mil histórias contadas por Werner Keller induzem a crer?
2 - O que a Radiestesia Alquímica tem a dizer é que os 7 sentidos além dos 5 normalmente desenvolvidos e utilizados, podem desenvolver-se metodica e sistematicamente em todos os seres humanos, seja qual for a sua inteligência, a sua cultura, a sua raça, a sua hereditariedade. Esta ideia que generaliza a todos os seres humanos os poderes psi deverá ser considerada um Grande Momento da RA e uma das suas oportunidades mais fascinantes («um dia todos seremos deuses» disse o imperador Juliano). A palavra «maravilhoso» encontra aí o seu sentido original e o homem como medianeiro - medium - do Céu e da Terra torna-se uma evidência quotidiana. Porque o hipnotismo, a profecia, a visão à distância, a vidência, a adivinhação, etc.. etc. (ver glossário de Werner Keller) estão, através da Radiestesia Alquímica , ao alcance de todos. É o que se pode chamar, também, iniciação. Ou iluminação. Sem este enquadramento num método de fundo, que é a Radiestesia Alquímica, os fenómenos Psi dificilmente perdem o carácter anedótico, fortuito, acidental, esporádico que têm quando descritos mesmo nos melhores livros de Parapsicologia, como é o caso do fabuloso livro de Werner Keller, talvez a obra mais completa, exaustiva e exemplarmente bem escrita sobre os fenómenos ditos parapsíquicos.
3 - Fenómenos que não se detectam com as máquinas que temos ou possamos vir algum dia a fabricar: fenómenos que só se detectam com a «máquina» naturalmente feita para os captar e que é o ser humano com os seus 600 biliões de células, o ADN onde reside, multiplicada por esse número de vezes, toda a informação do mundo - passado, presente e futuro. Para lá do tempo e do espaço. Para lá dos 5 sentidos conhecidos e reconhecidos e a que temos sido confinados nesta era zodiacal reducionista e mesquinha.
4 - A atitude mental alimentada por esses livros é a de cepticismo e dúvida em relação aos «milagres» relatados. Pura tolice é a dúvida pela dúvida. Do que se trata é de banalizar esses «dotes» e «casos» e «fenómenos» excepcionais, de os democratizar, de os tornar na Nova Idade de Ouro, tão banais, quotidianos e frequentes como o eram na outra Idade de Ouro, na era zodiacal do Carneiro, em que floresceu a divina civilização do Egipto dos Faraós. Não é uma ciência baseada na lei da causalidade que vai compreender fenómenos que ocorrem num campo onde não reina a causalidade mas a sincronicidade. Não é a lógica que vai interpretar ocorrências do mundo analógico. Não é com cepticismo sistemático ou metódico que se chega à Fé. Não é com instrumentos abaixo do espírito que se vão medir fenómenos do espírito. [Ver ESCALAS, CAMPOS, PATAFÍSICA, CIÊNCIA DA EXCEPÇÃO, etc ]
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Thursday, August 03, 2006

M. ELIADE 1993

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Lisboa, 2/8/1993

Exercício de emergência com Mircea Eliade - REGIÕES ENERGÉTICAS NO MAPA DO COSMOS

1 - À luz da Hipótese Vibratória, a história das religiões tem uma leitura radicalmente diferente daquela que tem sido feita até agora, por todos os exegetas, incluindo o maior de todos, Mircea Eliade. Ele fornece todos os dados conhecidos mas sem os interpretar à luz da hipótese vibratória e isso revela-se redutor. Para ele, como para todos os que fizeram a história dos símbolos e mitos, estes constituem «fruto da imaginação», mais ou menos delirante, mais ou menos ingénua, de egípcios, babilónicos, caldeus, sumérios, mesopotâmicos, aztecas, hebreus, mazdeístas, and so on. À luz da Hipótese Vibratória, os mitos deixam de ser «fruto da imaginação» humana para serem descrições (aliás belas) de uma realidade, invisível mas realidade de facto, que eles - os povos citados -, ao contrário de nós, conheciam. São verdadeiros relatórios do invisível, os símbolos e mitos, as metáforas e alegorias, os sonhos e lendas. Mitos e mitologias são uma história de factos, simplesmente esses factos pertencem ao mundo do Invisível. E é por isso que Mircea Eliade, no seu maravilhoso ensaio «O Mito do Eterno Retorno», fala daqueles povos que traçaram do Cosmos um mapa tão completo como nós hoje temos uma Mapa da Terra. A história de lendas, mitos, símbolos, quando um dia, muito brevemente, for relida à luz da Hipótese Vibratória, revelará esse mapa luminoso, assinalando grandes e pequenos lagos, baías, cabos, ilhas, arquipélagos, países, regiões, penínsulas, caminhos, províncias do Céu estrelado. Estradas de Santiago e Estrelas Polares já são topónimos desse Mapa do Céu. Pouco tem a ver este mapa com o Mapa do Cosmos (aliás belíssimo) que hoje se desenha e publica para o público amante das viagens interespaciais. Este «Cosmos» dos Carl Sagan, de facto, nada tem a ver com o Céu que nos descrevem as grandes tradições do Sagrado. Mas desde já e, pelo contrário, um esboço muito aproximado desse mapa do Céu são os diagramas da hierarquia cósmica (Céu, Terra, Inferno como refere Mircea Eliade) que os livros de Etienne Guillé tão belamente nos fornecem. Tal como escreve Mircea Eliade, «segundo as crenças dos mesopotâmicos, o Tigre tem o seu modelo na estrela Anunite e o Eufrates na estrela da Andorinha. Um texto sumério refere o «lugar das formas dos deuses», onde se encontram «os deuses dos rebanhos e dos cereais». Também para os povos altaicos as montanhas têm um protótipo ideal no Céu. Os nomes dos lugares e «nomes» (antiga divisão egípcia) eram atribuídos de acordo com os «campos» celestes: primeiro conheciam-se os «campos celestes», que depois eram identificados na geografia terrestre.» Para traduzir esta abstracata realidade - a que deixámos de ter acesso directo, como se não nos dissesse respeito - o historiador Mircea Eliade utiliza nomes que são termos-chave da lógica terrestre quando quer entender e ler os fenómenos regidos pela lógica celeste: «protótipo», «arquétipo», «modelo», «holos», «áreas», «regiões» mas principalmente «campos», a palavra de interface que faz a transição do concreto para o energético: campos de força, campos magnéticos, campos quânticos, etc. Interfaces do Sagrado/Profano são também palavras como «Cosmogonia», «Hierofania», «Teofania», «Teogonia», etc. Há, de facto, uma diferença radical no modo de ler a história das religiões, antes e depois da Hipótese Vibratória. À luz desta, as crenças arcaicas não são manifestações de primitivismo mas a linguagem perfeita para traduzir um conhecimento de factos (fenómenos) que, por invisíveis, nos escapam mas que esses povos arcaicos conheciam. E vai daí? «O Mito do Eterno Retorno», que tem dado a volta à cabeça de filósofos como Nietzsche e Sant'anna Dionísio, surge como um facto real quase banalizado, se atentarmos no diagrama ou mapa celeste das eras zodiacais. De facto e à escala de 48 milhões de anos - um ano cósmico... - a criação é circular. Voltamos ao mesmo ponto, todos os 48 milhões de anos, tal como voltamos ao mesmo ponto todos os solstícios e equinócios, tal como voltamos ao mesmo ponto todas as manhãs...
PS: Ainda a propósito do ensaio de Mircea Eliade: as ficções, no sentido de invenções de coisas que nunca existiram, são de facto uma criação do Romanesco moderno, tempo e mundo de fantasms, histórias de fantasmas para seres humanos-fantasma, quer dizer, desligados da sua existência cósmica. O Romanesco como ficção é um fenómeno moderno, recente, pequenino e vai desaparecer como tudo o que engorda o Poder e o Poder manipula.
Cabo,3/8/1993
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Diagrama a Diagrama - INICIAÇÃO E LIMPESA DE MEMÓRIAS(*)

Tendo a sociedade moderna perdido a prática da iniciação - se é que alguma vez a teve -, prática que se mantém incólume em algumas sociedades ditas primitivas ou tradicionais, poderão estas sociedades servir-nos de modelo?
Se a iniciação, nas sociedades primitivas ou tradicionais, é uma prática que visa integrar o neófito na sua memória colectiva ancestral, dir-se-á que cada povo, ao individualizar-se, tem de fazer a sua iniciação com base nos seus deuses tutelares, nos seus antepassados.
Mas se o homem moderno, concretamente o europeu, e mais concretamente ainda o português, perdeu - arrancou - os seus deuses tutelares como quem arranca as raízes, a que deuses irá recorrer se quiser fazer a iniciação segundo Etienne Guillé?
Há 3 aspectos a considerar (Diagrama Nº 21):
1 - Num primeiro tempo, procurará as raízes mais próximas - no espaço e no tempo - hebraicas, egípcias, célticas
2 - Procurará, num segundo tempo, as raízes (ou memórias) mais longínquas - mesopotâmicas, atlantes, Mu
3 - Num terceiro tempo, se virmos o diagrama das memórias(Diagrama nº 21) mas especialmente os diagramas da cassete hebraica (Diagramas nº 23, 24) compreenderemos que há um grande trabalho de limpesa a fazer a nível das nossas memórias.
É que nem tudo, nessas memórias, é «bom», como uma certa concepção romântica do inconsciente colectivo nos pode levar a crer: nunca poderemos esquecer que em cada «cassete molecular» (assim as designa Etienne) de cada civilização (de cujas memórias estamos impregnados) há 6 energias positivas e 6 energias negativas.
Não esquecer que, segundo Etienne Guillé, a iniciação se chama Psicostasia ( retirada do chamado «Livro dos Mortos dos Antigos Egípcios» que, segundo Etienne, deve antes ser traduzido por «Livro da Abertura para a Luz do Dia») ou stress positivo ou OUCI. E de que as nossas mais próximas raízes, provavelmente, serão celtas, e só depois hebraicas e só depois egípcias (Ver Diagrama Nº 21).
Por isso, no seu seminário de 14/15 de Abril de 1995, Patrice Kerviel escolheu para tema de estudo a demanda do Graal segundo a versão mais autêntica que se conhece da «lenda». E a intenção era fazer-nos mergulhar no inconsciente colectivo - o céltico - que nos está mais próximo no espaço e no tempo.
Ao estabelecer o conceito de stress positivo - e ao compará-lo à Psicostasia dos egípcios (Ver Diagrama Nº 1) - , e ao assimilar esse stress positivo com a fase Solve do movimento alquímico (logo da alma, logo da ADN da célula) - (Ver Diagramas alquímicos) - Etienne deu uma dimensão humana e existencial ao mítico processo de «prova de passagem» que são as iniciações segundo um certo folclore literário e antropológico que delas desenham um quadro irreal e fantástico, desligado dos humanos horrores.
A iniciação enquanto stress positivo é (dificilmente) democratizada e a «morte iniciática» (Psicostasia, ver Diagrama Nº 1) torna-se um facto quotidiano.
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(*) [10/6/1995, enquanto lia Mircea Eliade]
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Listas A a Z - Léxico-chave para testar -LÉXICO DE INICIAÇÃO
In «Iniciaciones Místicas», de Mircea Eliade, Ed. Taurus

Antepassados
Caos
Cosmos
Iniciação
Morte iniciática
Nascimento iniciático
Pensamento arcaico
Provas de passagem
Ritos
Sobrehumano
Sobrenatural
Sociedades primitivas
Sociedades tradicionais
Tempos (Começo dos)
Tábua-rasa
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S. DA GAMA 1960

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«SERRA-MÃE» (2ª EDIÇÃO), DE SEBASTIÃO DA GAMA, ED. ÁTICA, LISBOA, 1960

Albufeira/Tavira, 3 de Agosto de 1960

Relendo Sebastião da Gama, formula-se ainda a questão: deve criticar-se a «obra em si», essa abstracção que os metafísicos postulam e depois não resolvem, ou referi-la sempre a uma individualidade criadora?
A individualidade é um facto; a «obra em si», uma invenção da crítica «científica ».
Com Sebastião da Gama procedeu ela de modo desconcertante e desorientador. Esqueceu ou obliterou o poeta que ele foi, na vida e na vocação, dando uma desmedida importância ao aspecto lírico dessa vocação, que é confessadamente um aspecto não digo menor nem medíocre mas secundário e que só como tal importa estudar.
O testemunho unânime dos que o conheceram , confirma em sebastião da Gama uma personalidade fascinante, a considerar nas suas múltiplas determinações.
Diminuir Sebastião da Gama é esquecer essa multiplicidade e mostrá-lo apenas autor de versos , certamente de mérito mas nunca suficientes para justificar a porfiosa teoria de elogios que antecederam e sucederam a morte física do poeta.
A segunda edição de «Serra-Mãe» vem colocar sérias dúvidas ao leitor desprevenido e disponível que só agora , apagado o poeta na sua totalidade, apenas possui a obra lírica ou «obra em si» para ajuizar.
De acordo: Sebastião da Gama é um poeta, um criador e os seus versos merecem interesse porque o completam, o integram. Mas a crítica do fundo e da forma , da vida e da obra, mostrar-se-á sempre impotente para explicá-lo e para explicar afinal todo e qualquer criador, que radica na unidade integrante de todos os aspectos (todos os que a crítica estética descura) e não na falsa idolatrização dos poucos ou nenhuns em que essa crítica se preocupa de penetrar.
Eis a lição que nos parece útil extrair desta 2ª edição de «Serra-Mãe», já que a crítica desintegrante, diminutiva e dogmática ficou feita, não sei se bem feita , se mal feita.
Albufeira/ Tavira, 3 de Agosto de 1960
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M. ELIADE 1993

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RELENDO MIRCEA ELIADE - OS MITOS NÃO MORREM

3/8/1993 - Será que o sagrado morreu e as sociedades modernas se tornaram tão profanas como se proclamam?
Será que a secularização apenas encobre, mas mal, o «mito» que nelas persiste, embora sob formas degradadas e diminuídas?
Não se fará a política de mitos, por exemplo? E os grandes espectáculos de massas, o que são hoje senão rituais de uma religião lúdica? E as manifestações políticas?
Questões de fundo como estas, emergem na obra de Mircea Eliade, que é uma meditação sistemática, uma reflexão exaustiva sobre o que essencialmente estrutura o espírito humano, seja qual for a cultura e civilização a que pertence.
Como todos os livros de Mircea Eliade, também este que agora se publica em português, no Círculo de Leitores (*), se poderá considerar uma viagem aos confins do espírito humano, e não apenas um percurso mais ou menos limitado por alguns mitos, símbolos e mistérios que relacionam o homem com a divindade.
Através dos tempos e dos lugares, algo de constante permanece e esse algo anda muito próximo do que os historiadores das religiões (como Mircea Eliade) chamam mito.
Mas dizer que Eliade - falecido em 1986, com uma gigantesca obra legada à humanidade - é um «historiador das religiões», diminui o alcance do seu trabalho, que, no fundo, transcende em muito o fenómeno religioso no sentido estrito, espraiando-se afinal pelo que se poderá designar o «sentido religioso da existência», muito mais próximo, portanto, da criação e do imaginário humanos, e dos mecanismos que presidem ao seu «normal» funcionamento - quer seja uma lenda azteca ou uma manifestação de massas da actualidade política, onde os «media» desempenham o papel religioso - mediático, como se diz - que ontem era atribuído aos poemas épicos ou às lendas heróicas.
Tal como em Julius Evola, René Guenón, Gaston Bachelard, Gilbert Durand e, em certo sentido, com Lévy Strauss, Frazer e Mauss, o fenómeno religioso é, em Eliade, apenas pretexto para compreender melhor e de maneira mais precisa o «funcionamento do espírito humano» no que ele tem de essencial e de permanente, para lá da contigência das formas ou das conjunturas de tempo e de lugar. Ao inventariar lendas, arquetipos, símbolos, deuses, mistérios, cerimónias, ritos e rituais, o que Mircea Eliade procura é aquilo que define de maneira lapidar o fenómeno humano, quando não está sujeito às condicionantes de tempo e de lugar.
Sem se intitular estruturalista, foi as estruturas do essencial que ele estudou, embora através do fascínio das formas e das imagens, das múltiplas formas que a imaginação assume, vendo essas estruturas ligadas entre si por nexos e vínculos que estudiosos de várias especialidades e proveniências - psicanálise, antropologia, etnografia, filologia, história das técnicas e história das religiões, etc - tentam explicar por meios analíticos. Só que alguém terá que realizar a síntese, para que tudo isso tenha sentido. Mircea Eliade, trabalhando com a matéria de várias ciências particulares, é um desses raros génios da síntese. Que, ainda por cima, se lê como um bom romancista de aventuras...
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(*) «Mitos, Sonhos e Mistérios», Mircea Eliade, Ed Círculo de Leitores
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R. MANTOVANI 1974

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«A ARTE DE SE CURAR A SI PRÓPRIO.»

3-8-1999

É de 1974, a 3ª edição do livro de Romolo Mantovani, Editorial Natura, Lisboa : «A Arte de se Curar a si Próprio».
Livro de escasso interesse para nova naturologia, indica algumas informações de ordem geral que acertam no essencial da ciência da noologia.
Por exemplo:

+ leis noológicas:
lei do ritmo (tudo na natureza segue um ritmo, a cura também tem o seu)
lei da evolução (A lei da vida é evolução. Não existe, pois, nada de fatal na vida.)
lei do altruísmo (amar seis vezes como ensina a esfinge de Giseh)

+ Mecanismos de eliminação:
diarreias
transpirações
urina abundante
borbulhas
intestinos
rins
epiderme
pulmões
chagas abertas
fístulas
hemorroides
caroços
endurecimentos
*
Alguns pensamentos interessantes colhidos na leitura de Romolo Mantovani:

Jesus ensinou-nos a verdadeira ciência de respirar.
*
Vale mais pôr o coração na prece sem encontrar palavras, do que encontrar palavras sem pôr nelas o coração.
Gandhi

O ar que se respira é mais importante do que os alimentos que se absorvem.
Galeno

Todos os seres vivos são regidos pela respiração.
*
A natureza no homem é constituída à imagem da Natureza no Mundo.
Hipócrates

O quaternário da classificação da Alquimia Antiga: Terra- Água- Fogo, que correspondem aos: sólido - líquido - gasoso - radiante.
Romolo Mantovani

Se os egípcios se serviam da argila para mumificar os corpos, era por causa das suas qualidades antibacterianas.
Romolo Mantovani

Não somos um corpo com uma alma, como geralmente se ensina, mas um espírito com uma alma e um corpo.
Mantovani, pg. 24
*
Aprender para ensinar e ensinar para aprender.
Platão

Ajuda-te e Deus te ajudará.
*
O terreno é tudo.
Claude Bernard

Vós sois deuses.
Jesus

A causa principal da doença é a falta de concepção espiritual dos homens.
Mantovani, pg. 25

O micróbio nada é, o terreno é tudo.
Claude Bernard

Em 11498 casos de cancro intestinal, 1022 (80%) desenvolveram-se no intestino grosso.
Elie Metchnikoff, in «Estudo sobre a Natureza»

A medicina trata. A Natureza cura.
Hipócrates

Cura de Jejum, cura milagrosa
*

Em caso de doença, todo o corpo está doente.
Alexis Carrel

A pessoa inteira tem relação com cada uma das suas partes e cada órgão com a pessoa inteira.
Hipócrates

Todas as doenças vêm do intestino.
Trouseau

Não é a doença que ataca o organismo, mas antes o organismo que faz a sua doença.
Dr. Petroni

Não há doenças, há doentes.
*
Todo o homem são é um doente que se ignora.
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Wednesday, August 02, 2006

MEDICINAS 1990

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LEITURAS DE VERÃO - «MINI-ENCICLOPÉDIA DAS MEDICINAS NATURAIS» (*)

[2-8-1990]

As plantas medicinais estão na moda e o mercado das especialidades fitoterapêuticas não tem mãos a medir, multiplicando-se as marcas e os laboratórios a olhos vistos. A heresia tornou-se lei na cidade e até farmácias já se dão ao luxo de vender as plantas miraculosas que ainda ontem eram objecto de ódios e troças.
Não soa nada mal, portanto, e pode mesmo ser bastante «in», bastante «snob», dizer numa roda elegante que se tem a «Mini-Enciclopédia das Medicinas Naturais» na mesa de cabeceira. Ao lado de «Os Desejos de Eveline» ( de autor anónimo...), um glossário das plantas medicinais mais usadas pelos nossos trisavós, faz jeito em qualquer emergência de família e com a grande vantagem de não ter efeitos secundários.Ervanárias, hoje, é o que não falta por esse País fóra. Dê-se, pois, aos prazeres da erva.
Se tiver que escolher, na multidão de títulos que têm aparecido, nos últimos anos, sobre «ervas medicinais» ( não confundir com as alucinogénicas), vá pelo seguro. Um senhor francês chamado Georges Millanvoye, resolveu compilar, com toda a paciência, um breviário útil destas artes, a que chamou, em subtítulo, «resumo histórico dos remédios da avozinha». Título tranquilizante, como se vê, para todas as horas e idades, exalando a sabedoria ancestral que nos foi transmitida sobre os maravilhosos «simples», como dizia, no seu tragtado célebre, o nosso Garcia da Horta, apaixonado das plantas que curam e fundador da ciência experimental portuguesa.
A edição desta «Mini-Enciclopédia das Medicinas Naturais» é do Círculo de Leitores, impecável, como sempre, nesta editora, e ocupa pouco espaço na mala. Quase cabe no bolso da camisa.
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(*) «Mini-Enciclopédia das Medicinas Naturais», resumo histórico dos remédios da avozinha, por Georges Millanvoye, ed. Círculo de Leitores
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LEITURAS 1952

1-2 - chave50> 5658 caracteres chave50>chave> CHAVE PARA OS ANOS 50

1953-1955:PRIMEIRAS NOTAS DE LEITURA

[2-8-1993]

No ano lectivo 1952-53, os inéditos sobre Poesia, Crítica, Criação, Deus, dão conta do inferno das palavras em que eu já, aos 20 anos, me achava. E nunca mais de lá saí. A crença nos livros, a bóia dos livros (escritores e filósofos), ilusão de que os livros darão um dia resposta às grandes questões do abismo humano.
É sincero o balanço que hoje faço dessas digressões dos anos 50, dessas leituras até às quatro e 5 horas da manhã, na base de café bem forte que me deixava os nervos num nó. As «patas de galinha» à volta dos olhos, vêm daí. Com que lucro? O de me rever hoje nessas dactilografias feitas em papel amarelaço. O lucro de poder rememorar onde começam a brotar as minhas ideias fixas, as minhas obsessões, as minhas pomposamente chamadas intuições. A memória destes 20 anos não me lisonjeia nem envergonha - deixa-me um pouco menos do que indiferente.
E sinto o dever quase cumprido: deixar arrumados os inéditos, para gozo dos meus netos e bisnetos, que certamente irão apreciar tudo o que seja património construído. Eu vejo isso pelo interesse com que a Cristina vê as malas de papelão dos anos 20 na Travessa da Queimada, uma casinha antiquária que ali há. O gosto do berloque antigo, tanto como dos lugares comuns na linguagem literária, pode ser que salve do anonimato estas folhas, nem agrestes nem geniais, do ano lectivo 1952-53, onde já (veja-se só a mania) inventariava autores pelo seu grau de «iniciação»
*
Provavelmente influído pelas críticas literárias do João Gaspar Simões, cuja leitura em tudo o que era jornal eu compartilhava, deslumbrados os dois, com o Carlos Alberto Jordão (hoje juiz e poeta), risquei muitos inéditos, cuidadosamente passados na Hermes Baby, primeira máquina de escrever que o meu pai me ofereceu, quando fiz 7 anos, notas de leitura todas muito pernósticas. O meu vezo conservador dá para ainda ter muitas destes títulos sobre os quais escrevi. Por exemplo, alguns autores e livros desses anos de intensa leitura:
«De Rerum Natura», Lucrécio - 5 estrelas
«Noções de Filosofia», Eugénio Aresta
«Prometeu Agrilhoado», Ésquilo - 5 estrelas
«Santo Agostinho», Pascoaes
«São Jerónimo», Pascoas - 5 estrelas
«Assim Falava Zaratustra», Nietszche
«Eternidade», Ferreira de Castro
«Sinfonia Pastoral», André Gide
»Rêveries d'un Promeneur Solitaire», J.J. Rousseau
«Música ao Longe», Erico Veríssimo
«Gato Preto em Campo de Neve», Erico Veríssimo
«O Resto é Silêncio», Erico Veríssimo
«Odisseia», Homero
«Cândide», Voltaire
«Vida errante», Fialho de Almeida
«Páginas de Política», Raul Proença
«A Volta ao Mundo», Ferreira de Castro
«Razão e Absoluto», José Bacelar
«Guerra e Paz», Leão Tolstoi
«Educação Funcional«, Eduardo Claparède
«Ecce Homo», Frederico Nietszche
«A Crise do Mundo Moderno», Leonel Franca
«A Salvação do Mundo» José Régio
«A Esperança Desesperada», Armindo Rodrigues
«Patafísica», Jarry
«O Desespero Humano», Kierkegaard

*

Escusado será comentar o relativo gozo que me dá voltar hoje, 40 anos volvidos, à leitura desse livros, sem arrogância e com nostalgia. A memória já não é hoje assim tão emocionalmente importante como o sabor dos queques do Marcel Proust poderia levar a pensar, nem como antes da RA eu pensava, mas dá sempre algum gozo voltar ao que nos deu gozo aos vinte anos.
Sempre o naif me comoveu. Numa coisa essas «Notas de Leitura» (1952-54) são melhores do que tudo o que escrevi posteriormente sobre livros e arredores: não tinham o crítico como missionário e a crítica como missionação, aspecto dominante no tempo em que foi publicado o «Jornal de Crítica» (in «República») e que hoje me parece ser um dos aspectos mais execrandos, numa actividade execrável, já de si, que é a escrita pró público.
São dos meus 20 anos - e isso, confesso, orgulha-me - as obsessões em torno de noções que haviam de ser noções-chave, a de gestalpsicology de William James, por exemplo, e a de Parménides (os dois infinitos) e a do segredo da esfinge, especialmente esta, em duas amareladas páginas eternamente inéditas, enche-me de legítimo orgulho.
Agora que a RA me levou, aos 60 anos, de regresso à Esfinge.

*
Há uma lista manuscrita de autores, com data de 1955, em que assinalo o que essencialmente via neles:
António Nobre - Culto da solidão
Baudelaire - Culto do Eu
Poe - Culto do maravilhoso
Jean Jacques Rousseau e Santo Agostinho - Culto do eu autobiográfico
Rimbaud - culto do símbolo
Nietszche - culto do absurdo
Fernando Pessoa - culto do absurdo
Lorca - culto do sangue
Walt Whitman - culto da fraternidade
São Francisvo - culto da fraternidade
Huxley - culto da ironia
Rilke - culto da sobriedade inefável

* A mania epistolar e o vezo de escrever cartas a tudo quanto é gente, conhecido e desconhecido, parece bem assinalado, desde logo, em 1955, onde, no suicídio de Sebastião da Gama, eu lhe escrevia chamando-lhe irmão. Nenhum parvo quer ser parvo sozinho e eu terminava essa comovente missiva com estas palavras lancinantes: «Espero que a família não me troque as voltas. Oxalá não deiem por nada. Estou morto por te abraçar, ó Sebastião. Até breve. O teu irmão Afonso Cautela.»
Tão comovente como esta, só a missiva que escrevi, já na balbúrdia dos anos 80, ao Araújo Ferreira, suspeito também de se ter suicidado, ele que, acupunctor, sabia mexer nas energias e deve ter calcado (picado) o ponto da morte.
Estava farto e, segundo testemunho da empregada doméstica, todo o dia andara, de um lado para o outro, rosnando aquela obcecação: «O que é que eu ando aqui a fazer?»
É o que eu todo o dia rosno, mas não tenho empregada doméstica para testemunhar.
***

M. ELIADE 1993

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(*) [10/6/1995, enquanto lia Mircea Eliade]

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Lisboa, 2/8/1993

Exercício de emergência com Mircea Eliade - REGIÕES ENERGÉTICAS NO MAPA DO COSMOS

1 - À luz da Hipótese Vibratória, a história das religiões tem uma leitura radicalmente diferente daquela que tem sido feita até agora, por todos os exegetas, incluindo o maior de todos, Mircea Eliade. Ele fornece todos os dados conhecidos mas sem os interpretar à luz da hipótese vibratória e isso revela-se redutor. Para ele, como para todos os que fizeram a história dos símbolos e mitos, estes constituem «fruto da imaginação», mais ou menos delirante, mais ou menos ingénua, de egípcios, babilónicos, caldeus, sumérios, mesopotâmicos, aztecas, hebreus, mazdeístas, and so on. À luz da Hipótese Vibratória, os mitos deixam de ser «fruto da imaginação» humana para serem descrições (aliás belas) de uma realidade, invisível mas realidade de facto, que eles - os povos citados -, ao contrário de nós, conheciam. São verdadeiros relatórios do invisível, os símbolos e mitos, as metáforas e alegorias, os sonhos e lendas. Mitos e mitologias são uma história de factos, simplesmente esses factos pertencem ao mundo do Invisível. E é por isso que Mircea Eliade, no seu maravilhoso ensaio «O Mito do Eterno Retorno», fala daqueles povos que traçaram do Cosmos um mapa tão completo como nós hoje temos uma Mapa da Terra. A história de lendas, mitos, símbolos, quando um dia, muito brevemente, for relida à luz da Hipótese Vibratória, revelará esse mapa luminoso, assinalando grandes e pequenos lagos, baías, cabos, ilhas, arquipélagos, países, regiões, penínsulas, caminhos, províncias do Céu estrelado. Estradas de Santiago e Estrelas Polares já são topónimos desse Mapa do Céu. Pouco tem a ver este mapa com o Mapa do Cosmos (aliás belíssimo) que hoje se desenha e publica para o público amante das viagens interespaciais. Este «Cosmos» dos Carl Sagan, de facto, nada tem a ver com o Céu que nos descrevem as grandes tradições do Sagrado. Mas desde já e, pelo contrário, um esboço muito aproximado desse mapa do Céu são os diagramas da hierarquia cósmica (Céu, Terra, Inferno como refere Mircea Eliade) que os livros de Etienne Guillé tão belamente nos fornecem. Tal como escreve Mircea Eliade, «segundo as crenças dos mesopotâmicos, o Tigre tem o seu modelo na estrela Anunite e o Eufrates na estrela da Andorinha. Um texto sumério refere o «lugar das formas dos deuses», onde se encontram «os deuses dos rebanhos e dos cereais». Também para os povos altaicos as montanhas têm um protótipo ideal no Céu. Os nomes dos lugares e «nomes» (antiga divisão egípcia) eram atribuídos de acordo com os «campos» celestes: primeiro conheciam-se os «campos celestes», que depois eram identificados na geografia terrestre.» Para traduzir esta abstracata realidade - a que deixámos de ter acesso directo, como se não nos dissesse respeito - o historiador Mircea Eliade utiliza nomes que são termos-chave da lógica terrestre quando quer entender e ler os fenómenos regidos pela lógica celeste: «protótipo», «arquétipo», «modelo», «holos», «áreas», «regiões» mas principalmente «campos», a palavra de interface que faz a transição do concreto para o energético: campos de força, campos magnéticos, campos quânticos, etc. Interfaces do Sagrado/Profano são também palavras como «Cosmogonia», «Hierofania», «Teofania», «Teogonia», etc.
Há, de facto, uma diferença radical no modo de ler a história das religiões, antes e depois da Hipótese Vibratória. À luz desta, as crenças arcaicas não são manifestações de primitivismo mas a linguagem perfeita para traduzir um conhecimento de factos (fenómenos) que, por invisíveis, nos escapam mas que esses povos arcaicos conheciam. E vai daí? «O Mito do Eterno Retorno», que tem dado a volta à cabeça de filósofos como Nietzsche e Sant'anna Dionísio, surge como um facto real quase banalizado, se atentarmos no diagrama ou mapa celeste das eras zodiacais. De facto e à escala de 48 milhões de anos - um ano cósmico... - a criação é circular. Voltamos ao mesmo ponto, todos os 48 milhões de anos, tal como voltamos ao mesmo ponto todos os solstícios e equinócios, tal como voltamos ao mesmo ponto todas as manhãs...
PS: Ainda a propósito do ensaio de Mircea Eliade: as ficções, no sentido de invenções de coisas que nunca existiram, são de facto uma criação do Romanesco moderno, tempo e mundo de fantasmas, histórias de fantasmas para seres humanos-fantasma, quer dizer, desligados da sua existência cósmica. O Romanesco como ficção é um fenómeno moderno, recente, pequenino e vai desaparecer como tudo o que engorda o Poder e o Poder manipula.
Cabo, 3/8/1993
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Listas A a Z - Léxico-chave para testar - LÉXICO DE INICIAÇÃO

In «Iniciaciones Místicas», de Mircea Eliade, Ed. Taurus

Antepassados
Caos
Cosmos
Iniciação
Morte iniciática
Nascimento iniciático
Pensamento arcaico
Provas de passagem
Ritos
Sobrehumano
Sobrenatural
Sociedades primitivas
Sociedades tradicionais
Tempos (Começo dos)
Tábua-rasa
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Diagrama a Diagrama - INICIAÇÃO E LIMPESA DE MEMÓRIAS(*)

Tendo a sociedade moderna perdido a prática da iniciação - se é que alguma vez a teve -, prática que se mantém incólume em algumas sociedades ditas primitivas ou tradicionais, poderão estas sociedades servir-nos de modelo?
Se a iniciação, nas sociedades primitivas ou tradicionais, é uma prática que visa integrar o neófito na sua memória colectiva ancestral, dir-se-á que cada povo, ao individualizar-se, tem de fazer a sua iniciação com base nos seus deuses tutelares, nos seus antepassados.
Mas se o homem moderno, concretamente o europeu, e mais concretamente ainda o português, perdeu - arrancou - os seus deuses tutelares como quem arranca as raízes, a que deuses irá recorrer se quiser fazer a iniciação segundo Etienne Guillé?

Há 3 aspectos a considerar (Diagrama Nº 21):
1 - Num primeiro tempo, procurará as raízes mais próximas - no espaço e no tempo - hebraicas, egípcias, célticas
2 - Procurará, num segundo tempo, as raízes (ou memórias) mais longínquas - mesopotâmicas, atlantes, Mu
3 - Num terceiro tempo, se virmos o diagrama das memórias(Diagrama nº 21) mas especialmente os diagramas da cassete hebraica (Diagramas nº 23, 24) compreenderemos que há um grande trabalho de limpesa a fazer a nível das nossas memórias.
É que nem tudo, nessas memórias, é «bom», como uma certa concepção romântica do inconsciente colectivo nos pode levar a crer: nunca poderemos esquecer que em cada «cassete molecular» (assim as designa Etienne) de cada civilização (de cujas memórias estamos impregnados) há 6 energias positivas e 6 energias negativas.
Não esquecer que, segundo Etienne Guillé, a iniciação se chama Psicostasia ( retirada do chamado «Livro dos Mortos dos Antigos Egípcios» que, segundo Etienne, deve antes ser traduzido por «Livro da Abertura para a Luz do Dia») ou stress positivo ou OUCI. E de que as nossas mais próximas raízes, provavelmente, serão celtas, e só depois hebraicas e só depois egípcias (Ver Diagrama Nº 21).
Por isso, no seu seminário de 14/15 de Abril de 1995, Patrice Kerviel escolheu para tema de estudo a demanda do Graal segundo a versão mais autêntica que se conhece da «lenda». E a intenção era fazer-nos mergulhar no inconsciente colectivo - o céltico - que nos está mais próximo no espaço e no tempo.
Ao estabelecer o conceito de stress positivo - e ao compará-lo à Psicostasia dos egípcios (Ver Diagrama Nº 1) - , e ao assimilar esse stress positivo com a fase Solve do movimento alquímico (logo da alma, logo da ADN da célula) - (Ver Diagramas alquímicos) - Etienne deu uma dimensão humana e existencial ao mítico processo de «prova de passagem» que são as iniciações segundo um certo folclore literário e antropológico que delas desenham um quadro irreal e fantástico, desligado dos humanos horrores.
A iniciação enquanto stress positivo é (dificilmente) democratizada e a «morte iniciática» (Psicostasia, ver Diagrama Nº 1) torna-se um facto quotidiano.
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(*) [10/6/1995, enquanto lia Mircea Eliade ]
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Tuesday, August 01, 2006

MEDITERRÂNEO 1990

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1-8-1990

LEITURAS DE VERÃO - REGRESSO ÀS ORIGENS - O NOSSO PASSADO MEDITERRÂNICO (*)

No momento em que se assiste ao «crepúsculo» do Mediterrâneo, berço de civilizações e hoje apenas um «mar morto» por todas as poluições, é quase uma atitude nostálgica regressar às origens, à mescla de povos e civilizações que, desde os tempos mais remotos, desde os primeiros focos de germinação, na Ásia Menor e no Egipto até à unificação do mundo grego, se instalaram nas suas margens, se deixaram embebedar pela sua luz. Porque é sempre à luz que vamos dar, quando falamos do Mediterrâneo e seus deuses, seus mitos, seus poetas.
Ninguém melhor do que J. Gabriel-Leroux, um poeta disfarçado de historiador, para nos servir de cicerone nesta viagem encantada, onde praticamente nada do que é verdadeiramente importante para o destino dos povos mediterrânicos, fica esquecido: desde os «primeiros focos de civilização» no mar Egeu, passando pelo florescimento de Creta e o império de Minos,até à corrida por aquilo que o autor denomina «hegemonias marítimas» ( Fenícios, Etruscos, Helenos) e à eclosão do fenómeno» helénico, a singularidade da civilização mediterrânica emerge como um facto adquirido indiscutível. E é esse facto, essa personalidade colectiva, feita de mil fios entretecidos numa mesma teia de sedução, que o historiador torna sensível e de que traça o perfil extremamente preciso, rigoroso mas também emotivo.
Todos os que somos mediterrânicos e gostamos de nos banhar nas suas maravilhosas praias, de águas mornas e areias finas (?), temos neste livro de J. Gabriel-Leroux o nosso «retrato de família». Por algum motivo ele foi escolhido, em França, como manual dos estudantes franceses do ensino secundário. Leroux pertence àquela estirpe de investigadores que souberam transformar a história numa aliciante viagem de aventuras e paixão pelos caminhos do passado.
Como diz o autor, enfatizando especialmente os factores geográficos, « no sopé da Serra Nevada, dos Pirenéus, dos Alpes ou do Etna, ao longo do Tell africano, do Líbano ou do planalto anatólico, estende-se a mesma costa rochosa, acidentada, muitas vezes protegida por rosários de ilhas, cortada pelas mesmas torrentes caprichosas, quase secas no Verão.»
Prosseguindo a descrição, onde só falta ouvir o zumbido das cigarras, o historiador acrescenta: « Quase por todo o lado, entre a encosta e as alturas, domina uma zona prazenteira e fértil em que a vinha, a oliveira e a figueira se dão bem e em que a fina camada de terra vegetal impõe ao homem os mesmos processos de cultura, a mesma vida frugal e sadia, num clima temperado, sob um céu transparente, numa festa de cores e de luz.»
É assim que Gabriel Leroux disfarça a sensibilidade do poeta com os rigores do erudito. É assim, num estilo emotivo, que ele nos vai levar a todas as civilizações e povos deste mítico mar, quase nos deixando convencidos de que somos efetivamente civilizados. Tivemos, pelo menos, todas as condições para isso, como nos mostra e demonstra Leroux.
Para os que há muito se deixaram enfeitiçar pelo mito mediterrânico, a viagem proposta por Leroux apenas confirma as razões desse culto. Para os que pela primeira vez querem prestar homenagem à quase lendária (e em grande parte lendária) história de onde procedem, Leroux dá-lhes agora essa oportunidade única: nem todos os dias nos falam assim, com tanta admiração e fulgor, do melhor que tem uma civilização. Agora moribunda e, por isso mesmo, mais digna de pena.
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(*) «Primeiras Civilizações do Mediterrâneo», de J. Gabriel-Leroux, Ed. Teorema
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Monday, July 31, 2006

P. LAFARGUE 1991

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ELOGIO DO ÓCIO(**)

[(**) Este texto de Afonso Cautela, foi publicado no jornal «A Capital», «Leituras de Verão», 31-7-1991 ]

A reedição deste Paul Lafargue impunha-se como uma necessidade respiratória vital no abafado panorama de supérfluos e frivolidades. As 70 páginas desta nova reedição portuguesa(*) valem por um longo discurso e por um veemente manifesto.
Primeira prioridade de um realismo ecologista que se não deixou levar nas ondas retóricas da antipoluição, o tema do trabalho (e portanto o dos ócios) é colocado nos termos exactos pelo filósofo francês. Trata-se de trabalhar para viver e não de viver para trabalhar. Trata-se de, um século depois, continuar a exigir isso
«O Direito à Preguiça» goza o que deve ser gozado: por exemplo, a pretensão que o establishment económico continua a ter de relacionar «prosperidade» económica com trabalho obrigatório, horários longos, férias escassas, stress, opressão.
Lafargue teve a intuição do que viria a ser demonstrado cientificamente anos mais tarde: não é por muito trabalhar que se amanhece mais cedo. E não é porque se tem mais horas de trabalho que a produção floresce.
Esta, que é uma verdade do evangelho libertador, um dogma da verdade que o sistema tem todo o cuidado em tapar das vistas profanas - para que o trabalhador nunca saiba e verdade -, já era tabo no tempo de Lafargue e tabo continua, 110 anos depois deste manifesto ter sido publicado.
Afinal, sofremos a opressão que merecemos, enquanto tivermos os doutrinadores, economistas, políticos e retóricos que merecemos.
Paul Lafargue, que nasceu em Cuba em 1842, de mãe francesa, e chegou a casar-se com uma filha de Karl Marx, seria muito influenciado por este filósofo, embora acentuando a vertente individualista e libertária do marxismo primitivo.
Aderiu à Internacional dos Trabalhadores e em 1883 escreveu este «elogio do ócio», que obteve obviamente uma rápida popularidade mas a animosidade dos ortodoxos. «Perestroika avant la lettre».
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(*) «O Direito à Preguiça», Paul Lafargue, Tradução de António José Massano. Ed Teorema, 2ª edição
(**) Este texto de Afonso Cautela, foi publicado no jornal «A Capital», «Leituras de Verão», 31-7-1991
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Sunday, July 30, 2006

ALEXANDRIA 1996

ddb-1> depois de babel – diário da radiestesia

DEPOIS DE BABEL,RECONSTITUIR A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA

30/7/1996 - Sumário : Leituras de estudo - Corpos Subtis - Discussão da nomenclatura teosófica

Exemplo: Só no campo dos corpos subtis, a nomenclatura teosófica varia de autor para autor , de livro para livro , mesmo em cada autor e em cada livro, às vezes de capítulo para capítulo ou de linha para linha.
A desproporção hierárquica dessa nomenclatura salta à vista - se tivermos em conta o valor vibratório das áreas energéticas em jogo.
Annie Besant fala de «ego imortal» para designar tudo o que não é corpo físico. A palavra «eco» reduz a dimensões bem estritas a 5ª dimensão teosófica. Ao falar de «corpo astral» ou «corpo de desejos» como quase todos os teósofos, deixa no ar (alguma literatura o confirma) a ligação ao astral dos astros do sistema solar. É pouco. Porque o sistema solar e tudo o que são astros físicos - vibram N8 e não mais que N8 - ou seja, corpo físico.
Chamam, pois, «corpo astral» ao que é ainda corpo físico.
«Corpos mentais» é outra designação plena de equívocos em Annie Besant e seus colegas da Sociedade Teosófica.
O «mental» está indissoluvelmente ligado ao cérebro e, portanto, ao físico - não designando essa palavra a área energética que pretende nomear - área que vibra já na frequência de N32 (conferir hierarquia).
Outra nomenclatura corrente é de «homem» em vez de «ser humano». O discurso da ciência ocidental está cheio desta entidade mítica e sexista - o homem - em nome da qual a ciência tem cometido as maiores desumanidades. Nomeadamente com as ciências ditas humanas.
Proposta: Falando de energias e, portanto, de informação subtil, a questão das fontes coloca-se a todo o momento e quase sempre de forma insolúvel.
A talentosa Madame Helena Petrovna Blavatsky escandalizou a sua época, dizendo que recebia tão grande acervo de informações por clarividência. Outros teósofos - é o caso de Leadbeater - dizem que recebem as mensagens por clariaudiência.
Outros falam claramente em mediunidade - e são capazes de ter razão.
A ciência positiva nega isto tudo, evidentemente, mas a ciência positiva existe para negar tudo excepto a si própria.
A arqueologia, por exemplo, só chega até onde encontra testemunhos materiais. Localiza a antiguidade do Egipto faraónico em 4.500 anos AC - e as figuras rupestres do Coa, no máximo, em 30 mil anos.
Como pode a arqueologia datar com rigor o que lhe escapa, ou seja, o que, vindo de civilizações imateriais como a Lemúria, não tem evidentemente , testemunhos materiais a atestá-la.
E como se pode aceitar o absurdo de o Egipto faraónico remontar apenas a 4.500 AC - com tal grau de perfeição?
Se entramos nos textos clássicos - de Trimegisto (que alguns dizem ser nome de colégio de mistérios e não nome de um autor) ao Génesis ou ao Apocalipse ( Livro da Revelação) a Babel das traduções (traições) é idêntica e podem discutir até à eternidade uma palavra , uma informação, um dado.
Outro exemplo: Não é pelas ciências humanas - com sua dominante parasitária e vampiresca - que chegaremos às ciências divinas ou sagradas.
As ciências humanas podem (e devem) fornecer pistas para despistar, ou códigos para descodificar. Mas tudo isso tem que ser submetido a uma linguagem universal , um sistema de informação fiável.
Depois de Babel e depois de Alexandria, o puzzle da Eternidade está por reconstituir.
Por isso a proposta do Núcleo Nº [---] Estudos textuais
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PIRÂMIDES 1995

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30-7-1995

O CHAMADO «LIVRO DOS MORTOS»DO ANTIGO EGIPTO(*)

«O destino do homem é a eternidade»In «Textos Sagrados das Pirâmides»

[Estão em itálico as palavras com possível valor energético para testar com o pêndulo ]

Títulos para o «Livro dos Mortos» aparecidos no livro de Adams, pg. 22:

* «Livro do Mestre dos Lugares Ocultos»
* «Livro do Mestre da Casa Secreta»
* «Ritual dos Funerais»

«Graças ao livro, o defunto poderia vencer todos os obstáculos - monstros, demónios, portas a abrir - dado o potencial mágico que este livro apresentava. Estes obstáculos persistiriam em aparecer, tentando barrar-lhe toda e qualquer tentativa de alcançar o Além, cruzar os 21 pilares, passar pela 15 entradas e cruzar as 7 salas esperando poder chegar até Osíris e os 42 juízes que iriam julgá-lo. Graças ao Livro, conheceria também o que iria salvá-lo. Os nomes dos deuses.»
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«O verdadeiro nome do «Livro dos Mortos» era «saída para (a luz de) o Dia. Sua primeira versão foi dada em 1842 por Ricardo Lepsius. Na verdade quem descobriu o «Livro dos Mortos» foi Champollion, arqueólogo francês que decifrou a pedra de Roseta, chave dos hieróglifos egípcios.»
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«Antes de opinar o que possa ser este livro, vamos a um pequeno resumo do seu conteúdo. Destinado a guiar a alma do defunto pelo Além, informa-nos que, logo após transpor a «Porta do Morte», se vê deslumbrada pela «plena luz do dia». Quando se encontrar refeita do susto, trata de retornar ao corpo que acaba de abandonar, embora as divindades encarregadas de guiá-la arrastem-na para longe do ataúde. Começa aí a dura e difícil caminhada para o Além: atravessa uma região de trevas, caminho difícil e frequentemente obstruído, onde faltam ar e água. A segunda etapa é a chegada ao Anenti, residência de Osíris, onde é julgada. Ali de pé ante o principal de seus juízes e com os braços erguidos, em sinal de adoração, fica ante o deus que, imóvel, enigmático, quase petrificado, contempla a alma que comparece ante ele. Atrás de si estão Ísis e Neftis, irmãs de Osíris. (Aquela, além de irmã, é sua esposa); defronte a esse triunvirato de deuses, o defunto pronuncia as palavras sagradas. Feito isso, a união mística já está realizada: sua alma e a de Osíris formam um único todo. Surge então uma dúvida: porque razão, na 3ª fase, o defunto vem ante o famoso tribunal de justiça presidido por Osíris, se este já uniu a sua alma à do morto?
«O comparecimento é conduzido por Horus ou por Anúbis, frente a um tribunal de 42 juízes. A deusa da Verdade-Justiça está presente, mas não toma parte no julgamento.
«Thoth é o escrivão : faz o defunto confessar não só o que fez mas o que deixou de fazer e Anúbis pesa em uma balança o seu coração. Também aqui se pergunta porquê, posto que o sacerdote, protector ou tutor espiritual do defunto na terra, caso sua alma não subisse ao Amenti, ameaçava «não deixar mais subir Ra no Céu» - o que significava o Sol não percorrer mais o Céu - o faria cair no Nilo, onde se alimentaria de peixes, quando estes estavam entre os alimentos impuros. No entanto, o livro afirma que, se a alma não fosse ao Amenti, seria enviada ao Duat, onde permaneceria por tempo não determinado.
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«(...) Tudo isso poderia ser conseguido através do Livro, em troca de um pouco de magia e de saber as palavras de potência, irresistíveis a deuses e demónios.»
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«O Livro anuncia uma série de cataclismos cósmicos que culminariam na catástrofe bíblica, o ponto de partida da involução cósmica.»
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(*)Luís Carlos Teixeira de Freitas, in «O Livro dos Mortos do Antigo Egipto», Trad. de Edith de Carvalho Negraes, Hemus
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«Cabe recordar que a Esfinge egípcia se chama «Harmajis» de «Hor- Makhet» = «Horus sobre o Horizonte».
Thereza de Mello, In «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg. 13

«Da união de Hermes e Thot surge no século III Hermes Trimegisto, assim chamado porque a sua palavra - como a de Thot - reinava nos 3 mundos. E também há uma subtil ligação com Hanumán, mono-deus hindu, com o escandinavo Odin e com outros deuses de proveniência diversa, como o Quetzalcoatl mexicano. Em todos os casos, há uma estrutura latente.»
Thereza de Mello, in «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg 13

«Ardhanari, Hermes, Mercúrio, Thot, Odin, Quetzalcoatl formam uma associação significativa em relação ao Tarô.»
Thereza de Mello, in «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg 14

«Cabala significa literalmente tradição»
Thereza de Mello, in «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg 19
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Léxico:
Tifon = Monstro, filho de Gea, com 100 cabeças de dragão: rebelou-se contra Zeus, que o dominou e aprisionou no interior do vulcão Etna
ANAEL = Anjo que correspondia a uma das letras do alfabeto hebraico
Palavras de potência = Palavras de poder
Shu = o que sustenta a abóbada celeste
Osíris = dupla inicial Lua-Sol
Ushebti
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I. SINGER 1991

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30-7-1991

PAUL MAZURSKY ADAPTA OBRA DE SINGER - A MORTE COMO PROTAGONISTA

Judeu polaco emigrado na América do Norte, é quase certo que faz carreira triunfal nas artes e/ou nas letras. Em 1935, fugindo à vaga de terror nazi que já se pressentia, Isaac Bashvi Singer emigrava para Nova Iorque e em 1978 já era prémio Nobel de Literatura. Falecido há dias, quase com cem anos de vida (nasceu em 1904), este respeitável ansião, que começou por escrever livros em língua yiddish, é hoje uma glória da literatura de língua inglesa. Graças a Hitler, portanto. O escritor Saul Below ajudou-o também muito a sair do anonimato, ao traduzir da língua yiddish contos seus que divulgou ao público norte-americano. Mas poderá dizer-se, apesar disto, que Isaac Bashevis Singer, conquistou a pulso, palmo a palmo, o lugar ao sol, o terreno de glória e fama, a imortalidade que já ninguém lhe tira.
Curiosamente, o cinema só se lembraria dele no final dos anos 80, quando Paul Mazursky (emigrado polaco, está-se mesmo a ver, os amigos e compatriotas são para as ocasiões) lhe adaptou «Inimigos: Uma História de Amor». Romances como este «Inimigos» apresentam-se com laivos claramente autobiográficos, se é que não são uma transposição óbvia e muito transparente de episódios da própria vida de Singer.
O escritor da história (o espantoso actor Ron Silver) salta entre três mulheres, todas esposas «legítimas», com a agilidade de uma corsa. A coisa, além de constituir uma infracção pesada à lei norte-americana, que proíbe e penaliza a bigamia, não pode acabar bem -- e acaba com o suicídio de Macha, a bela e insaciável Macha, de origem russa, que trouxera interiorizado o hábito da morte de um campo de extermínio nazi, e que nela parecia funcionar como um afrodisíaco... As três mulheres são como que «ressuscitadas» do holocausto e é esse peso, esse denominador comum que, como um pesadelo, faz de Herman Broder -- o escritor da história -- uma figura dramaticamente dilacerada, não só entre três esposas mas entre a vida e a morte. O cheiro a cadáver de crematório paira sobre o filme como seu oxigénio e é ele que corta a leveza frívola ou a ironia latente de algumas situações. Ou será antes a ironia que impede o dramatismo latente de atingir o paroxismo da tragédia?
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INTERFACES: A obra romanesca de Singer é, sem dúvida, um documento credenciado e notável sobre a resistência judaica. Este pequeno pormaior explica que as editoras Europa-América e Dom Quixote tenham sido, em Portugal, as mais alertadas para traduzir e editar Singer, que aparece assim em várias colecções de ficção internacional. «Inimigos-Uma História de Amor», que deu o filme de Paul Mazursky, com o título em português «Inimigas e Amantes» (Publivídeo) com música particularmente convincente (e criadora de ambientes) do treinadíssimo e conhecidíssimo Maurice Jarre, está, inevitável, na colecção «Ficção Universal», da Dom Quixote, bem como «No Tribunal de Meu Pai».
Outros livros de Singer disponíveis em português: na Europa-América, «O Mago de Lublin» e «Yentl»; na Minerva, «O Escravo» (colecção capa amarela)
A morte de Isaac Bashevi Singer dá um bom pretexto para rever o filme e ler a obra, uma das mais interessantes da literatura contemporânea de temática judaica e antinazi.
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