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Wednesday, November 09, 2005

GARAUDY EM LISBOA

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GARAUDY EM PORTUGAL:TRAVESTIS ESTRUTURALISTAS COM CENAS EVENTUALMENTE CHOCANTES

MEMÓRIAS DA RESISTÊNCIA À PORNOGRAFIA NACIONAL

Como diz o povo, «falar claro e urinar direito» é uma grande virtude. Antes os que, de facto, fascistas da gema, o são sem disfarces e sem meias tintas, o são e o afirmam, sem medo ao escândalo, do que estes meias tintas, do que estes mesinhas santas de pau carunchoso, supinamente hipócritas na sua rebolice ( e rabulice) sabichona de doutores em molho de merda seca.
Em suma: é mais útil hoje, por exemplo, um orangotango da classe tecnoprimata que faz a apologia da poluição como sinal de progresso e desenvolvimento, e proclama, em dois discursos por dia, que o campo tem de ser totalmente despovoado de gente (de quem lá teima em ficar toda a vida) e ocupado logo a seguir de Maquinaria Agrícola Pesada de tatifúndio que fará tudo sozinha, bastando carregar no botão, é mais útil, portanto, um Sicco Mansholt que fez tudo isto, que tudo isso preconizou e de tudo isto, de tudo isso fez filosofia oficial da «Europa Verde» (Mercado Agrícola Comum) do que o Sicco Mansholt mão-no-peito a penitenciar-se de ser o troglodita tecnofascista que tinha sido, a fingir de que se arrependia dessas e doutras, quando em 1972 soube do relatório do MIT.
*
O tecnocrata puro, o que avança a direito e mata quem matar, derruba quem derrubar, não dizendo que anda a caçar borboletas com uma rede de pesca ou de arame farpado, não deixando quaisquer dúvidas do que quer e do brilhante futuro e próspero destino que prapara às novas gerações, é útil e deve ser preservado como um barómetro no meio da tempestade ou um termómetro no deserto, onde há o perigo das insolações.
É útil como um intestino grosso conservado em álcool dentro de uma proveta. Ou, na alternativa, conservado com DDT (específico recomendável para o caso Sicco Mansholt).
Francamente temíveis são os que, pelo contrario, estão sempre à espera de se encaixar na moda e pular por cima da onda.
Perigosos são os que, mal chega a Lisboa Roger Garaudy. trepam logo por ele acima, a ver se ninguém deixa de os ver com o escritor célebre, a mostrar que estão à la page.
Um dos que treparam por Roger Garaudy acima, o Prof Doutor Prado Coelho, esquece, por exemplo, que em tempos lhe chamou, num artigo de jornal, filósofo ordinário e mero publicista de jornal. O incidente vem do bordel luso-estruturalista, onde pontifica a madona que se sabe e não tem mais raio de acção do que a esquina da rua dele. Mas não deixa de ser significativo.
Trepar por Roger Garaudy acima, agora que ele é capaz de vir a ganhar a presidência da República Francesa(?) com o apoio dos «verdes» e das correntes alternativas em França, o mesmíssimo doutor que arrumava Garaudy entre os subfilósofos impressionistas, é, para quem tenha memória, um espectáculo de travesti sem sobressalentes, um pornoshow com cenas extraordinariamente chocantes.
Ninguém, claramente, dos universitários que rodearam e sugaram Garaudy, disse que este filósofo francês foi um dos fundadores, com Leopold Senghor, da Universidade dos Mutantes, numa ilha da costa africana atlântica. E que esta universidade dos mutantes, não é para vomitar os discursos vomitados do lusoestruralismo, nem tem nada a ver com os doutores de Vincennes, nem com os coelhos amestrados, a não ser que foi fundada para servir de imunizador ao Terceiro Mundo contra a ocupação cultural de Paris e de outros centros em crise menstrual do imperialismo europeu.
*
O pior, como diz o povo, não é o tecnopornógrafo que esfola e corrompe sem dar contas a ninguém.
Pior são os que, oportunistas, mudam de partido três vezes ó ano, que tanto estão num sítio como noutro, que tanto esfregam os colhões no cu como o cu nos colhões (dos outros) e que ora fazem o frete ao PREC (de esquerda ou direita), ora ao quartomundismo do Garaudy.
Cuja história, aliás. apesar de pouco brilhante, sempre é menos indecente e mais honrosa do que a dos chulos que o tomaram de assalto e treparam por ele acima, logo que o viram pousar em Lisboa.
***

O FIM DO MUNDO

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11-11-1995

Citações da Bíblia retiradas do livro de C. de Kyrwan, «Como Pode Acabar o Mundo», Empreza Lusitana Editora, Lisboa, (data?):

Soltai vossos uivos, brada Isaías, porque o dia do Senhor aproxima-se: o Senhor virá tudo arrasar. Eis que se aproxima o dia do Senhor, cruel, pleno de indignação, de cólera e de furor; para transformar a terra em solidão e reduzir os pecadores a pó. Porque as estrelas do Céu e o seu resplendor não mais derramarão a sua luz; o sol, ao erguer-se, cobriu-se de trevas e a lua deixará de iluminar... Farei estremecer o próprio céu; a terra mudará de lugar mercê da indignação do Senhor dos exércitos e do dia da sua extrema cólera.
Isaías, XIII, 6, 9, 10, 13

Quando morreres, obscurecerei o céu e enegrecerei as estrelas: cobrirei o sol com uma nuvem e a lua não mais derramará luz. Farei incidir sobre ti todos os fogos do céu e cobrirei a terra de trevas.
Ezequiel, XXXII 7, 8

A terra tremeu, os céus foram abalados, o sol e a lua entenebreceram e o esplendor das estrelas eclipsou-se... farei com que se produzam prodígios no céu e na terra, sangue e fogo, vapores e fumo. O sol transformar-se-á em trevas e a lua em sangue antes que chegue o grande e terrível dia do Senhor.
Joel, II, 10, 30, 31

O sol e a lua cobri-se-ão de trevas e as estrelas perderão a lua.
Joel, II, 15

Logo após a tribulação desses dias, o sol, obscurecerá e a lua não mais dará luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
S. Mateus, cap. XXIV, 29

O começo das dores, initia dolorum (...) haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e, na terra, o pânico invadirá as nações, produzido pelo barulho formidando do mar e das ondas. E os homens definhar-se-ão de terror na expectativa do que virá a suceder a todo o universo, pois as energias, virtudes, dos céus sofrerão abalo.
Lucas, XXI, 25,26

Então se verá o Filho do Homem vir entre nuvens, com um grande poder e uma grande glória. Também, então, ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos, dos quatro ventos, dos extremos da terra aos extremos do céu.
Marcos, XIII, 26, 27

Em verdade vo-lo digo: não passará esta geração sem que todas estas coisas se cumpram
Mateus, XXIV, 34; Marcos, XIII,30; Lucas, XXI, 32

Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece, nem mesmo os anjos do céu, e apenas o Pai.
Mateus, XXIV, 36

Não ficará pedra sobre pedra que não seja destruída, non relinquetur hic lapis, super lapidem, qui non destruatur.
Mateus, XXIV, 2

Dize-nos quando isso será e qual será o sinal de tua vinda e de consumação do século.
Mateus, XXIV, 3

Não vos compete saber os tempos e os instantes que o Pai escolheu no seu poder.
Acto dos Apóstolos, I, 7

E sucederá nos últimos dias, diz o Senhor, eu espalhar o meu espírito por toda a carne. E farei prodígios em cima, no céu, e sinais em baixo, na terra, sangue e fogo, vapores e fumo. O sol será transmutado em trevas, a lua em sangue antes que chegue o grande e manifesto dia do Senhor.
Acto dos Apóstolos, II, 17,19,20

Coeli autem qui nunc sunt, et terra, eodem verbo repositi sunt, igni reservati in diem judicii et perditionis impiorum hominum
II Pedro, III, 7

Como um ladrão, sobrevirá o dia do Senhor, dia em que os céus hão-de passar com uma grande impetuosidade, os elementos serão dissolvidos pelo calor e a terra queimada com tudo quanto contém... dia em que os próprios céus se dissolverão, e os elementos serão consumidos pela ardência do fogo.
II Pedro, II, 10,12

Eis que criareis céus novos e uma nova terra, e o passado será olvidado. Exultareis e restareis eternamente exultantes nas coisas por mim criadas, pois que criarei Jerusalém na exaltação e o seu povo na alegria.
Isaias, IXV, 17, 18

Como os céus novos e a nova terra que faço subsistir ante mim, diz o Senhor, assim subsistirão vossa raça e o nosso nome.
Isaías, LXVI, 2

E vi um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra não existem, e o mar não existe mais.
Apocalipse, XXI, I

Aguardaremos, segundo a promessa do Senhor, novos céus e uma nova terra em que a justiça habitará.
II Petr, III, 13
*
KYRWAN ESCREVE:

A ruina de Jerusalem foi - como a de Roma - predita nos capítulos XVII e XVIII do juízo final

Uma espécie de regeneração desse mesmo universo predita por Isaías (LXV,17), São Paulo (Paulo ad Ephes, I, 10), S. Pedro ( Pedro, IIª Epist, III,13), João (Apocal, XXI, I)

Se, após a consumação dos séculos, quando, segundo a expressão do anjo do Apocalipse, o tempo deixar de existir, tempus non erit amplius (Apocal., X,6), o céu se houver dobrado, enrolado como um manuscrito, et coelum recessit sicut liber involutos (Apocal., X, 6), uma criação nova vier e surgir.
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Tuesday, November 08, 2005

HETERODOXIA

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[(*) Este texto de Afonso Cautela, subscrito com as iniciais A.C. , foi publicado no semanário «Vida Mundial», secção «livros», 10-11-1967 ]


• HETERODOXIA - II - ensaios - Eduardo Lourenço - Coimbra Editora, 1967 - 197 págs. - 30$00.

Ao fazer a «crítica radical de toda a ideologia», Eduardo Lourenço procede, neste segundo volume da sua «Heterodoxia», publicado dezassete anos depois do primeiro, com a maior prudência, e evita que o seu pensamento se dogmatize em fórmulas imutáveis.
Oferece uma possibilidade de polémica e o diálogo que ele desejava com a cultura europeia apresenta-se agora mais urgente dentro das próprias fronteiras nacionais, entre as correntes importadas da Europa.
O livro compõe-se de um «Segundo Prólogo sobre o Espírito de Heterodoxia» e quatro ensaios: «Situação do Existencialismo», «A Dialéctica Trágica de Camus ou o Regresso a Ítaca», «Soren Kierkegaard, Espião de Deus», «Ideologia e Dogmatismo», no último dos quais assume posição relativamente aos ensaístas sistemáticos, aos «manes fraternos e mal opostos de Hegel e Marx», representantes locais de uma ortodoxia contraditória entre o que postula e o que realiza: Joel Serrão, Augusto da Costa Dias, Vitorino Magalhães Vilhena e Alberto Ferreira são os ensaístas directamente alvejados, embora haja referências de passagem a Vítor de Sá, Mário Sacramento e António Sérgio.
O contributo de Eduardo Lourenço para o pensamento português contemporâneo cifra-se principalmente nesse impulso indisciplinador e a sua atitude isolada de franco-atirador contribui afinal para um convívio de todas as tendências, ao denunciar nelas o que está morto e o que, no entanto, vive para o futuro.
Creio que Eduardo Lourenço exagera apenas quando enfatiza a sua solidão de pensador, sem se aperceber da função catalítica que lhe cabe, de primordial importância histórica. Admite-se que deplore a ingratidão do meio cultural onde vivemos mas a circunstância de apagada e vil tristeza que nos foi dado experimentar encontrará enfim uma porta e uma luz de saída, se livros como «Heterodoxia» forem escritos, lidos e aproveitado o seu exemplo
A linha revolucionária da filosofia, dentro dos dogmatismos que se chocam, deve-se a Eduardo Lourenço e aos que pela coragem das suas ideias, estão «condenados» a não alinhar em qualquer instituição estabelecida ou a estabelecer.
Ninguém duvida dessa coragem, embora muitos prefiram à glória do futuro (a que Eduardo Lourenço pertence) a certeza e o conforto do presente.
Há compensações. E pior inferno está reservado neste Mundo aos que, não tendo dogma onde se abrigar, pensam (ousam pensar) sem ter diploma nem licenciatura. Esta outra heterodoxia só póstuma existe e dela havemos de falar quando ao reino da necessidade se substituir, por fatalidade dos acontecimentos e vontade dos homens, o reino da liberdade.
Vivo ou morto, o que importa ao pensador não apologético é manter firme a sua individualidade e, haja ou não haja editor, acreditar na parcela de verdade que descobriu e revelará.
A dialéctica identifica-se com essa descoberta e fora dela as ideias estagnam, mas necessita dos apologetas e dogmáticos para os combater e caminhar em frente.
Eduardo Lourenço, se os critica com aspereza, deve também agradecer-lhes:
«O que o progressismo propõe é um método e um método de uma exigência e de uma complexidade a bem dizer sem termo - mas o que os nossos autores nos oferecem é solução não mediada por uma concreta investigação progressista mas pelo emprego de conceitos ou categorias que só são progressistas pela prática que as justifica.»
O método que, entre outros, Merleau-Ponty, Erich Fromm, Lucien Goldmann usaram, o método que começa a clarificar-se nos seus propósitos básicos; o método que desde Hegel se teoriza mas que alguns anos ainda, de prática, na prática, hão-de ensinar-nos; o método que sob os nomes de «semântica geral», «estruturalismo», «dialéctica», «lógica do contraditório» tenta aproximar cada vez mais o pensamento da realidade e do movimento que perpetuamente a dinamiza.
A. C.

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(*) Este texto de Afonso Cautela, subscrito com as iniciais A.C. , foi publicado no semanário «Vida Mundial», secção «livros», 10-11-1967

GARAUDY E SENGHOR

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DIÁLOGO DE CIVILIZAÇÕES - UNIVERSIDADE PRECISA-SE(*)

Se a palavra Universidade tem a mesma raiz que a palavra universal...


[ 10-11-1979] - Se educar é acordar a humanidade do pesadelo chamado ignorância, teremos de concluir que o pesadelo se adensa em Portugal e que do analfabetismo estamos a recuar para as trevas da ignorância.
Se a opção ecológica é uma aposta nas prioridades a caminho do que mais importa para libertar as pessoas, tudo indica que em Portugal se caminha de novo para o reforço dos aparelhos totalitários que trituram as pessoas e a liberdade em nome do progresso, da ciência ou do desenvolvimento.
Se as tecnologias apropria-das, humanistas e democráticas são o futuro da humanida-de, então estamos em Portu-gal a caminhar alegre e aceleradamente para um passado bem morto e enterrado.
Se a liberdade e a democracia ainda não são prioridades em Portugal, então é urgente uma escola aberta de tecnologias apropriadas: que para já pode, deve e tem de ser a televisão.

GARAUDY E SENGHOR

Roger Garaudy esteve entre os fundadores da Universidade dos Mutantes, com sede na ilha de Gorée (Dacar) e que ali foi instalada, em 1979, graças aos esforços do poeta Leopold Sedar Senghor, presidente da República do Senegal.
Garaudy e Senghor sustentam ambos que «a cultura está no princípio e no fim do desenvolvimento, que os objecti-vos deste desenvolvimento só podem ser repensados por um diálogo das culturas e que o desenvolvimento deve estar li-gado aos valores próprios de cada sociedade, a sua cultura e as suas estruturas».
Em declaração à France--Press (10-11-1979), Senghor explica:
«Criando a Universidade dos Mutantes, nós trabalha-mos para construir a civiliza-ção do universal. Ensina-se aos estudantes os traços ca-racterísticos de cada civiliza-ção diferente, ensina-se que, neste fim do século XX, nos di-rigimos para a civilização do universal, que será a simbiose das virtudes complementares das civilizações diferentes.»
O estudante da Universida-de dos Mutantes, como a maior parte dos altos respon-sáveis dos países do Terceiro Mundo, crê na supremacia da técnica ocidental, no modelo de crescimento industrial e crê que basta transpô-los, adap-tando-os, para desenvolver um país mais pobre. A sua convic-ção é de que deve imitar o Ocidente.
Pôr em causa as certezas deste estudante e incitá-lo a participar na criação de um fu-turo inédito, são os principais objectivos da Universidade dos Mutantes.

UNIVERSITÁRIOS CALAM-SE

As ciências humanas já hoje admitidas no seio da instituição universitária encontram-se, desde o início, demissionárias.
Não precisando de levar às últi-mas consequências , as próprias premissas para se tornarem ciên-cias incómodas, críticas e mesmo subversivas de um «establish-ment» económico e político no mínimo «desumano», elas calam--se, refugiam-se no silêncio.
Era lícito esperar de antropolo-gistas, etnógrafos, sociólogos e psicólogos, atitudes de maior in-conformismo e que por aí passas-se, como passou pela Universida-de de Vincennes em Maio de 1968, uma das barricadas para a verdadeira batalha do nosso tem-po: salvar o homem de si próprio.
(Título de um livro de Gabriel Marcel: «Os Homens contra o Humano»...)
Não é, no entanto, o que se vê: os «especialistas» das ciências humanas fecham-se em copas, escudam-se numa pseudo-neutra-lidade, a que chamam «objectivi-dade científica», enfim, demitem--se.
Resulta desta demissão que batalhas como a das medicinas humanas têm de ser travadas por autodidactas, jornalistas malucos como o autor destas crónicas, au-todidactas e analfabetos que ne-cessariamente não se encontram devidamente apetrechados e dou-torados para travar com os cate-dráticos da morte a batalha ideo-lógica, não tendo lábia nem pa-lheta para com eles discutir frente às câmaras da televisão...
Se os universitários não aju-dam, que será de nós?
Comodismo, no entanto, com-preensível o dos digníssimos cul-tores das ciências humanas, que estudam afincadamente a forma de contestar o sistema para cien-tificamente a ele se conformarem.

FONTES DA SABEDORIA

Autores desde já respeitáveis e tidos na conta de sérios pela instituição universitária, há muito advogam, sem vergonha, na li-nha dos novos tempos que es-tão despontando desde Maio de 1968, uma pedagogia diferente baseada na sabedoria esotérica que brota de fontes hindus, chi-nesas ou tibetanas.
No quadro das ciências huma-nas admitidas pela própria insti-tuição universitária, o menos que um doutor ocidental, que se jac-te de culto ou minimamente in-formado, tem a fazer é calar-se perante aquilo que ignora ou o ultrapassa.
Não passa já pela cabeça de qualquer universidade do mundo civilizado ocidental classificar de primitiva, charlatã ou bárbara a mais antiga sabedoria das civili-zações extremo-orientais.
Em Portugal, porém, e como se se tratasse alinda do rebanho de carneiros que ditadores bara-tos julgaram domesticar, o espectáculo está à televista: pre-ga-se a lei dos três estados como se todos fôssemos borre-gos e como se este bocado rec-tangular de terra no «faroeste» da Europa fosse uma récua de animais irracionais.
É este constante, abusivo «fa-zer de nós parvos» que torna certas ordens e instituições um
caso hospitalar de urgência ou, em alternativa, um caso de polícia.
Em nome da civilização, da Europa, da ciência, da cultura, da decência, apela-se às autori-dades hospitalares ou, em alter-nativa, policiais que tomem me-didas cautelares contra os agita-dores da ordem... pública que, montados nas antenas da cha-mada comunicação social, desenvolvem ingentes esforços para continuar vendendo a ba-nha de cobra que, desde 1968 (Maio) já ninguém culto compra.

NÃO AOS GORILAS

A miséria de uma ciência exan-gue, esclerótica e definitivamente divorciada do real, quanto mais se autoafirma positiva ou experi-mental, consiste fundamentalmen-te na opaca ostentação dessa mesma miséria mental.
Tendo manipulado previamente os cérebros e condicionado, com reflexos pavlovianos, a chamada opinião pública, tendo adaptado e domesticado à dimensão da sua própria mesquinhez, as consciên-cias estereotipadas, ela tripudia agora sobre a miséria mental que fabricou, afastando de si próprios e da sua libertação os homens que foi intoxicando com a podre ideologia tecnocrática, herdeira directa da lei dos três estados.
É o espectáculo degradante e abjeccionista de uma tecnocracia sem alma, gabando-se ao reba-nho de sobre ele despoticamente governar.
Custe o que custar e dê lá por onde der, temos que dizer o não da liberdade aos gorilas e carras-cos da abjecção.

ACADEMIAS RENDEM-SE

Sem falar dos iconoclastas que, individual e isoladamente, desafiaram a barbárie da ciência ocidental, com as ideias e teses da subversão criadora – surrealismo, dadaísmo, «hippies», movimentos neo-místicos, revolução cultural, Maio 68 - limitemo-nos a falar daquelas personalidades que academias e universidades não deixaram de aceitar, para ca-tedráticos das suas aulas.
Se é em temos universitários que nos querem dar lições, situe-mo-nos no terreno do inimigo.
E encontraremos aí figuras que peroraram sobre ciências iniciáti-cas - ioga, alquimia, ramos ocul-tos e esotéricos - gente que pensa, publica livros, ensina, re-cebe honorários e criou nomes suficientemente prestigiados, ad-mirados e respeitados em todos os continentes, por jovens de to-das as gerações.
Na rápida vista de olhos, noto, por exemplo que Edgar Morin filo-sofou longamente sobre temas «primitivos» a que, por pudor, chamou «arcaicas», Lévy Strauss ergueu uma teoria chamada es-truturalismo, Michel Foucault in-vestigou exaustivamente o «outro», Roland Barthes não des-denharia fazer alta especulação com os signos chineses e os sím-bolos do vómito publicitário.
Enfim, os doutos catedráticos das academias europeias decidi-ram também meter o dente nas outras civilizações e foi um ver se te avias. Se o fizeram sob a ameaça da forca, é questão que não importa agora deslindar.
Se das universidades da Cali-fórnia falamos, o próprio Edgar Morin foi lá estagiar e o que se lê no seu Journal de la Californie, desses novos alquimistas é de molde a meter a ciência ocidental num chinelo. A tecnocracia, coita-da, saiu ganindo pela porta do quintal.

CAVERNÍCOLAS AINDA?

Já ninguém hoje, nem mesmo os tecnocratas, nem mesmo os organismos especializados das Nações Unidas, acredita na tec-nocracia.
Mas em Portugal. acredita-se ainda na religião da ciência, ofi-cia-se em plena TV a corre-se de charlatão todas os que não se ajoelham no altar de Augusto Comte.
Convencidos de que esmagam a nossa pobreza provinciana de autodidactas, os abencerragens do positivismo gritam, até ficar rocos, as pepineiras tecnocráticas mais cediças, julgando que nos deixam aturdidos de enlevo e ad-miração.
Mas não estamos aturdidos nem enlevados.
Imundície e promiscuidade - a que os tecnocratas chamam pudi-camente poluição - é tudo o que este neopositivismo tem afinal para dar às novas gerações.
A alta tecnologia cirúrgica - e o seu apogeu, a transplantação - é apenas a comprovada de-monstração da falência da tera-pêutica: corta-se e transplanta-se o que já não se consegue curar.
Quem tem, positivamente, que ser rigorosamente policiado e à luz dos direitos humanos, dado como indesejável no seio da co-munidade humana e das democracias civilizadas, é o tecnocrata ensandecido que fez época, ex-plorou, matou, vituperou mas cujo reinado chegou ao fim.
Cavernícola é que em Portugal ainda se dê guita a esta raça que a nova geração rejeita, onde quer que a nova geração aprendeu a pensar e a fazer alguma coisa mais do que ficar surda, de «rock» ou envenenada de coca.
Se há nomes que a tecnologia judaico-cristã ainda não digeriu – como é o caso de Ivan Illich, Michel Bosquet, Theodore Roszak, Ala Watts ou do enigmático Gurdjieff - outros há que já lec-cionam livremente nas respeitá-veis universidades que condicio-nam as novas gerações à boa vida do sistema.
Os nomes de Herbert Marcuse, Adorno, Thimoty Leary, Norman Brown, Kenneth E. Boulding, Erich From, Ronald Laing, René Dubos, Barbara Ward, Barry Commoner não me parece que possam rotular-se de primitivos ou charlatães.
Por outros motivos e bastante óbvios, a tecnocracia judaico-cris-tã expulsou Wilhelm Reich conde-nando-o à miséria e prendendo-o num hospício psiquiátrico, mas esse era culpado de ser pobre e não ter, com a teoria do Orgone, conse-guido fazer fortuna.
Se há figuras que não fran-quearam, por oficio, os umbrais da instituição escolar, é porque ti-veram forças para criar eles pró-prios a sua escola, são os casos de Lanza del Vasto, Rudolf Stei-ner, Khrisnamurti, Michio Kushi.
Sabemos ainda e por exemplo que a Universidade Mundial Bra-hama Kumaris, consagrada a di-fundir o Raja Ioga, tem o alto pa-trocínio das Nações Unidas e tal-vez ninguém, mesmo em Portu-gal, se atrevesse a considerar «charlatão» aquele areópago in-ternacional...

DE IGUAL PARA IGUAL

Inclusive tecnocratas arrependi-dos, como Roger Garaudy, Jean Paul Sartre, F. Schumacher, Amory Lovins, Serge Moscovici, René Dumont, René Dubos, Joel de Rosnay, Konrad Lorenz ou Roberto Vacca, arriscar-se-iam a merecer o rótulo de charlatães se tivessem de submeter-se a exa-me com um júri constituído por vários doutores Castanhinha.
Há nomes que são hoje refe-rências universais inalteráveis para qualquer pessoa que se diga culta. Lanza del Vasto, Khrisna-murti, Michio Kushi, discutem com universitários sempre que calha, e a nenhum caíram os parentes na lama. Se não derrubaram (ainda) a tecnocracia, também não se renderam a ela. Falam de igual para igual.
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(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado na «Crónica do Planeta Terra», «A Capital» e não me arrependo de nada, antes pelo contrário. Com a data de publicação por identificar, registo-o com a data do telex a que se refere e que vai em anexo. É, além do mais, um texto placa giratória dos nomes que mais influiram a ideia ecológica no seu sentido mais lato. Indispensável ligar esta listagem de «obscurantistas» à do file onde, em resposta ao bastonário Germano, enunciei uns dez obscurantistas dos mais directamente ligados à ecologia da medicina. Mas muitos outros devem completar essa listagem (definitiva) de «obscurantistas», a qual devidamente humedecida em mijo poderei, um destes natais, atirar à cara do dito Germano dito de Sousa.
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A RAINHA VAI NUA

bio-1-3-lexico-1-balanço do 1º semestre-mein kampf 10/11/1998-cadeira de deontologia- curso de naturologia-1º ano

SE A CIÊNCIA É REI, O REI VAI NU

O QUE TE ESPERA, JOVEM AMIGO, AO ENTRARES PARA UMA FACULDADE.

10/11/1998 - Para lá de te pintalgarem a cara e outros rituais de iniciação ou ritos de passagem, irás ter que meter na cabeça as variadas e desvairadas nomenclaturas das várias e desvairadas ciências que os vários e desvairados especialistas se encarregam de te despejar para dentro, para único e exclusivo proveito das suas (deles) respectivas especialidades, para único e exclusivo proveito das suas brilhantes carreiras, para único e exclusivo proveito dos seus brilhantes currículos.
Tens que ser tu, jovem candidato a doutor, a armazenar as várias especialidades em que eles são especialistas.
Serás, sem querer e sem o saber, uma super-Internet, isto é claro se quiseres o diplominha que te dará o título tão desejado de doutor.
Espera aí: acabo agora de saber que a implacável hierarquia do poder universitário, tem vários graus assim discriminados:
Bacharelato
Licenciatura
Mestrado
Doutoramento
Cátedra
Professor agregado
Etc

A concorrência gera a inveja social que, neste caso, se chama inveja institucional. Vais ser instigado a subir, a trepar, a ser melhor do que o vizinho, a conquistar melhor nota para ficares em melhor posição. O saber universitário é assim uma luta (feroz e sangrenta) pelo poder.
E assim farás, nem que para isso tenhas que tomar quilos de fósforo, de cabular, de dissimular, de ficar 48 horas acordado, de marrar e encornar até o cérebro ficar todo num oito.
Poderão chamar-te, depois, aluno médio ou bom aluno.
Se não quiseres ser irradiado da hierarquia dos bons, tens muito que encornar e muitos esgotamentos a ganhar para o teu currículo ortopsíquico.
Enquanto eles têm orgasmos de cada vez que te atiram com mais um palavrão técnico, tu terás, tarde ou cedo, e na melhor das hipóteses, um esgotamento cerebral. Mesmo que tomes fósforo às toneladas, não conseguirás acompanhar a escalada que te impõem.
Encontrarás, então, pretextos para protestar: ora são as propinas, ora a qualidade de ensino, ora outro eufemismo qualquer.
Mas a razão de fundo, que nem a ti mesmo confessas, é o quadro de ensino que, imutável, se mantém há séculos e que conduziu o mundo, a humanidade e a vida a este holocausto que temos hoje.
Tudo para honra e glória de todos os especialistas de todas as especialidades.
A melhor recompensa que o jovem podia dar a estes esforçados especialistas era submetê-los a uma prova muito simples: da listagem de palavrões a seguir indicados, exigir que decorassem todos, um por um, e que definissem cada um como se o cérebro humano tivesse que ser um dicionário ou, modernamente, uma diciopédia.
Não era mais nem menos do que aquilo que os especialistas exigem do jovem que chega às universidades.
Se és jovem recém-chegado às universidades, tens, de facto, que saber o que queres e para onde vais. Mas, provavelmente, com a actual situação de ensino em geral e de ensino superior em particular, nunca o saberás.

Eis, para começar, alguns dos milhares de palavrões que as várias cadeiras debitaram durante o primeiro mês do 1º ano do curso:(Ver file lexico-1)

bio-2

EM NOME DA VIDA UM POUCO DE ORDEM, PLEASE!

29/11/1998 - Em nome da vida (e, portanto, da Naturologia Holística ) pede-se às ciências da dita vida - as bio-logias - que ponham um pouco de ordem na sua própria casa, no seu terreno de manobra, no seu campo de batalha. E já que a ciência moderna se tornou uma guerra permanente.
Ordem no campo, um mapa da região, para que o estudante de Biologia saiba onde está, em que ponto está do mapa, quando apanha pela proa os nomes mágicos, os neologismos que ciência bio está sempre a fabricar e a acrescentar ao já vasto léxico que conseguiu reunir.
Se todo este léxico alguma vez prestou algum serviço à vida, à naturologia e à holística, é o que fica por saber e que talvez nunca se saiba.
Mas já que o sistema nos constrange, como alunos, a este confronto permanente com um léxico em permanente proliferação, orgulhoso de ser o mais vasto de todos os léxicos que a ciência tem inventado, talvez não fosse má ideia, para higiene e profilaxia da nossa saúde mental, que as ciências do bio se congregassem para que o estudante se orientasse na selva desse «struggle for life» que é a nossa civilização de alta e sofisticada ciência.
Há, no mínimo, que encontrar pistas ( ou hipóteses de trabalho) que nos conduzam neste reino da confusão.
Como fui a correr comprar uma série de livros (a seguir indicados) de «bio-logia», socorro-me então de alguns deles para sugerir algumas pistas de convergência holística, o que faria certamente algum bem à saúde mental de alunos e professores.

A EPISTEMOLOGIA DIZ NÃO

A epistemologia, que à partida se poderia colocar como uma instância ordenadora (já que não quer ser instância de recurso e tribunal supremo) para dirimir estes gravíssimos diferendos interciências, ainda por cima da mesmíssima área, da mesmíssima família, cedo nos indica que o melhor é tirar o cavalinho da chuva porque não vai deixar de chover.
Se formos pelos grandes craques da Epistemologia - como é o incontornável Gaston Bachelard, que escreveu mais livros por metro quadrado - bem podemos encontrar que nunca encontramos.
Os milhares de páginas que este crânio obrou só se ocupam das ciências físicas deixando as outras (históricas, antropológicas, biológicas) órfãs e ao deus dará.
Melhor do que ele, nesse aspecto de só considerar as ciências físicas como ciência, é Jonh Losee, com a sua obra gigantesca «Introdução Histórica à Filosofia da Ciência.» (Ed. Terramar, Lisboa, Outubro de 1998)
De maneira que tive de chorar amargamente os quase 20 mil que dei para ficar epistemologicamete apetrechado com esta lista de livros do grande crack Bachelard e dos restantes craques.

Num livro que prima pela transparência e inteligibilidade do discurso - o que é raro em textos de epistemologia - vamos encontrar, ao todo, página e meia que se ocupa da ciência da vida, a tal que tem hoje o léxico mais vasto de todas as ciências.
Foi o primeiro livro a ser indicado pelo nosso professor de Epistemologia , está esgotadíssimo mas com os meus recursos de rato de biblioteca lá o descobri e estou lendo os «Elementos de Filosofia da Ciência», de Ludovico Geymonat ( Ed. Gradiva, Lisboa, s/d). Mas sobre a vida, nicles.

De caminho, visitei Maria Manuel Araújo Jorge, incluída no volume colectivo «O problema Epistemológico da Complexidade» e que era suposto abordar, nesse plantel de sumidades, não a teoria da história, não a física das altas energias (para isso lá estava o alto comissário do CERN em Portugal, José Mariano Gago) , não a física nuclear, mas - exactamente - a epistemologia da Biologia.
Querias! A senhora deve ser um barra em epistemologia, pelo que fiquei exactissimamente na mesma sobre o que eu ali pretendia : ver um pouco de ordem na vasto campo da ciência biológica.
Resta ao estudante, talvez, nesta bibliografia que adquiriu por bom preço, debruçar-se sem cair, sobre «O Paradigma Bioético» (Ed. Salamandra, Lisboa, 190), discurso morninho e autodesculpativo de Gilbert Hottois sobre as imoralidades das ciências da vida, mas antes isso que nada.
Porque a crítica epistemológica da Biologia - está visto - é mesmo nada, até este momento, em que a Biocracia se instalou de chinela e pucarinho, arreganhando os dentes à própria irmã gémea, a tecnocracia já instalada.

Procurando melhor, lá vamos então descobrir, na colecção «O Saber da Filosofia», das edições 70, um senhor Georges Canguilhem que, perdendo a cabeça, dedica 126 páginas (fora os trocos) à «Ideologia e Racionalidade nas Ciências da Vida.», obra que passa agora a ser o meu livro de cabeceira, para me animar nas insónias de aluno das ciências da vida.
Foi uma festa, vai ser uma festa, neste 12º trabalho de Hércules que é encontrar um nexo lógico (ou nem que seja histórico, cronológico, etc.) entre os vários ramos da Bio-logia.
Em nome da vida (e portanto da naturologia Holística) espera-se que o trabalho de encontrar nexos entre as partes vá avançando sobre os cadáveres dos alunos que, geração após geração, foram e ainda vão ser, por alguns anos, assassinados, em nome da vida, pelas ciências da vida.

Um incidente curioso.

No dia 25 de Novembro de 1998, quando o professor de Farmacognósia estava no auge do massacre terminológico às frágeis mentes de nós todos, sai-se com esta de antologia :
«E ainda não chegámos à Farmacognósia!»
De facto, ao que parece, desde a primeira aula, estávamos ainda... na Química.
Mas Química ou Farmacognósia, que importa isso se o nevoeiro é cerrado e total e se ninguém, aliás, sabe onde está nunca ?

O apelo feito aqui para que as ciências do Bio
- Farmacognósia
- Bioquímica
- Biologia celular
se reunam num gabinete de crise, faz, afinal, algum sentido, face àquele incidente.
O que aconteceu na farmacognósia aconteceu também na Bioquímica. Só que aí o professor tem todo o cuidado em nos avisar, constantemente, que ainda não estamos na Bioquímica, ou antes, que estamos na Química...
Comparando com a Química em que o professor anterior diz ainda estarmos, o que poderemos encontrar de comum?
Se estamos a dar a mesma coisa - Química - em Farmacognósia e em Bioquímica, porque são tão diferentes estas gémeas?

ÀS ARRECUAS COMO O CARANGUEJO

De um modo geral, o andamento das ciências nas nossas escolas modernas, vai no sentido inverso. É como o caranguejo, sem ofensa para o caranquejo: Começamos pelo ininteligível - a parte - para chegar ao inteligível: o todo, quando a démarche normal, natural e lógica deverá ser do global inteligível para o pormenor ininteligível que só no global se torna inteligível.
É o que designei por «situar no mapa das ciências o ponto onde estou » quando se fala de:
(Ver lista em lexico-2)
E não venham dizer-me que essa lista não é nem de Farmacognósia, nem de Bioquímica, nem de Biologia celular.
Lá porque retirei este léxico-2 de um livro sobre «A insuficiência alimentar», ele só prova que tem de se partir de um global inteligível para chegar então ao pormenor ininteligível.
Não me venham dizer que isto é fisiologia, que é anatomo-fisiologia, que é patologia - nesse caso deve começar pelo princípio, indo depois ao resto dos pormenores.
Como única safa, o melhor é mesmo, com as facilidades do word 97, listar o léxico dessas ciências e depois, palavra a palavra, assinalar aquelas que têm maior frequência de ocorrência e maior número de interfaces com as várias e desvairadas ciências da vida.

bio-3

SE A CIÊNCIA É REI, O REI VAI NU

Alguns livros de epistemologia onde procurei as ciências da vida quase sem encontrar:
Bertrand Russell - Os Problemas da Filosofia - Ed. Arménio Amado, Coimbra, 1980
Boaventura de Sousa Santos - Introdução a uma Ciência Pós-Moderna - Ed. Afrontamento, Porto, 1989
Edgar Morin - O Paradigma Perdido - PEA, Lisboa, 1975
Edgar Morin - O Problema Epistemológico da Complexidade - PEA, Lisboa, s/d
François Dagognet - Bachelard - Ed. 70, Lisboa, s/d
Gaston Bachelard - A Psicanálise do Fogo - Ed. Estudios Cor, Lisboa, 1972)
Gaston Bachelard - Filosofia do Novo Espírito Científico - Ed. Presença, Lisboa, 1976
Gaston Bachelard - O Novo Espírito Científico - Ed. 70, Lisboa, s/d
Georges Canguilhem - Ideologia e Racionalidade nas Ciências da Vida - Edições 70, Lisboa, s/d
Gilbert Hottois - O Paradigma Bioético - Ed. Salamandra, Lisboa, 1990
Johannes Hessen - Filosofia dos Valores - Ed. Arménio Amado, Coimbra, 1974
Johannes Hessen - Teoria do Conhecimento - Ed. Arménio Amado,Coimbra, 1964
John Losee - Introdução Histórica à Filosofia da Ciência -
Ludovico Geymonat - Elementos de Filosofia da Ciência - Ed. Gradiva, Lisboa, s/d
Pierre Delattre - Teoria dos Sistemas e Epistemologia - A regra do Jogo, Lisboa, 1981
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Monday, November 07, 2005

BOM DIA, TEILHARD

a-teilhard-aq

segunda-feira, 7 de Novembro de 2005

BOM DIA, TEILHARD!

Reunindo os files do meu computador (+- 30) com a palavra Teilhard de Chardin, verifico que abrangem textos ligados à lógica ortomolecular(-OM) e, portanto, à minha tese póstuma(-AT): onde tentei entrar no universo macrocósmico de que o Teilhard, antes de Etienne Guillé, me dera o primeiro lamiré. Na altura e com o natural pessimismo desses meus verdes anos, achava um bocado «especulativa» essa abstracção: hoje, à luz da lógica ortomolecular (-OM) e da hipótese vibratória (-hv), considero-o o próprio coração do real.
É uma reviravolta de 180 graus, pelo menos!
Ainda estou hesitante em utilizar, para publicação, o merge clássico do word (*.doc) , pasta zipada (*.zip), o link do word (*.doc), ou este arquivador que estou a utilizar (*.obd).
Em qualquer caso, terei sempre que fundar numa só pasta (num só file) o quantitavo de files em apreço.
O arquivador, ao que penso, permite uma consulta mais «calma» (e selectiva) de quem pesquisa.
Faço aqui a listagem dos nomes de files inseridos nesta colectânea ou grande conjunto(-GC).
1. 1959-77
2. 71-07-13-ls=leituras selectas
3. adec
4. apdn-6
5. atados
6. bioinf-1
7. cacf-3
8. carlos-5
9. cdb-6
10. cdbb-6
11. cdi-2
12. da-17
13. dezemb2
14. episte16
15. episte-5
16. int
17. intt
18. intui-1
19. intui-3
20. lexluz
21. lista 11
22. mago
23. maximass
24. memorias
25. novop-2
26. pilares6
27. retro-1
28. stone-3
29. surreal

Ainda não é hoje que me resolvo a publicar a lista de livros de Chardin que guardo, religiosamente, na minha Biblioteca do Gato (-BG).
Um dia será. ♥