BOOK'S CAT

*** MAGIC LIBRARY - THE BOOKS OF MY LIFE - THE LIFE OF MY BOOKS *** BIBLIOTECA DO GATO - OS LIVROS DA MINHA VIDA - A VIDA DOS MEUS LIVROS

Saturday, May 13, 2006

J. IRVING 1991

1-1 - 91-05-13-ls= leituras do ac - irving-ls

A INTRIGA VOLTOU DE MODA?

13/5/1991

Ao ler o último número da  revista «Ler», dirigida por Francisco José Viegas, alguém perguntava: o artigo do escritor norte-americano John Irving, ensinando como se fabricam best-sellers, é promoção de quê ou de quem? De uma marca, firma ou apenas da pós modernidade para uso anglosaxónico?
+
574 caracteres - romance-manifest-livros

A ARTE DE ESCREVER ROMANCES CONFORME AO DISCURSO DOMINANTE

19/5/1991

Remissa para o artigo de John Irving, na revista «Ler», nº 14. Se todos fossem usar a receita de fazer romances de sucesso que ele ensina, congestionava-se o tráfego (o tráfico) da ficção actual, mais do que já está, não deixando chegar à meta os corredores de primeira linha que continuam institucionalmente a ganhar prémios e a coleccionar galardões. Se a maioria ascendesse democraticamente ao poder literário, a minoria actualmente no poder iria perder esse poder e esse monopólio.
***

E.B.CHAVES 1992

chaves > - gato leitor - notas de leitura

13-5-1992

EDUARDO B. CHAVES:QUEM AMALDIÇOA QUEM?

Segundo nos conta o escritor brasileiro Eduardo B. Chaves, especialista de Astroarqueologia, ele teve que enfrentar uma verdadeira rajada de obstáculos, uma espécie de «tufão do mal», quando se decidiu publicar «Mensagem dos Deuses», obra em que nos tenta demonstrar que no Brasil terão possivelmente vivido seres extraterrestres que formaram e educaram verdadeiras colónias e que criaram uma civilização totalmente diferente daquela que hoje conhecemos.
Subintitulada «Para uma revisão da História do Brasil», a obra de Eduardo Chaves parece inscrever-se assim na lista dos «livros malditos», cuja história impressionante o escritor francês Jacques Bergier teve ocasião de relatar em «Livros Malditos» (Livraria Editora Hemus, São Paulo, 1972).
Ainda que salte para o domínio do inverosímil, a série de ocorrências estranhas contadas por Eduardo Chaves não pode ter sido inventada. E bastava metade de todas essas peripécias, para nos deixar não só impressionados mas verdadeiramente dispostos a seguir algumas pistas ou, pelo menos, a responder a estas perguntas:
- Quem estará -- e porquê, e onde? -- interessado em impedir, por todos os meios, incluindo os mais insólitos, que determinadas mensagens sejam divulgadas, quer dizer, exoterizadas?
- Estaremos a ser vigiados e controlados por entidades atentas?
- Esotérico significará o que não deve ou o que não pode ser divulgado ao comum dos mortais?
- Que sina persegue, através dos séculos, certos livros? (E, já agora, certos autores?)
- Atingir o conhecimento de determinadas leis de funcionamento do Universo será o que algumas religiões chamam «pecado original» e terminantemente proíbem?
- Estaremos condenados a «não conhecer» certas zonas da Luz por serem demasiado intensas ou por lá só podermos e devermos chegar depois de iniciados?
Estas e outras perguntas saltam ao nosso consciente enquanto lemos o relato, impressionante, que Eduardo Chaves faz das atribulações que passou para publicar o seu livro.
***

A. DAVID-NEEL 1992

[publicado em «leituras de verão», eventualmente modificado] - -1043 caracteres - artes de viver - caminhos do maravilhoso – notas de leitura

ROTINA DO MILAGRE NA MAGIA TIBETANA

[13/5/1992] - O que vulgarmente se classifica de «mágico», acontece, em sociedades ainda ligadas às origens do Mundo, como um fenómeno normal de rotina.
Esta podia ser uma das conclusões a retirar do livro «Místicos e Mágicos do Tibete», da escritora Alexandra David-Neel, nascida em França, livro que se encontra em edição portuguesa das Publicações Europa-América(*)
O olhar que esta autora lança sobre o mistério tibetano é de um jornalista ou de um investigador científico, habituado ao nível racional e factual dos acontecimentos e sem ir muito além da casca ou superfície dos fenómenos. Ainda assim e se tivermos em conta que o Tibete (e o lamaísmo) já foi vítima de um «gangster» chamado Lobsang Rampa, pelo menos Alexandra David-Neel é honesta e de boa fé, com o mínimo de abertura a um tipo de sensibilidade completamente diferente da maneira de ser ocidental e a um fundo secular de sabedoria que nada tem a ver com os padrões em vigor nas tradições europeias.
Ela deixou-se apaixonar pela cultura tibetana e, se é certo que não compreende muito daquilo que observou, também é verdade que o mostra sem preconceitos, sem classificar de charlatanismo, como tantos fazem, tudo aquilo que não está à altura de compreender. É como se tivesse sido chamada à missão de divulgar no Ocidente a mais antiga tradição primordial viva. A sua vida tem sinais muito claros dessa predestinação, que ela, aliás, aceita e assume com a maior naturalidade. Ela percebeu, pelo menos, que nada acontece por acaso e que também a sua vida estava traçada... Alexandra David-Neel trouxe, assim, desse mundo «desconhecido e proibido» uma fabulosa amostra do tesouro que se contém no cofre do conhecimento milenar e secreto, a sabedoria prática (mágica) contida nas ciências ditas ocultas.
Nascida em Paris em 24 de Outubro de 1868, de uma família francesa protestante, faz a primeira escapadela para a Grã Bretanha aos dezassete anos. Estuda filosofia e línguas orientais. Uma manhã resolve ir para o Tibete, onde se iniciará no budismo. Até à guerra 1914-18, vem à Europa algumas vezes mas por pouco tempo. Da China aos Andes, muitas vezes a pé e como peregrina, atravessa todo o Tibete e conta essa experiência no livro «Viagem de uma Parisiense a Lassa». Bloqueada na China, durante a Segunda Guerra Mundial, volta a França com o filho adoptivo, o lama Yongden. Alexandra David-Neel morre em Digne, a 8 de Setembro de 1969, deixando duas dezenas de livros sobre o Tibete, o budismo e cultura oriental.
-----
(*) «No Rasto de Místicos e Mágicos do Tibete», Alexandra David-Neel, Publicações Europa América, Colecção «Portas do Desconhecido», nº 56
***

PAULO COELHO 1991

1-3 - 91-05-13-ls- leituras do ac paulo-ls

DE MAGO A ESCRITOR PELOS CAMINHOS DE COMPOSTELA
PAULO COELHO EXPLICA «BEST-SELLERS»:
«A FÉ É O SEGREDO DO MEU SUCESSO»

13-5-1991

«A minha obra ultrapassou-me», disse a «A Capital» o escritor brasileiro Paulo Coelho, de 44 anos de idade, cujo sucesso de vendas constitui no Brasil um fenómeno verdadeiramente único e sem precedentes neste País. «O segredo de tudo é a Fé e talvez seja também o do meu sucesso», declara o escritor, com a maior humildade intelectual.
Ele mantém-se à cabeça das listas de «best-sellers», facto que é registado por jornais e revistas de todas as tendências, incluindo a «Veja», que tira um milhão de exemplares por semana. Com três livros publicados desde 1987, Paulo Coelho conseguiu atingir, em menos de cinco anos, um milhão de exemplares vendidos dos seus três livros, o que, no Brasil, nunca antes acontecera com qualquer outro escritor, vivo ou morto, nacional ou estrangeiro.
A palavra «Deus» comparece assiduamente no discurso deste «mago» que se fez escritor, ainda que ele se confesse incapaz de definir o conteúdo da palavra. «Deus é mais uma experiência do que uma definição -- acentua --, posso vivê-lo, mas não explicá-lo». Quando se lhe fala do êxito público que os seus livros constituem e que a maioria da crítica ostensivamente ignora, exclama «Graças a Deus», sem deixar, no entanto, explícito se as artes mágicas também fizeram por isso alguma coisa, o acaso chamado sorte, o carisma que indiscutivelmente possui, o talento de narrador, enfim, os mil e um imponderáveis que, todos ou nenhum, podem ou não ter concorrido para o maior fenómeno editorial brasileiro de todos os tempos. Limita-se a mais uma evasiva: «O sucesso é uma coisa tão difícil de explicar como o insucesso.» E adianta: «Não posso dizer que, de início, esperava tudo isto. A verdade é que o acolhimento público foi muito além do que eu podia esperar. Quando, em Maio de 1987, lancei «O Diário de um Mago», eu visava um público médio de 3000 pessoas, que é aquele número que habitualmente se costuma interessar por estes assuntos. Acresce que o caminho iniciático de Santiago, de que faço o relato nesse livro, é uma coisa absolutamente desconhecida, um assunto sofisticado para o brasileiro.»
«Diário de um Mago» é, com efeito, o relato «jornalístico» da peregrinação que o autor, já então adepto da ordem Regnus Agnus Mundi, fez no caminho de Santiago de Compostela.
Não deixa de ser curioso que um brasileiro, rodeado de tradições mágicas e ocultistas com tão fortes raízes locais, se sentisse atraído por uma mística deste outro lado do Atlântico e que os próprios portugueses, embora lhe fique na fronteira Norte, quase todos ignoram.
Mas assim aconteceu e a verdade é que a TV Manchete, em coprodução com a TV espanhola, está neste momento a filmar, com base no livro de Paulo Coelho, um serial de 12 episódios que provavelmente será um êxito junto dos telespectadores, tanto como o livro o foi junto dos leitores.

A «BOLA DE NEVE»

O «milagre», porém, não de se deu de uma hora para a outra, mas gradualmente, como nos explica o autor: «Após várias edições do «Diário de um Mago», lancei, no ano seguinte, "O Alquimista" (em simultâneo com a editora Pergaminho de Lisboa) e só com o terceiro, "Brida", que é também um relato verídico, me dei conta do número de leitores que eu tinha.»
E foi a «bola de neve»: «De repente, vi-me capa das principais revistas e jornais do Brasil. Era célebre e quase não dera por isso.» Ele próprio repete a pergunta «Qual a razão deste sucesso?», dando logo a seguir a resposta: «Evidentemente que a ajuda de Deus é o mais importante, mas a segunda razão é que o meu livro é escrito de maneira que todo o leitor diz: "Eu podia ter escrito esse livro, está falando das coisas que eu sinto, as coisas que eu nunca coloquei no papel e, no entanto, eu gostaria de escrever".»

O MITO DO RETORNO

«O Alquimista», seu segundo livro, primeiro de ficção, retoma uma velha lenda persa que outros autores -- como Jorge Luís Borges, Jack London e John O'Ohara --- glosaram. Paulo Coelho vê nela, por um lado, o mito do retorno que o apaixona e, por outro, o meio ideal para veicular, através da narrativa, aquilo a que chama «os pilares básicos da Alquimia», e que nada têm a ver com a história, a saber: 1 -- A «anima Mundi» ou «Alma do Mundo», segundo a qual estamos todos responsáveis pelo próximo, tudo o que fazemos de bem se reflecte no mundo; 2 -- A linguagem do coração transmutada em amor; 3 -- A linguagem dos sinais, formando um código que te conduz pela vida; 4 - A lenda pessoal de cada um -- o homem ao encontro do seu próprio destino.

NÃO QUERO O RÓTULO DE GURU

Membro de uma ordem mística iniciática com alguma preponderância em Espanha -- a Regnus Agnus Mundi --, ele confessa que receia sobremaneira o rótulo de «guru», de que tantos se arrogam hoje em dia e que faz cair no descrédito tantas correntes: «Ninguém pode transmitir a sabedoria a ninguém, mas sim a técnica, apenas a técnica se pode ensinar: à maneira das correntes iniciáticas orientais, apenas se transmite a experiência, as técnicas para chegar à sabedoria».
E com toda a humildade de um «peregrino» que já calcurriou os caminhos de Compostela, adianta: «Embora os meus estudos de magia datem de 1969, fase em que a grande vaga era ainda a dos "hippies", só desde 1981 passei a fazer parte dessa ordem iniciática, regida por três grandes princípios: Rigor, Amor, Misericórdia.»
Isto, segundo conta, aconteceu depois de uma «travessia do deserto», em que perdeu totalmente a fé, voltando depois a reencontrá-la: «É sempre mais saboroso encontrar o que perdemos, do que aquilo que possuímos sempre».
Mas a integração em uma ordem iniciática não impede que Paulo Coelho preze, acima de tudo, o individualismo das experiências, o que, aliás, o torna um declarado simpatizante dos «gnósticos», como nos confirma: «A busca individual de Deus sempre me interessou muito nessa corrente.» Esta preferência explica que, no Brasil, tivesse prefaciado a obra organizada por Márcia Maia e editada pela Campus, que se intitula «Evangelhos Gnósticos». É que, hoje, qualquer livro que leve a chancela de Paulo Coelho é êxito editorial pela certa.

A GERAÇÃO DOS «HIPPIES»

Rigor, Amor e Misericórdia, os três princípios da ordem a que pertence, ligam-se assim ao tema do primeiro livro: «Você vê isso no caminho de Santiago. Vê a necessidade de se entregar, mas, ao mesmo tempo, a disciplina -- uma coisa que a minha geração foi muito custosa de aprender. Era uma geração para a qual todas as influências valiam, queria experimentar todos os caminhos e terminava não seguindo nenhum.»
Quando fala em «minha geração», Paulo Coelho assume que pertenceu à vaga dos «hippies» e dos sonhos utopistas que varreram o mundo estudantil nos anos 60: «A minha geração achava que todas as experiências valiam e isso tornou difícil, também para mim, a aceitação de uma disciplina e de um extremo rigor exigidos por uma ordem mística como aquela a que hoje pertenço».
Explicando melhor, afirma: «É a ideia do rigor, da disciplina e de você estipular um caminho no qual esteja aberto para as influências, para a riqueza do próprio caminho. Como dizia o poeta António Machado, "não há caminho, o caminho é feito ao andar".»
***

Labels:

Friday, May 12, 2006

G.TARADE 1993

5718 caracteres - 4 páginas - gt-0> - inédito ac de 1994 - merge doc de 3 files wri da série gt-> que significa guy tarade - leituras de noologia – esboços e esquemas de investigação – leituras mágicas

12-5-1993

+
2677 caracteres gt-1>frases>adn> gt = guy tarade

A VERTIGEM DOS NÚMEROS - ANTOLOGIA DE GUY TARADE

O geólogo austríaco Otto H. Much estabeleceu com precisão, graças a informações dadas pela astronomia, o dia e a hora deste apocalipse (dilúvio) e indicou a data de 4 de Junho de 8.496 a. C., às 20 horas precisas (hora da América do Sul).
Guy Tarade, in «As Portas da Atlântida», pg.96

Livro das Coisas que estão na Duat (Livro dos Mortos), narrativa babilónica do dilúvio.
Guy Tarade, in «As Portas do Atlântico», pg

O universo teme o tempo, mas o Tempo teme as pirâmides (provérbio árabe).
Guy Tarade, in «As Portas do Atlântico», pg

25 vezes 1461 anos faz 36.525 anos e como é necessário contar para o passado a partir do ano 4.241 a.C, origem do calendário egípcio actual, recuaríamos na antiguidade do Egipto até 40.000 anos antes da era cristã. Encontraram-se nas sepulturas mapas do Céu onde a posição das estrelas corresponde pouco mais ou menos a esta fantástica cronologia.
Guy Tarade, in «As Portas da Atlântida», pg. 112

Sabe-se que a data de edificação da Grande Pirâmide é incerta. Ninguém está verdadeiramente de acordo no seu estabelecimento. E se a história clássica coloca essa edificação em 2900 ou 2700 a.C., Heródoto aventa 6000 anos e outros, tal como o historiador Abu-Zeyd-el-Balkhy, datas ainda mais recuadas. O número fabuloso de 50.000 anos foi já dado por Richard Hennig em «Os Grandes Enigmas do Universo».
Guy Tarade, in «As Portas do Atlântico», pg. 126

Há um facto curioso na história do Egipto: quanto mais se recua no tempo, mais os reis são identificados aos deuses, quer dizer, aos seres vindos do céu.
Guy Tarade, in «As Portas da Atlântida», pg. 126

No mito egípcio, o crocodilo identifica-se com Saturno, pois é tão voraz que chega a devorar os seus próprios filhos. Segundo Plutarco e Elien, o crocodilo é a própria imagem de Crono, deus do tempo. A sua fêmea, segundo estes autores, tem dentro de si os ovos durante 60 dias, põe 60, choca-os 60 dias, tem 60 dentes e 60 vértebras e, enfim, vive 60 anos; 60 é a primeira unidade de que se servem os astrónomos.
Guy Tarade, in «As Portas da Atlântida», pg. 144

Se, por razões naturais (terremoto) ou provocadas, a barragem do Assuão fosse destruída, seis horas mais tarde o Egipto e a Líbia ficariam totalmente riscados do mapa do mundo!
Guy Tarade, in «As Portas da Atlântida». pg. 150

Os antigos textos egípcios ensinam-nos que várias vezes o Sol se ergueu ao contrário da lei normal (...) Assim tudo leva a crer que o fim do Antigo Mundo foi provocado por um acidente cósmico.
Guy Tarade, in «As Portas da Atlântida», pg.153
+
423 caracteres - gt-2>teste>adn>gt = guy tarade - a testar na prática - a rever em enciclopédias

LÉXICO OCORRENTE EM GUY TARADE IN «AS PORTAS DA ATLÂNTIDA»
Apocalipse
Arka
Christophoro
Copta
Cronos
Dilúvio
Dólmenes
Elohim
Esfera celeste
Estrela Polar
Fadas
Géon
Gorgones
Hoggar
Manuscritos do Mar Morto
Menhires
Palingenesia
Paraíso
Poseidon
Profetas
Quetzacoatl
Saturno
Templários
Terra Prometida
Vikings
+
2555 caracteres - gt-3> a-lei> gt = guy tarade

DESCOBRIR O CONTINENTE PERDIDO:
FIOS CONVERGENTES NO FIO DE ARIADNE

14/12/1994 - Que vamos fazer, com a radiestesia, à ciência acumulada?
Como aproveitar (e integrar alquimicamente), como alquimizar os conhecimentos que o cérebro esquerdo foi acumulando ao longo dos séculos?
Impõe-se um critério de escolha e selecção e a radiestesia alquímica, provavelmente, com a sua faculdade de teledetecção, poderá dar uma ajuda nessa selecção.
Para já, com o 6º sentido da radiestesia, é possível fazer uma escolha, desde logo e à partida, que exclui toda a informação não relevante para a Gnose Vibratória. A intuição guiará o investigador numa primeira triagem. Perante os textos que nos «cheiram» como contributo válido (para alguma coisa há-de servir o sexto sentido da radiestesia), há depois que seguir um método.
Vamos tomar, como exemplo, o livro «As Portas da Atlântida», de Guy Tarade.
Se o percurso é labiríntico, então o livro de Guy Tarade «As Portas da Atlântida» pode constituir um itinerário suficientemente interessante para testar vibratoriamente e começar a reconstituir o «puzzle» das civilizações desaparecidas, especialmente a da Atlântida.
É como se vários fios mais ou menos imperceptíveis fossem tecendo um tecido coerente de eventos, entre o real e o fantástico.
Neste contexto, as informações começam a hierarquizar-se através de algumas pontas que aparecem mais claras e acessíveis aos cinco sentidos: a viagem para o continente perdido - situado no espaço tempo transcendente - não tem outros meios de acesso que não sejam os cinco sentidos.
O método que pessoalmente proponho, neste como em outros casos, é o da listagem.
Podemos, por exemplo, começar pelos lugares, ditos mágicos ou sagrados, que contenham eventualmente informações conducentes à perdida Atlântida:
Baalbeck
Creta
Nasca (pistas de)
Stonehenge

Vamos depois para as inscrições escritas, mesmo aquelas de que não se sabe ainda se correspondem a uma linguagem ou se são meros desenhos rupestres:
Manuscrito Troano

Podemos depois pegar em outro fio, o das datas, ligado à vertigem dos números:

O exame hematológico das raças, dará «coincidências» curiosas:

O estudo comparado das palavras, então, quer dos nomes comuns quer dos nomes próprios, poderá fornecer mais alguns fios e pistas:


Os reagrupamentos de energias - com nomes de deuses, por exemplo - é outro campo fértil de semeadura, tal como já tem sido demonstrado

O léxico dito sagrado, poderá ser outro fio a seguir com cuidado:
***

FILMES 1967

1-3 - 67-05-12-LS> leituras selectas do ac – inédito dos meus 34 anos

A CRÍTICA DE FILMES

12 MAIO 1967

Por vontade dos empresários, de cinema ou teatro, o crítico que escreve nos jornais, com a obrigação de esclarecer o público e de falar verdade, deveria usar sobre fitas e peças os mesmos termos que usam os agentes de publicidade.
Quando falasse de um encenador - que ele fosse, sempre e sem vírgulas, "esclarecido" além de "inteligente"; quando de actor se tratasse - nem hesitar - "um dos grandes e positivos valores da cena portuguesa"; quanto à peça - pois claro, a "obra-prima do século"; e por ali adiante, deviam chover, em cornucópia, as adjectivações sumptuosas, as "notáveis criações", o "excelente actor dramático", a "excepcional interpretação", o "criterioso cenário", a "retumbante" marcação, a imarcescível" cenografia, o "dulcíssimo" bocejo da actriz, o "nobre" bigode do gala, o "frondoso" caramanchão da esquerda, a "portentosa" poltrona do meio.
Quanto a revistas, a produção deveria ser uma "sensacional e única obra-prima", uma "caríssima" montagem, um íssimo êxito e etc.
Quanto a autores de versos e "melodias", mestres talentosos, altos catedráticos, maviosos compositores. E o corpo de baile, sempre, sem pestanejar, um "gracioso friso de esculturais "girls".
Por gosto e vontade de quantos têm entre nós o negócio dos espectáculos, o crítico deveria, nem mais nem menos, obedecer a esta tabela de adjectivações e renegar tudo quanto seja o substantivo seco e peco, as sérias reservas, o pensamento, o raciocínio, enfim: a crítica. Mas esquecem que em tal caso renegariam também as boas ocasiões de entusiasmo, aquelas raras mas compensadoras oportunidades de aplaudir, de salientar o bom do mau e até o óptimo do bom.
Nivelando pelos termos publicitários a sua independência e o seu critério, o observador não poderia, quando chega a altura, louvar com as justas palavras o justo êxito e merecimento.
Não me parece, no fim, que os espectáculos ganhem nada com a lisonja tola e sistemática, com as chapas gastas dos anúncios, com o turbilhonante dispêndio de "sensacionais" e "sumptuosos". Nada ganham os espectáculos, nem actores nem actrizes, nem (evidentemente), o público, a "vida artística" -rubrica- em que pomposamente alguns jornais incluem os espectáculos ca e a vida cultural portuguesa, com a ausência de critica e de critério, com a demissão do jornalista da sua função e do seu posto.
Na exibição cinematográfica faz lei a mesma equivoca base de equívocos. Afinal, para o próprio filme e para a própria casa, vale mais uma opinião independente e assinada - ou um chavão anónimo, um lugar comum publicitário, um adjectivo balofo? Muito mau juízo se terá que fazer do público e da mentalidade média, para aceitar que ele já não distingue a crítica da lisonja encomendada.
E muito pouco lisonjeiro para o seu leitor, é o jornalista que lhe dá, sistematicamente, gato por lebre, que o não informe honestamente. Porque o problema não consiste até em ter absoluta infalibilidade nos juízos, em acertar sempre, em não acusar limitações na capacidade de apreciar e admirar. Limitações toda a crítica as tem e ninguém pode evitá-las. Mas dentro dessas limitações, e contando com elas ( para as descontar) o leitor aprende a confiar no seu jornal e no seu crítico. Missão estupidamente escravizante é essa de ver, por profissão, espectáculo sobre espectáculo, sempre com a preocupação de ser justo e transmitir uma opinião clara, sucinta, que oriente e sirva de guia, missão que por isso os senhores empresários deviam olhar com menos acinte e mais compreensão.
Alguns vão ao ponto de afirmar que a crítica "derruba " um filme, mas nunca dirão que o êxito de outros se deve à crítica... Estranho raciocínio este, segundo o qual a crítica para nada serve e nada pode mas pode e serve afinal para influir assim tanto na opinião pública.
É mais que tempo de as excelentíssimas empresas reconhecerem na crítica e nos críticos uma função pública indispensável, com seus direitos e deveres, sua autonomia e sua dignidade, nem sempre em oposição aos sagrados interesses das bilheteiras mas algumas vezes necessariamente em desacordo com as xaropadas que nos impingem e as necedades que nos obrigam a ver. É tempo de verem que dos críticos - destinados a informar e a esclarecer - só podem advir benefícios, na medida em que eles cumpram com absoluta isenção profissional, com exigência para si próprios e para os espectáculos que apreciam, sem degradarem nem alienarem as responsabilidades de que, em princípio, se devem considerar investidos.
Felizmente nem tudo é a arrasadora regra da mediocridade e há excepções, a provarem a razão que assiste à obscura e maltratada missão do crítico. E é bonito de ver quando os factos vêm provar-nos que o melhor caminho do êxito comercial ainda é, muitas vezes, o da qualidade artística.
Quero dizer, quando o filme de qualidade, contra o qual se levantam os preconceitos de espectadores e exibidores, acaba por ser mais comercial do que a produção assim taxativamente designada.
De tal modo o público anda saturado de infra-espionagens, de joselitos, de mistérios até ao fim, de "westerns" alemães, ianques, ítalos, hispânicos ou que tantos, de tal forma o mercado está saturado de películas igualmente "sensacionais" e igualmente parvas ou sensaboronas, que o filme de qualidade acaba por vingar, chegando como refrescante limonada ao nosso deserto... Claro é que, em tal caso, indispensável se torna a valorização, entre tantas insignificâncias, daquilo que merece ser visto e distinguido: não do ângulo rotineiro em que toda a subprodução serve para recensãozinha incensatória mas de um angulo artístico e crítico, portanto.
Quer os exibidores e muitos espectadores queiram ou não queiram, um pouco de ideias, além de não prejudicar assim tanto o negócio como julgam, está a fazer muita falta no triste panorama da programação vista entre nós; falta até, repito, para as caixas fortes dos empresários.
De ano para ano a qualidade da exibição baixa, e já não sabemos que mais apreciar: se o desinteresse com que o espectador "aguenta" as fitas, se as dificuldades titânicas com que as películas se aguentam... em cartaz.
Depois, claro, fala-se de crise e há queixas, e há falências, e as bilheteiras a verem as moscas passar. É altura de choros mas não deixa também de ser "bem feito". Centenas de filmes não chegam aqui certamente porque o preconceito dos importadores as não considera suficientemente "comerciais" Mas saber-se-á, porventura, antes de se saber, o que é e não é comercial?
Quem com tanto tino se julga para o negócio, terá mesmo assim tanto tino e acerto?
Repito a pergunta: um bom filme de qualidade não será, as vezes ou muitas vezes, por acaso e distracção do público, por feliz conjugação dos astros, um filme também que deixe as caixas satisfeitas?
***

VISIONÁRIOS 1970

1-3 - 70-05-12-ls-prefácio - imaginação-2

ELOGIO DA IMAGINAÇÃO(*)


Escrito em 12-5-1970

Nem seria necessário evocar os casos exemplares de Sócrates, Giordano Bruno, Sade, Galileu, Freud, Rimbaud, Lautréamont, Nietzsche e Artaud, para comprovar de como a imaginação – virtude cardial do homem – tem sido quase sempre pouco apetecida pela ordem ou ordens estabelecidas.
Os visionários, contemporâneos de um futuro que quase nunca coincide com o presente onde estão, encontram-se mais ou menos condenados à morte, ao hospital ou ao gueto, perseguidos pelos que, no tempo e no templo, detêm o poder temporal.
Assim, a imaginação, por força da própria história que os seus autores desenham, se liga a uma vivência ou experiência de pessoa, indesligável da obra.
E assim vãos se afiguram os propósitos de a reduzir aos fabricos ou sinais externos da linguagem; embora, claro, sem a intervenção dos signos não exista manifestação imaginativa.
Se entre os mais recentes autores de uma imaginação absoluta – Teilhard, Jorge Luís Borges, Agustina Bessa Luís, Samuel Beckett, - são menos frequentes os casos de fogueira, asilo, hospital ou campo concentracionário, não quer dizer que, por mais subtis, por terem mudado de forma e de táctica, por se encontrarem "actualizados" os processos de trituração e esmagamento não se façam sentir e até de maneira mais drástica, porque menos espectacular.
Porque mais ardilosas são também as formas que dizem representar hoje o reino solar da imaginação, mais difícil se torna distinguir entre o real fantástico e a mera rotina ou pirotecnia verbal, entre o revolucionário e o académico, entre o clássico e o moderno-de-sempre.
Qualquer que seja o campo ou tema onde estas páginas vão bater, vão ter e deter-se, um propósito ou ambição comum as anima: a procura do que representa, para lá das aparências e tentações do momento e da moda, do que estimula, respeita ou prepara a imaginação. Palavra difícil de delimitar, só por tacteios em vários sentidos se lhe pressente , um pouco, do conteúdo possível. Daí que estes ensaios pareçam dispersar-se em vários sentidos divergentes, quando afinal convergem para o mesmo alvo.
Estóico e um bocado ingénuo terá de ser o aprendiz de feiticeiro que, no meio da cultura constituída, não queira perder o pé. Nos últimos tempos, muitas têm sido as armadilhas que, sob o alibi de modernismo, se perfilam para suprimir ou deter exactamente toda a manifestação moderna, a força original de onde brota e se alimenta a imaginação - de um autor ou de um povo.
Os que doutrinam e teorizam, por exemplo, sobre poesia, os que decretam quem é quem não é, quem vale e quem não vale, quem vive e quem morre, os que exportam e importam, os que dedilham o novo romance, os que desenterram sistemas metafísicos, os que se apegam a fórmulas dogmáticas sob a desculpa ideológica de urgentes obrigatoriedades políticas- tudo isso corrompe a esperança, tudo isso concorre para tornar irrespirável qualquer atmosfera de ousio e aventura.
E sem imaginação, a época é de obscuridade, qualquer que seja o nome daquilo em que esse "obscurantismo" procura triunfar.
Se é verdade que para um Herberto Helder , a escola experimentalista actuou ou actua como um estímulo da soberana imaginação que é a sua, o facto é que a muitos outros serviria para desculpar fatais esterilidades poéticas e de sigla para instaurar uma academia, uma escolástica, uma dogmática de onde a imaginação sai cuspida e vexada, esvaziada e vencida.
Não são muitos os casos de imaginação-absoluta com que conta a recente literatura portuguesa (Raul de Carvalho e Mário Cesariny devem citar-se, porque logo ocorrem), e o facto, se pode obter justificação mas não desculpa, num subdesenvolvimento crónico, deveria, por outro lado, alertar-nos para a necessidade, a urgente obrigação que sobre todos os que escrevem impende de procurar saída.
Dentro de seus magros e parcos recursos, como é o caso (sem falsa modéstia) dos ensaios aqui reunidos.
Se a imaginação pertencia tradicionalmente aos poetas, cujo visionarismo os manuais se encarregam de historiar, desprezando e menosprezando, - o que se verificou, em algumas teorias estéticas recentes, foi o desvio e desvirtuação dessa linha digamos comum, aos heréticos de todos os tempos.
E porque, nos poetas, doutrinados por tais escolas, o conformismo começou de sobrepor-se à heresia, é natural que em outros campos da inteligência se procurasse quem exerça o livre trânsito da imaginação.
*
Quando os postulados e propósitos iniciais do surrealismo começaram a sofrer um natural processo deteriorativo por parte de epígonos e exploradores do sucesso, não nos devemos admirar que se procurassem novas vias para o exercício da imaginação - ainda que essas vias se chamassem realismo fantástico ou prospectiva.
Aceitando o desafio da tecnologia, houve alguns autores empenhados em demonstrar, a partir dela, duas coisas: que a inteligência especulativa e calculatriz nunca substituiria a imaginação; que, antes pelo contrário, a tecnologia dos computadores não só abria uma esperança à actividade mental, deixando-a livre das tarefas subservientes do cálculo e da informação para projectar em full-time na criação poética ; como, ela própria, permitia novas mil combinações capazes de servir (ao lado do non-sense, do cadáver esquisito, do automatismo, etc.) o pensamento analógico ou poético e um aparelho de controlo capaz de tornar a crítica à obra muito mais precisa, muito mais rigorosa, afastando, portanto do templo os vendilhões.
Quer dizer; a tecnologia dos computadores abria uma dupla esperança, ao contrário do que os pessimistas profetizavam, supondo que chegara a época do "robô", do homem-máquina, do sujeito totalmente alienado à mecânica, sem margem para imaginar outra coisa que não fosse o círculo vicioso e tautológico das suas alienações.
A tecnologia dos computadores dava à imaginação, finalmente, o estatuto de actividade soberana e autónoma, especificamente humana, a única insubstituível (por enquanto) por qualquer máquina. Aquilo que se pressentia há séculos, era agora materialmente comprovado.
Nesta reabilitação e neste esclarecimento, é de salientar o papel que a obra de Louis Pauwels e Jacques Bergier - publicada em 1960 com o título «Le Matin des Magiciens» - , discutida embora quer por surrealistas atrasados quer por racionalistas míopes, veio desempenhar.
Incluir no processo reabilitatório da imaginação, a ciência e sua técnica ( um pouco ao contrário do surrealismo que não quis aceitar esse desafio, que o preferiu ignorar e que acabaria, portanto, por se deixar ultrapassar por ele) o realismo de Louis Pauwels, que se confessa grandemente subsidiário do surrealismo (como não podia deixar de ser, se era a imaginação que estava em jogo) aceita da ciência e da técnica o seu desafio, querendo ver depois onde, servindo-se dela, a podia superar, a podia dis-pensar.
Quaisquer que sejam as objecções de ordem prática, de ordem política que se coloquem a movimentos como o realismo fantástico e a prospectiva, (nem todas as objecções são tão pertinentes e justas como a ignorância dos dados às vezes leva a supor), de um único ponto de vista essas duas correntes (assim como o surrealismo a sua pertinaz intervenção) nos podiam, nos deviam interessar aqui, nestas páginas: numa sociedade que pretende submergir tudo e todos na vácua mediocridade do senso comum, ou de uma estreita racionalidade, de onde o melhor do homem é expulso e escorraçado, ou de um dogmatismo esclerosante, - essas duas correntes são propostas, desafios, hipóteses da imaginação à imaginação, que em nada perturbam outras hipóteses, que em nada impedem uma acção prática, que em nada colidem com propósitos de mudar o mundo, de transformar a vida. Antes pela contrário. Nunca a imaginação contrariou essa mudança, antes é ela que, sempre, a visiona, antecipa, pressente e torna urgente.
Desta perspectiva, nenhum autor ou corrente me parecem desprezáveis, desde que e até ao momento em que se verifique a sua total impossibilidade de estimular o pensamento imaginativo e a heresia poética.
Teilhard pode ser tão fascinante e necessário como Marx, porque a leitura de qualquer deles, à parte as aplicações concretas e o aproveitamento oportunista do seu pensamento, é fonte do nosso próprio movimento mental, tenha ele ou não oportunidade de se projectar e aplicar na transformação concreta do mundo e da história.
A pedagogia da imaginação, em suma, não me parece prejudicial em nenhuma circunstância.
A tese defendida nestas paginas é, portanto, a de que nenhum pensamento livre é pernicioso, se o encararmos como estímulo e sequência de uma mesma aventura humana chamada Imaginação .

----
(*) Este texto de Afonso Cautela, só parcialmente inédito, aparece como um «prefácio» a qualquer coisa, o que hoje francamente não sei o que seja: fica a data em que foi escrito e a parte publicada na respectiva data de publicação.
***

Labels:

O MISTÉRIO DA ORIGEM E DOS FINS

bigmania > - editorial do gato ou net-novela

12-5-1970

A GRANDE NOITE DO CAOS

A negra maré, o caos, a dissolução, o vazio, o mistério da origem e do fim, as trevas, que pode o ser mísero e mesquinho, o rasteiro mortal para não se desintegrar face ao nada?
Tudo o que ele tenta é contra o Terror Horror. O que ele procura -- na tortura e nas viagens, nas lutas e conquistas, nas novas e antiquíssimas tecnologias, na política e na electrónica -- é o que totaliza, unifica, contrai, uniformiza, ordena. O que lhe dá, enfim, a ilusão temporária de eternidade.
De oceano infinito. De superfície espelhada, uniforme, sem rugas.
A ideologia consumista tenta responder a essa necessidade premente, a esse permanente horror de um confronto, de um frente a frente com o vazio, de cada um consigo mesmo, quer dizer, com Deus, quer dizer, com a Morte, o Nada, o Infinito, o Caos, o Universo, pela proliferação infinita de gadgets e objectos.
Hitler respondeu com a ideologia do sacrifício e da totalidade totalitária, com o ideal rácico e patriótico, capaz de abranger semanticamente uma fatia do real que imita, a olho nu, a Realidade.
Marshall Mac Luan respondeu com a Aldeia Global dos «media» electrónicos.
Salazar respondeu com as Finanças assimiladas com a Nossa Senhora de Fátima e o Milagre da Pátria.
Gandhi respondeu com a resistência satiagrai ao invasor ocidental, branco e ateu. Britânico, essência de todos os horrores.
Pedro o Grande respondeu com as glórias da Grande Rússia que tinha a vantagem de ser, comparativamente a Portugal, efectivamente grande -- o que se diz imensa.
A Alquimia respondeu com a Transmutação do Chumbo em Oiro!
O ideal de Riqueza, Beleza, Longevidade, Poder responde, entre greco-latinos & anexos mediterrânicos, e seus cânones, na tentativa de substituir o Caos por uma Ordem, pequena ou média, formal ou visionária, mas ordem.
As ordens iniciáticas, as sociedades secretas, respondem, pelo rigor e pela disciplina, pela comida espartana, pela cama rija de palhas ao desatino do que fica de fora e é disforme, dissonante, inarmónico.
O mito do Preste João, do Graal, da Taça templária, responde com um simulacro de ordem à Desordem, de alma ao Vazio, de Deus ao Buraco Negro e ao vazio da Morte.
Religiões, Seitas, Publicidade, Propaganda, especialmente a Propaganda, os Media, a Aldeia Global respondem electronicamente à necessidade de um Éden, mesmo ilusório, mas de um Éden onde o gozo só por si faça sentido e não tenha do outro lado um Cancro galopante.
A expomundial 93, a Europália 91, o Centro de Belém - mausoléu de todos os poderosos -- o Mercado Único 92, as Olimpíadas 92, a Expo 98, respondem à necessidade metafísica de calar o Remorso do Primeiro Mundo pela expoliação do segundo, do terceiro e do Quarto mundos.
Os Óscares, o Nobel, o Pulitzer, o prémio Lenine.
A repressão sangrenta unifica no Curdistão, no Tibete, no Timor-Leste.
O Papa dá, por dois dias, por dois tostões per capita, a ilusão de pertencermos à mesma ordem, ao mesmo casulo protector onde as ondas do Caos vêm bater raivosas mas aparentemente com menos violência.
***

Labels:

Sunday, May 07, 2006

PAUL LAFARGUE 91

1-1 - 91-05-07-ls-ie> = ideia ecológica - leituras do ac - preguica>

7-5-1991

A REEDIÇÃO DESTE PAUL LAFARGUE

A reedição deste Paul Lafargue impunha-se como uma necessidade respiratória vital no abafado panorama de supérfluos que nos via asfixiando de frivolidades. Primeira prioridade de um realismo ecologista que se não deixou levar nas ondas retóricas da antipoluição, o tema do trabalho é recolocado nos seus termos exactos pelo filósofo francês: o «Elogio da Preguiça» goza o que deve ser gozado: a pretensão que o establishment económico continua a ter de relacionar produção e «prosperidade» económica com trabalho obrigatório, com horários longos, férias escassas, stress e opressão.
Lafargue teve a intuição do que viria a ser demonstrado cientificamente anos mais tarde: não é por muito trabalhar que se amanhece mais cedo. E não é porque se tem mais horas de trabalho que uma economia produz mais.
Esta que é uma verdade do evangelho libertador, um dogma da verdade que o sistema tem todo o cuidado em tapar das vistas profanas - para que o trabalhador nunca saiba e verdade do que o explora e oprime - já era tabu no tempo de Lafargue e tabu continua a ser, [---] anos depois deste manifesto ter sido publicado.
Afinal, temos a opresão que merecemos, enquanto tivermos os doutrinadores, os economistas, os políticos e os retóricos mentirosos que merecemos.
***

Labels: ,

H. LEFÈBVRE

3072 BYTES eu-esq-7>

2 MANUSCRITOS AC DE 1971

Lisboa, 7/5/1971 - (será este texto mesmo de 1971 ou uma repescagem tardia? ele serve, claro, de texto aberto para reteclar um dia, ele serve de base a MEMÓRIAS AC mas também tem interfaces com) :
- # - Diário da resistência
- # - Memórias do Gulag português
- # - Intuições AC
- # - As teses malditas de AC

1 - Nesta imensa solidão intelectual que é Portugal, tentei algumas vezes, a pretexto de entrevistas, escutar alguns intelectuais que me pareciam mais responsáveis e que, por isso, deviam ter, a meu ver, opinião sobre a civilização, as doenças da civilização e a civilização como doença. Quase todos e a quase todas as perguntas se furtaram, enquanto as classificavam, na maior parte, de «preconceitos» meus. Não interessa nomear, apontar quem foi. Limito-me a deixar arquivadas as perguntas que poderão porventura vir a servir, no futuro, em tempos mais felizes e propícios, a outros entrevistadores que queiram saber dos entrevistados «para onde vai a civilização do lixo».
[ intuições ac - as minhas teses malditas - ]

2 - Lisboa, 26/12/1970 - Quando o mais medíocre dos homens - que eu, sem falsas modéstias, sei ser - se sente, em certos instantes, obrigado ao papel de profeta, tenho de concluir que o nosso tempo é de facto um tempo de arrasadora mediocridade e de medíocres. (cf. «Le Manifeste Différencialiste», de Henri Lefèbvre). Quando as pessoas, televisionadas até aos ossos, não querem ver as evidências que se metem pelos olhos da cara, quando os absurdos se repetem nos mais pequenos pormenores quotidianos, que fazer? Que pensar? Que sou eu o doido, ou eles? Que fui eu e perder a razão, ou que todos eles a perderam? É triste que, com tanta gente universitária de volta, a guerra para reabilitar alguns lugares-comuns, algumas evidências, algumas coisas mais do que óbvias, seja esta guerra que aqui se trava, quotidiana e contrariadamente. Com tal gente, não se progride nada, estagna a espiral da evolução [??]. Que fazer?
***

CLAUDE ALLÈGRE 98

http://catbox.info/big-bang/gatodasletras/casulo1/index2.htm http://catbox.info/big-bang/gatodasletras/casulo1/index2.htm

1-2 -  98-05-07-ls = leituras selectas do ac - a-nooo-ver -a-ddn.doc = dicionário de dicas de noologia

DIÁRIO DE UM LEITOR DESATENTO 
 CIÊNCIA E SABEDORIA:UM CONFRONTO MUITO PACÍFICO

Lisboa, 7/5/1998 - Um tal senhor Claude Allègre, («Deus face à Ciência», Ed. Gradiva/Universidade de Aveiro, 1998) queixa-se de que as filosofias «orientais» ignoram a Ciência Ocidental. Será, de facto, uma das virtudes que se devem reconhecer às místicas como o hinduísmo. Mas convém não esquecer que entre hinduísmo e taoísmo, por exemplo, o abismo ainda é maior do que aquele que existe entre ciência moderna e ciências físicas do maravilhoso vulgarmente apelidadas de «místicas» ou «metafísicas».
O taoísmo é cem vezes mais física do que a física moderna, que em muitos aspectos é uma autêntica e deleirante metafísica, ou melhor ainda, uma ilusão virtual.
Note-se que ao senhor Claude Allègre (autor do livro «Deus Face à Ciência») e aos da ciência moderna interessa um confronto permanente para se afirmarem.
Vivem da discussão, da quesília, da famosa polémica e do famoso diálogo que é, afinal, sempre monólogo.
O autismo da ciência moderna não lhe permite dialogar mas permanentemente monologar.

MAIS DICAS DE NOOLOGIA NESTA DATA

Os livros de ciência, nomeadamente de Física, falam reiteradamente de Natureza.
Em Noologia, falamos de Continuum Energético, mais e muito melhor do que a simples Natureza.
A ciência fala do Homem. Na pior das hipóteses, a Noologia fala de Ser Humano ou de campo de morfogénese cósmica (Rupert Sheldrake)

*
O secular confronto entre a linha tradicional do conhecimento (a Sabedoria) e a ciência moderna diz menos/mais sobre a virtude da sabedoria do que sobre os melefícios e maleitas da ciência.
Quando a ciência, hoje, tem para oferecer o pântano global da Internet e a asfixia do congestionamento informativo, o regresso às fontes primordiais do Conhecimento (o Taoísmo, por exemplo) impõe-se como uma necessidade respiratória.

*
As leis da Física estabelecidas pela ciência  moderna existem mas não são as únicas leis que existem e, muito menos, as que mais interessam ao destino do ser humano entre céu e terra.
Em a-leis. doc alfabetei as leis que a ciência em geral e a física em particular têm estabelecido, deixando sempre espaço para intercalar as outras leis, que a ciência , voluntaria ou involuntariamente, desconhece.
*
Um tal senhor Mantak Chia adaptou o taoísmo aos tempos modernos e ensina «técnicas de meditação» alegadamente baseadas no yin-yang taoísta. Atreve-se mesmo a falar de «alquimia» dos 5 elementos.
Novidade interessante num meio de ruminantes macrobióticos que continuam a ignorar a alquimia dos 5 elementos mesmo depois de Michio Kushi ter publicado, com Edward Esko e prefácio de Alex Jack, o livro «The Philosopher's Stone» (One Peaceful World Press, Becket, Massachusetts) onde relaciona os Metais da Física com a alquimia da (meta) Física. Existe em livro uma outra fonte que se chama [---]
*
Ao encontrar, em Teilhard de Chardin, a palavra «Noogénese», podemos tranquilizar alguns aflitos que ficam nervosos quando se lhes diz que a palavra Noologia foi reabilitada modernamente por Madame Blavatsky, embora fosse corrente em Aristóteles, a quem a ciência moderna deve tantos e tão relevantes serviços.
Com os seus aspectos de novela policial ou de romance de terror ou mesmo de filme de suspense, a história da ciência caracteriza-se por um certo nervosismo sempre que se vê ultrapassada nas suas profundas congeminações.
Há mais coisas, entre Céu e Terra, do que a vã arrogância da ciência julga.
*
A moderna Internet veio substituir no cérebro dos estudantes, das escolas (ditas) médias e superiores a velha ilusão das longas e exaustivas bibliografias. Qualquer professor, qualquer catedrático não só impressionava como esmagava os incautos estudantes lançando-lhes quilométricas e exaustivas bibliografias que eles próprios, professores, nunca leriam.
Montanhas ou oceanos de informação são uma forma de disfarçar a ignorância e a inépcia.
Neste tempo de «boom» informativo, uma selecção sinóptica da bibliografia essencial que verdadeiramente importa é bem mais necessária e preciosa do que a escalada inflacionária da Internet, mais uma manifestação do terror virtual que nos cerca e totalitariamente pretende governar.
O regresso às fontes de sabedoria como o taoísmo ou a actual Gnose Vibratória de Étienne Guillé, são alguns dos poucos antídotos que se oferecem à inflação totalitária dos mídia e da Internet.
***