BOOK'S CAT

*** MAGIC LIBRARY - THE BOOKS OF MY LIFE - THE LIFE OF MY BOOKS *** BIBLIOTECA DO GATO - OS LIVROS DA MINHA VIDA - A VIDA DOS MEUS LIVROS

Wednesday, January 04, 2006

E.GUILLÉ 97

97-01-09-ls>=leituras selectas-apdn-2>=apontamentos de noologia–autoterapia

NÍVEL MAGNÉTICO E REACÇÕES CURATIVAS

Lisboa, 9/1/1997 - Se os bons resultados que curadores, curandeiros e terapeutas ditos energéticos dizem obter, actuando por imposição de mãos, por exemplo, podem ser um facto, não significa que esse trabalho com as energias tenha alguma coisa a ver com os escalões ou níveis vibratórios mais elevados.
Não significa que esse trabalho energético tenha a ver com a pirâmide do espírito nem com a pirâmide da alma e mesmo com os corpos mais densos, ou seja, com a pirâmide vibratória do corpo.
Entre um «bom resultado» (doente e terapeuta falam em termos de conforto ocasional e necessariamente efémero) e um trabalho energético alquímico em profundidade medeia um abismo.
A crítica que, na perspectiva da Alquimia e, portanto da radiestesia holística, se pode fazer às actuações sobre o corpo etérico, mesmo as de aparente sucesso, é de que elas actuam ao nível meramente magnético e, portanto, telúrico e, portanto, material, sem a mínima participação da alma e muito menos do espírito, sem a mínima participação das energias cósmicas. Sem a mínima participação no Suporte Vibratório (SV) das Energias Vibratórias (EV).
A abertura do Suporte Vibratório às Energias Vibratórias não resulta em imediato «bem estar» . É impossível - dado que a indispensável alquimia, nomeadamente a fase de Nigredo, não se realiza em clima de conforto mas em clima de «batalha amigável».
Entre os terapeutas portugueses que estudaram a radiestesia de Etienne Guillé, por exemplo, penso que alguns operam a este nível - o do mero magnetismo - , a julgar pelo sucesso de clientela que conseguem. Duvido que um bom radiestesista possa ter sucesso de clientela. Ninguém ganha fortunas a curar em profundidade - fazendo com que o doente viva as «crises curativas» como chamava Hipócrates ao que Etienne Guillé chama «estresses positivos». Ninguém pode ser um sucesso de público levando os doentes a um trabalho alquímico.

Na Nova Idade de Ouro não haverá terapeutas, médicos, curandeiros, curadores, astrólogos, bruxos e adivinhos. Haverá apenas professores de saúde.

Ao abrir-se às energias vibratórias cósmicas, deve o doente dar «graças a deus» se sentir que algumas transformações se estão operando no seu organismo, no seu metabolismo.
Sinal de haver cura é haver «fases» de transformação e de alteração.
O «sinto-me bem» , o «ele curou-me», significa , do ponto de vista da dinâmica alquímica, um estado de estagnação.
Não vai curar nada, não vai ajudar a evoluir.
Todos nós, se quisermos ser honestos connosco próprios ( e raramente queremos), devemos reconhecer que estamos estagnados há 41 mil anos e que a decisão entre 2 caminhos, para cada um de nós, é muito clara:
a) Continuar estagnado e, portanto, a curto, médio e longo prazo, doente
ou
b) Entrar numa dinâmica alquímica - a que Hipócrates chama «crises curativas» e a que Etienne Guillé chama «stresses positivos» - que não só, a curto, médio e longo prazo, o curará das doenças de estagnação energética, como lhe começará a preparar o Suporte Vibratório para a verdadeira vida espiritual que começa após a nossa morte física.
A isto chama-se terapia verdadeira .
A isto chama-se terapia da nova Idade de Ouro.
A isto chama-se iniciação e pré-preparação da vida eterna.
***

M.R.COLAÇO 71

71-01-09-BD>colaço-1> nomes esquecidos


QUANDO A VERDADE É «BEST-SELLER»-«A CRIANÇA E A VIDA» AGORA A CAMINHO DO MERCADO INTERNACIONAL(*)

[(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no semanário «Notícias da Amadora», em 9/1/1971]

Acaba de sair em Espanha, através da Editorial Kairós, de Barcelona, o livro de Maria Rosa Colaço que tem sido um dos maiores «best-sellers» portugueses dos últimos anos. A Criança e a Vida, como sabem quase todos, é uma colectânea de textos e desenhos que as crianças de uma escola de Almada realizaram e que a sua professora cuidadosamente reuniu em livro, depois publicado.
Com a publicação em Espanha, através de uma das editoras de maior prestígio, começa agora a sua carreira internacional o que era, há já algum tempo, um dos fenómenos editoriais e literários mais espantosos verificados entre nós. Poderá haver motivos extrínsecos para explicar semelhante êxito, mas não é difícil descobrir também as razões de fundo que tornaram possível essa absoluta sintonização entre um livro e os seus já hoje (a avaliar pela tiragem portuguesa que atingiu os 22 000 exemplares em Maio de 1970) para cima de 30 mil leitores.
Na sua simplicidade, A Criança e a Vida sintetiza várias coordenadas de um novo espírito que, pertencendo a um mundo em vias de nascer, mas ainda por construir, é desde já um dos seus inspiradores e um dos seus obreiros.
A que espírito novo me refiro?
Obrigado a defini-lo em poucas palavras, diria apenas que é a «redescoberta da simplicidade», ou seja, uma das formas possíveis de atingir o Ponto Central de que todos os iniciados falaram, antes e depois do surrealismo reabilitar a palavra.
Ao ler os textos compilados no livro de Maria Rosa Colaço, logo nos apercebemos de que a ele preside uma pedagogia muito pouco ortodoxa.
Ao culto e cultivo da memória, sobrepõe-se aqui o espírito poético, a livre imaginação criadora, a espontaneidade expressiva.
Ao mito da produtividade e do rendimento (mito imposto por uma sociedade concorrencial que faz da escola um treino contabilístico), substituem-se aqui os mitos simples da alegria, da satisfação que dá a uma criança desenvolver as suas capacidades emotivas e artísticas.
O papão dos exames - através do qual se efectua a «selecção da espécie», bons para a frente, maus para trás e para o lixo - é aqui temporariamente esquecido, para se dar o primado a uma fraternal igualdade entre todas as crianças, pois ao nível da expressão criadora todas são iguais, todas têm iguais possibilidades de se manifestarem e de manifestarem o seu valor.
Em vez do classismo inerente à escola velha e seus processos sabatínicos de ma-ratona mnemónica (melhor aluno é o que decora mais e debita mais rapidamente o texto deglutido), temos aqui uma real e democrática faina de equipa, tendo to-dos acesso ao mesmo ideal, mediante as possibilidades de cada um: quando for possível pôr em prática a nova pedagogia de que este livro é sinal e manifesto, não haverá uns melhores do que outros, não haverá classes dentro da escola com vista às classes fora da escola, haverá apenas indivíduos «diferentes», diversas personalidades, maneiras diversificadas de reflectir, abordar e conquistar o mundo.
Mais importante do que decorar um compêndio de História pátria para ir devolvê-lo a exame, é escrever, com um cunho pessoal e próprio, o testemunho pessoal sobre determinado episódio.
O conceito utilitarista e pragmático de Educação é aqui substituído por um conceito criador, útil mas não utilitarista, humanista no sentido em que sobrepõe a todos os interesses materiais a humana valorização da personalidade.
«Não eram génios, nem poetas, nem meninos prodígios. Eram filhos de pescadores, de varinas, de ladrões-de-coisas... essenciais ao dia-a-dia. Moravam em casas com buracos e dormiam nos barcos, no vão das portas, nos degraus da doca, em qualquer sítio.
«Alimentavam-se de um bocadinho de pão, de um peixe assado e às vezes de água. Apenas.»
Assim descreve Maria Rosa Colaço os 45 alunos com os quais iria acontecer aquilo a que alguns podem chamar «milagre» mas que nada tem de miraculoso para os que acreditam no «homem, esse infinito».
Para que o «homem, esse Infinito» se manifestasse, neste caso concreto, foi ape-nas necessário que coincidissem dois factores. A disponibilidade (digamos mesmo, virgindade) de espírito que aquelas crianças ainda possuíam porque uma escola atrofiante ainda as não liquidara, foi ao encontro de uma idêntica disponibilidade por parte da professora a quem uma escola velha ainda não tivera tempo de desiludir e desmoralizar. E o «milagre» deu-se. Mas quantos milagres mais se podiam dar, se a Escola fosse o que não é?
Embora correndo o risco de que todos os doutores e gente sensata, gente bem, gente instruída e diplomada deste mundo considerasse burla essa compilação de trabalhos infantis (os adultos não acreditam nas crianças, os doutores não suportam os auto-didactas, a ciência ou sapiência não consente a sabedoria da inocência, enfim, o homem não acredita no homem e continua, através de uma pedagogia criminosa, mutilando, desperdiçando, degradando o que nele há de melhor), Maria Rosa Colaço resolveu editar o que já em 1960 fizera sob a forma de exposição ao público.
«Quando eles apareciam, desgrenhados e sujos - a hilariedade era quase completa. Saí de lá muitas vezes a apetecer-me rebentar a cara das pessoas, como o Mário e o Zé rebentaram os vidros da casa de uma senhora que duvidara da autenticidade do que estava exposto. E eram eles que me confortavam, soberanos: «Senhora! Deixe lá. Têm a cabeça cheia de vento. Não percebem nada.»

Sem me parecer que exagero, lembro-me de Galileo. Lembro-me aqui de todos os que tiveram de suportar o zorrague em fogo da troça, o apupo do senso comum, a risada do senhor doutor que sabe tudo e pode tudo, dos que tiveram de lutar entre gramáticos e arqueólogos, contra universidades e universitários, académicos e academias, contra doutores e doutorices, dos que tentaram fazer ver e saber as suas intuições que, pertencendo ao futuro, fatalmente não podiam ser ouvidas e entendidas pelos que servem o presente e dele recebem seus bons ordenados. Penso no auto-didacta, no criador, no contemporâneo do futuro, naquele a quem cabe a designação filosófica de obsceno, de iniciado ou de herético, no que anonimamente leva uma vida a falar do que vai acontecer às pessoas e onde as pessoas depois vão marrar, cegas, sem nunca terem ouvido nem percebido patavina. Penso no que leva a vida fechando na gaveta a luz que só nela pode guardar - porque os guardiões de todos os templos os têm bem blindados.
Lembro, ao nível português, Irene Lisboa e o ghetto em que as escolásticas literárias, os grupos fechados, as revistas bem-pensantes, os órgãos da intelligenzia progressista e etc a colocaram, penso no profundo significado da sua obra e do seu exemplo, penso em como os seus contarelos serão amanhã a genial redescoberta da simplicidade que Maria Rosa Colaço também se limitou a fazer em A Criança e a Vida; ou Miguel Serrano, no livro de 300 exemplares que se chama O Sinal.
Penso nos recusados de hoje, sobre os quais as Universidades desabarão amanhã para as suas teses e doutoramentos.
Penso em todos os esquecidos, muito justamente aliás num mundo e numa sociedade onde a verdade terá que ser, por definição, sempre e fundamentalmente esquecida.
Penso no Amadeo de Sousa Cardoso, no Fernando Pessoa e no D’Assumpção, mas penso nas lágrimas de crocodilo que a crítica (impressionista ontem, científica hoje) já verteu, irá verter sobre outros Amadeo, sobre outros Pessoa, sobre outros D’Assumpção em que hoje escarra ou faz chichi.
Penso em todos os recursos humanos por explorar, porque uma sociedade errada e a crítica sua lacaia, os delapida e frustra e liquida. Penso nos valores que se exportam, porque ninguém quer saber deles, e depois se importam, às gotas, culminados de celebridade. Penso nos que emigram, abalando, e nos que emigram, ficando, nos que a mediocridade coligada, através dos suplementos literários adstritos, expulsa apenas porque lhes fazem sombra.
Penso em tudo isso que excede o pequeno livro A Criança e a Vida, mas suponho que não exagero. Tudo está em tudo, tudo está nesse livro tão simples como só o sabem ser as crianças, os génios e os loucos, os grandes inovadores e iconoclastas que redescobrem as grandes evidências, os heréticos e os out-siders.
Redescobrir a simplicidade é todo um programa (uma antropologia, porque não?) e toda uma pedagogia.
Algumas vezes isto foi dito, mas não ouvido. Galileo é hoje objecto de filmes de pechisbeque por parte daqueles mesmos que hoje o jogariam ao fogo ou mandariam jogar.
O poeta que o é, sabe isto. Maria Rosa Colaço sabe, agiu de acordo e correu os riscos inerentes. Felizmente para nós todos e para os que estão deste lado, venceu. A sua heresia transformou-se num sucesso editorial. Talvez porque as massas comecem a farejar o espírito novo da terra, antes mesmo que as elites da intelligenzia, antes mesmo que os filisteus e académicos de todos os quadrantes.
Arte e poesia - tal como o surrealismo descobriu, após séculos de obscurantismo racionalista - não eram, não têm sido, não poderão ser outra coisa do que o Ponto Central reencontrado.
Só que, após a ofensiva surrealista, se seguiu a interminável Reacção que ainda hoje vigora, em plena força, reclamando-se ainda por cima, para maior confusão, da modernidade, da crítica científica e até do surrealismo (!!!!) mesmo.
A Criança e a Vida contém, implícito, tudo isso: uma revolução literária que é simultaneamente uma revolução pedagógica. À vaga de neo-academismo que empolga hoje a maior parte do publicismo crítico da Imprensa Literária, respondem vozes isoladas, tímidas como as que A Criança e a Vida contém e de que é eco. Vozes que, quase sempre, permanecem no anonimato da gaveta ou no anonimato dos 1000 exemplares de tiragem. A obra literária de Maria Rosa Colaço podia iniciar a lista de exemplos.
Desta vez o vento soprou a favor da verdade.
Mas a luta é de morte e não se julgue que um «best-seller» faça o «milagre» de acordar cadáveres. A Reacção enraíza muito mais fundo do que se supõe. E apresenta caras por vezes desnorteantes.
O jornal A Planície, de que Maria Rosa Colaço foi colaboradora habitual, publicou quinzenalmente, nos anos de 1956 e 1957, uma página - Nós, as Crianças - onde a professora Maria Aldonsa Rosado compilava trabalhos infantis e onde ficou igualmente demonstrado o espírito de uma nova pedagogia para os novos tempos. Por causa disso e de outros issos, travaram-se algumas polémicas, que ainda continuam vigentes e que às vezes se reacendem, com outros protagonistas mas exactamente na mesma linha: aquela que podíamos sintetizar no esquema abreviado «doutor-contra-autodidacta».
Como demonstra A Criança e a Vida, a verdade precisa de ajudas extrínsecas, precisa de factores que a canalizem. Precisa do acaso e da sorte, para vingar. Mas quando, em mil, sai vitoriosa uma vez, falemos disso. Falemos todos disso, muito, e tiremos as conclusões que se impõem. Até por legítima defesa. Quando a verdade chega ao sucesso público, seja ela A Criança e a Vida, seja ela os Cantares do Andarilho, sentimo-nos compensados de uma vida inteira pregando e defendendo, de uma vida inteira a falar para o boneco. A verdade de que, de repente e talvez por via do marketing, milhares de consumidores se apercebem quase simultaneamente.
- - - -
(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no semanário «Notícias da Amadora», em 9/1/1971
***

F.WACHSMANN 53

97-01-09-bm=bodymind-apdn-1-4-3840 bytes = apontamentos de noologia para os meus alunos do curso-leituras mágicas-tese de noologia-sebenta nova naturologia

CURAS MÁGICAS 
 QUADRO DAS CIÊNCIAS SAGRADAS

Lisboa, 9/1/1997 - Com a ajuda de 5 autores modernos - Étienne Guillé, Rudolfo Steiner, Michio Kushi, Jung e Teilhard de Chardin - é possível começar a estabelecer um quadro das 12 ciências sagradas, em que deverá assentar a construção da Nova Idade de Ouro.
Com a ajuda desses profetas, é possível perceber, por exemplo, que as ciências profanas são, em parte, a degradação secular e sistemática das ciências sagradas.
O caso mais espectacular é, com certeza, o da Alquimia - que deu a Química e as gerações de assopradores, que ainda hoje andam por aí a assoprar, a publicar livros e a fazer conferências.
Menos espectacular é a decadência da própria Noologia - Ciência Sagrada do Espírito -que deu a Física, a Microfísica e todas as sucessivas degradações modernas, até ao caos da teoria do Caos (uma ciência profana, com a sua intrínseca tendência de subdivisão, entra em fases cada vez mais caóticas e desvirtuadas da sua própria desvirtuação ou aviltamento).
Clara e nítida, é a Aritmosofia , outra ciência sagrada, que deu a Matemática .
E a Geometria Sagrada que deu a Geometria vulgar.
Espectacular processo de auto-aviltamento, é como a Magia pôde degenerar nesse arsenal de inicuidades e promiscuidades, perversões e perversidades, que é, por um lado, a tecnologia profana em geral e sua proliferação nas ramificações do tecnoterror, típico da época moderna e, por outro lado, algumas manifestações em particular como a Medicina Química, o Curandeirismo, as Bruxarias e outras adivinhações.
Último degrau desta descida aos mundos infernos é a tecnologia electrónica (do) virtual. Difícil descobrir, sem dúvida, é a ciência sagrada que conseguiu degenerar na actual Informação/Informática : será o caso da Kaballah ?
+
4608 bytes =apontamentos de noologia para o curso

NÍVEL MAGNÉTICO E NÍVEIS VIBRATÓRIOS DAS ENERGIAS CÓSMICAS

Lisboa, 9/1/1997 - Se os bons resultados que curadores, curandeiros e terapeutas ditos energéticos dizem obter, actuando por imposição de mãos, por exemplo, podem ser um facto, não significa que esse trabalho com as energias tenha alguma coisa a ver com os escalões ou níveis vibratórios mais elevados.
Não significa que esse trabalho energético tenha a ver com a pirâmide do espírito nem com a pirâmide da alma e mesmo com os corpos mais densos, com a pirâmide do corpo.
Entre um «bom resultado» (doente e terapeuta falam em termos de conforto ocasional e necessariamente efémero) e um trabalho energético alquímico em profundidade medeia um abismo.
A crítica que, na perspectiva da Alquimia e, portanto da radiestesia holística, se pode fazer às actuações sobre o corpo etérico, mesmo as de aparente sucesso, é de que elas actuam ao nível meramente magnético e, portanto, telúrico e, portanto, material, sem a mínima participação da alma e muito menos do espírito, sem a mínima participação das energias cósmicas. Sem a mínima participação no Suporte Vibratório (SV) das Energias Vibratórias (EV).
A abertura do Suporte Vibratório às Energias Vibratórias não resulta em imediato «bem estar» . É impossível - dado que a indispensável alquimia, nomeadamente a fase de Nigredo, não se realiza em clima de conforto mas em clima de «batalha amigável».
Na Nova Idade de Ouro não haverá terapeutas, médicos, curandeiros, curadores, astrólogos, bruxos e adivinhos. Haverá apenas professores de saúde.
Ao abrir-se às energias vibratórias cósmicas, deve o doente dar «graças a deus» se sentir que algumas transformações se estão operando no seu organismo, no seu metabolismo.
Sinal de haver cura é haver «fases» de transformação e de alteração.
O «sinto-me bem» , o «ele curou-me», significa, do ponto de vista da dinâmica alquímica, um estado de estagnação.
Não vai curar nada, não vai ajudar a evoluir .
Todos nós, se quisermos ser honestos connosco próprios ( e raramente queremos), devemos reconhecer que estamos estagnados há 41 mil anos e que a decisão entre 2 caminhos, para cada um de nós, é muito clara:
a) Continuar estagnado e, portanto, a curto, médio e longo prazo, doente
ou
b) Entrar numa dinâmica alquímica - a que Hipócrates chama «crises curativas» e a que Étienne Guillé chama «stresses positivos» - que não só, a curto, médio e longo prazo, o curará das doenças de estagnação energética, como lhe começará a preparar o Suporte Vibratório para a verdadeira vida espiritual que começa após a nossa morte física.
A isto chama-se terapia verdadeira .
A isto chama-se terapia da nova Idade de Ouro.
A isto chama-se iniciação e pré-preparação da vida eterna.
+
3328 bytes-apdn-3

TERAPIAS FIÁVEIS E TERAPIAS INVIÁVEIS

Lisboa, 2/12/1996 - Em determinado momento, nomeadamente quando a OMS (Organização Mundial de Saúde) publicou o grosso tratado(*) em favor das medicinas tradicionais - caucionando assim uma área até então institucionalmente interdita - divulgou-se a ideia de que tínhamos passado de uma tirania monocromática - a medicina ortodoxa ou ordinária - para o reino do pluralismo médico.
A lista de terapias que então nos ofertavam era infindável.
Nada faltava nessa lista , desde a técnica mais antiga e comprovada - Acupunctura , por exemplo - até às novidades acabadas de sair do forno, ou seja, oriundas dos EUA , que é de onde chegam sempre as grandes e primeiras novidades.
Fred Wachsmann, que depois passou a assinar Fred Vasques Homem, num livro publicado em 1953, «Milagre e Fé na Cura»(**), não hesita em nos repertoriar as artes mais variadas, na áera que considera das «naturoterapias. »

Eis a lista :
Acupunctura
Aeroinoterapia
Amuletos
Antroposofia
Astrologia
Chiropratica
Christian Science
Cintos
Elixires
Espiritismo
Espondiloterapia
Exorcismos
Filtros
Homeopatia
Kneip (terapia)
Lahmann ( Terapia)
Magnetismo
Naturoterapia
Osteopatia
Ozonoterapia
Pedras Mágicas
Pranoterapia
Priessnitz ( Terapia)
Quiromancia
Sangue de Pombo
Schroth (Terapia de)
Talismãs
Treino Autógeno
Vertebroterapia
Esta lista, que amalgama o relativamente bom e o claramente péssimo, serve, ao menos, de ponto de partida para, filtrada através da hipótese vibratória, virmos a saber que terapias são hoje fiáveis e quais as que o são menos.
-----
(*) OMS - « Médecine Traditionelle et Couverture des Soins de Santé » - Genebra, 1983
(**) Dr. Fred Wachsmann - «Milagre e Fé na Cura» - Lisboa, 1953
+
8192 bytes-apdn-4

A CIÊNCIA DOS PRODÍGIOS (*)- CRISTO INICIADO

Lisboa, 2/12/ 1996 - Os prodígios atribuídos a Cristo - multiplicação dos pães, transformar água em vinho, acalmar o mar, curar o leproso, dar vista ao cego, andar sobre o mar, etc - falam, aos crentes, de uma figura com dons excepcionais e, portanto, divinos.
Para o não crente mas (apenas) estudioso da ciência das energias (Noologia) , os prodígios de Cristo remetem-no para a escola iniciática onde aprendeu - os Essénios - e estes remetem-nos para a fonte hermética, os hierofantes egípcios.
Embora a propaganda pró-hinduísta, na sua tarefa de contra-informação permanente, tenha posto a circular que Cristo esteve na Índia - pretendendo insinuar que aprendeu lá os prodígios - a verdade é que Cristo esteve ligado aos essénios e é nos essénios que deveremos enquadrar a actividade de Cristo, nomeadamente a sua actividade sobrenatural ou milagreira.
Eduardo Schuré incluiu logo Cristo na sua galeria de «grandes iniciados» e, desde aí, a iniciação passou a ser coisa só para «grandes homens», «grandes mestres». A mitologia espalhou-se e continua mais instalada do que nunca.
No seio das ciências sagradas e no direito humano de acesso a elas, não faltam a contra-informação e os atrasos de vida.
Menos numerosos mas também bastante badalados, os prodígios de Moisés - transformar a bengala em serpente, separar as águas do Jordão, abrir uma fonte no deserto - apontam igualmente para a Magia egípcia dos hierofantes, onde sabemos que ele aprendeu.
Nada de mais. O seu a seu dono.
Se os hierofantes são, como tudo leva a crer, iniciados de 1ª linha - outros se podem enunciar:
Bramanes
Epidaurus (sacerdotes de)
Esculápios
Pitonisas
Peripatéticos
Sibilas

Na história de Portugal, tão pouco dada a prodígios, sublinham-se 3 casos «prodigiosos» :
a) Rainha Santa Isabel que faz brotar rosas do regaço
b) Sto António que prega aos peixes
c) E, é claro, Nossa Senhora de Fátima que aparece aos pastorinhos

Todos estes fenómenos, que os crentes não gostam de incluir na lenda e no mito, relevam , como se sabe, de uma das 12 ciências sagradas - a Magia - e provam 2 coisas:
a) A Magia sempre existiu
b) A Magia sofreu, como todas as outras 12 ciências sagradas, um processo de decadência e aviltamento
c) Dessa decadência é sinal patético tudo o que hoje se faz em matéria de exploração do maravilhoso, do prodigioso.
Dar ao maravilhoso o estatuto (outra vez) de ciência sagrada que já foi - eis o objectivo da Noologia e do Curso de Noologia.
Uma das imagens que correm entre os praticantes modernos de Reiki, é a de Cristo impondo as mãos a um doente.
Atrair as grandes figuras à nossa causa é sempre conveniente.
A imposição de mãos coloca alguns problemas e bom seria que fosse respeitada uma «ética» de procedimentos nesse domínio.
O problema filosófico mais interessante que ressalta no estudo dos prodígios é, de certo, a ambiguidade sobre a origem e natureza das energias que actuam no «milagre».
É então o momento de se ouvirem acusações mútuas: para uns, são obras de Deus (da Virgem Santíssima, do Santo António, etc) para outros são obras do Satanás.
De um ponto de vista neutro - o da Noologia - provavelmente são as duas coisas e dado que um dos postulados da Noologia - a existência de 2 cosmos - se verifica aí com particular nitidez.
Não é por acaso que uma das ciências auxiliares das 12 ciências sagradas é a Diabologia.
O fenómeno mágico caracteriza-se por uma estrutural ambiguidade que (lhe) advém exactamente da sua génese: 2 forças contrárias e complementares se encontram em jogo e o fenómeno só ocorre quando, verificada a lei da ressonância vibratória - momento, lugar, estado - a função emergente se lhe sucede.
Nos textos que relatam «prodígios», há palavras que aparecem com mais frequência e que podem corresponder a um maior ou menor conteúdo noológico. Compete ao estudioso decidir a percentagem de autenticidade que carregam consigo palavras tais como :
curador
curandeiro
cura extraordinária
cura milagrosa
cura magnética
fluido magnético
imposição de mãos
Impostores
magnetismo terrestre
respiração mágica
sugestão hipnótica
varinha mágica
Se é de prodígios hinduístas que nos falam, o cenário muda apenas um pouco (mas não muito):
andar sobre estilhaços de vidro
balouçar-se com um gancho de ferro enterrado nos músculos das costas
dançar sobre carvões em brasa
Alguns destes prodígios são filmados por Arthur C. Clarke na sua série de 6 vídeos intitulados «Os Arquivos de Arthur C. Clarke», vídeos que, embora de medíocre qualidade, dão um panorama interessante de como um cientista se espanta perante os fenómenos espantosos que a ciência não compreende... e nunca quis compreender.
A «sugestão» é o cavalo de batalha mais largamente usado pela medicina ordinária contra as curas «espontâneas».
Ajudou muito a medicina , nesse propósito de desvalorizar a cura energética, o trabalho de um senhor médico famoso, Émile Coué, segundo o qual o que faz a cura é a imaginação (autosugestão) e a força do mental.
Daqui ao transe hipnótico manipulatório é um passo: o que faz do processo de Coué uma técnica pouco desejável à luz da Noologia.
Magneto-hipnótico
medium
radiação sideral
radiação telúrica
radiação cósmica
radão
sonambulismo:
Levou seu tempo para que a ciência ( medicina ) ordinária considerasse a palavra «electricidade». E todo o mundo rejubilou quando os ciberneticistas (Wiener, Fessard, Nagkler, Berger) , em combinação com Pavlov e os pavlovianos, tomaram o cérebro como rede de circuitos e sinais eléctricos incessantes.
Mais ou menos na mesma altura, a Psiquiatria, estava no auge dos «choques eléctricos». É então que surgem algumas palavras - chave da Noologia:
Circuitos de Ondas
Homeostase
Ondas bio-eléctricas
Impulsos (pulsações)

O autor de «Milagre e Fé na Cura»(*) relata várias peripécias no campo dos fenómenos «anormais» mas não entra na mais recente que se chama Parapsicologia.
No processo de sucessiva e consecutiva decadência sofrida pela Magia como ciência sagrada, a chamada «Parapsicologia Científica» consegue ir ainda mais longe nessa decadência. Mas também a «Psicologia Transpessoal» e a «Teoria do Caos» e outros surtos que a religião da ciência põe ao dispor das massas.
-----
(*) Dr. Fred Wachsmann - «Medicina e Fé na Cura - Estudo Clínico do Misterioso Poder dos Curadores» - Lisboa, 1953
***

Tuesday, January 03, 2006

J.P.-FERREIRA 91

91-01-07-ls>=leituras do ac-palma-ls>

7-1-1991

 JOÃO PALMA-FERREIRA
 VISTA DA BAÍA AO AMANHECER
 Ed. Livros do Brasil

Escrito junto à Baía de Lagos, no último ano de vida de João Palma-Ferreira, este livro póstumo constitui uma espécie de «testamento» humano e literário do autor.
Ponto culminante de um trajecto intelectual marcado por dramáticas «obsessões», reflecte-se nesta narrativa de Palma-Ferreira a influência avassaladora que sobre ele exercia o «Ulisses» de James Joyce, nomeadamente quando meteu ombros à tarefa de o traduzir em português.
«Vista da Baía ao Amanhecer», embora não oculte a fonte que lhe modela o estilo e o ritmo, não deixa de possuir autonomia e vida própria. Como diz o editor na nota de apresentação, a «veemência da prosa de João Palma-Ferreira, a hostilização olímpica ao lugar-comum, o rigor da sua obra de investigador, ensaísta, erudito, crítico e tradutor, situam-no em lugar especial das letras portuguesas».
Esse lugar não é desmentido mas antes confirmado, de maneira pujante, nesta obra onde o autor, confesso admirador e seguidor de Joyce, se lhe assimila, tal como ele publicamente profetizara, de uma maneira trágica.
***

F. CAMPOS 91

91-01-07-ls>=leituras do ac-campos>

7-1-1991

 FERNANDO CAMPOS
 PESADELO DE D'EUS
 ED. DIFEL

Recebido por alguns críticos como obra desmedida e de uma pretensa demiurgia, ou exaltado por outros como narrativa beirando o genial, o novo romance de Fernando Campos é dos que abrem, desde logo, espaço à polémica, trazendo assim novos leitores interessados em tomar posição e em verificar qual dos lados afinal tem razão: o dos que dizem muito bem, ou o dos que dizem muito mal. A narrativa gira à volta de um estudante de filosofia, Pedro Florentino, que constroi, nas águas furtadas da pensão onde vive, um teatro de fantoches com dois personagens, Andra e Ishah, que mais tarde se libertam do titereteiro passando a ter «vida» própria. O editor, entretanto, enfatiza o aspecto do estilo, refere no livro de Campos a «alta qualidade da escrita», a «linguagem poderosamente evocativa», a «inesgotável riqueza e complexidade temática», de onde resultaria, tudo isto somado, «uma obra rara, muito forte e muito bela». Quem terá razão?
***

UNAMUNO 91

91-01-07-ls>=leituras do ac - Unamuno> -3060 caracteres

UM POVO DE SUICIDAS(***)

[7-1-1991]

(***) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no jornal «A Capital», «Leituras de Verão», 27-8-1990

Criar perspectiva crítica para nos entendermos como povo nacional distinto de outros povos, no contexto da Península Ibérica, é um dos melhores benefícios que se podem colher desta obra(*) de Miguel de Unamuno, que a Assírio & Alvim resolveu, em boa hora, mandar traduzir e publicar.
«Por Terras de Portugal e da Espanha» impunha-se, como um dever patriótico.
Entre os artigos que o célebre catedrático de Salamanca (alma gémea de Teixeira de Pascoaes, como em vida de ambos puderam confirmar) consagra a Portugal, figura aquele que, radicalmente, nos denuncia no nosso mais persistente complexo colectivo, aquele que nos classifica, em estilo de anátema, como «um povo suicida». A mais recente história contemporânea, sem falar da antiga, parece que bem comprova a tese de Unamuno. Haverá quem considere este diagnóstico um estigma demasiado radical, outros dirão que ainda é pouco e outros que não tem nada a ver com a chula minhota ou o corridinho algarvio, tão alegres coitadinhos.
Em qualquer dos casos, acompanhado à guitarra da ditadura ou a toque de pífaro democrático, o nosso destino coincide com a visão realista de Unamuno, queiram ou não os optimistas profissionais, que vivem distribuindo óculos cor-de-rosa ao povo.
O autor de «Sentimento Trágico da Vida» (**) encontrava, em Portugal, como é óbvio, um bocado da sua própria alma, pouco dada a quimeras. E desse encontro ele falou, dessa sintonia deu testemunho. Se os portugueses conseguissem olhar-se com metade da atenção e da lucidez com que Miguel de Unamuno nos psicanalisa, não andaríamos talvez tão perdidinhos de nós próprios, das nossa raízes e da nossa identidade, com os escritores todos da moda à procura da «portugalidade» perdida nos areais marroquinos do desejado.
Ninguém é profeta na sua terra e muito menos analista dos seus próprios defeitos e qualidades. Sempre com o nariz no ar, à procura dos outros - povos, terras e negócios - os portugueses têm tido, no entanto, a sorte de haver quem sobre eles se debruce, com o carinho de um irmão, a severidade de um pai e a lucidez de um mestre. Miguel de Unamuno, significa para nós esse olho clínico que nos ajuda, pela consciência do que não queremos assumir (o gosto da morte), a realizar o nosso próprio diagnóstico.
Em «Por Terras de Portugal e da Espanha» ele examinou-nos e deu o veredicto: nem tudo está perdido, ainda vamos a tempo de nos encontrar. É só questão de olho.
Dizer que é José Bento o responsável pela tradução, notas e prefácio, significa só por si um atestado de qualidade desta edição com que a Assírio & Alvim se honra e, como povo ibérico, nos honra.
--------
(*) «Por Terras de Portugal e da Espanha», Miguel de Unamuno, tradução de osé Bento, ed. Assírio & Alvim
(**) Existem duas edições em português desta obra de Unamuno: uma de 1953, em tradução de Cruz Malpique, na editora Educação Nacional; e uma muito recente, de Artur Guerra, lançada pelo Círculo de Leitores
(***) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no jornal «A Capital», «Leituras de Verão», 27-8-1990
***

Labels: ,

A.BOTELHO 91

91-01-06>

 Afonso Botelho
 DA SAUDADE AO SAUDOSISMO
 Ed. Instituto de Cultura e Língua Portuguesa

Estudioso da cultura portuguesa, Afonso Botelho orientou-se especialmente para a análise do saudosismo filosófico que tem no poeta Teixeira de Pascoaes a sua figura mais proeminente. Autor de uma obra vasta no domínio do ensaio, da ficção e do teatro, Afonso Botelho seria o autor indicado para escrever, na «Biblioteca Breve», editada pelo Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, este breviário «Da Saudade ao Saudosismo», introito a um tema infindável e de virtualidades sempre renovadas.
Na «teoria da saudade», quase todos estão de acordo: «a anulação do tempo constitui o objectivo de qualquer forma de saudosismo».
***

DUROSELLE 91

91-01-06-ls>-leituras do ac

6-1-1991

 JEAN-BAPTISTE DUROSELLE
 HISTÓRIA DA EUROPA
 ED. CÍRCULO DE LEITORES/ DOM QUIXOTE

A Europa como construção mental de economistas encontrou no historiador Jean-Baptiste Duroselle o autor capaz de escrever uma panorâmica evolutiva dos vários países que integram a comunidade, desde o aparecimento do «Homo erectus» até aos mais recentes acontecimentos políticos no leste.
Realizada com o objectivo de constituir o compêndio-base que transmita a «ideia europeia» às novas gerações em idade escolar, esta «História da Europa», de Jean-Baptiste Duroselle, não se furta a um certo pendor apologético e não esconde o ar de encomenda com que foi feita.
Publicação conjunta de oito editores europeus, profusamente ilustrada, esta «História da Europa» deixa alguns países da CEE mal tratados, sem deixar de constituir um contributo valioso para a edificação de uma Europa nova e unida, como era aliás o seu objectivo inicial.
Do ponto de vista editorial pode considerar-se o primeiro projecto conjunto e um verdadeiro acontecimento comunitário.
A edição portuguesa é enriquecida com um prefácio de Mário Soares.
***

J.MOCH 58

58-01-06-ls>=leituras do ac-j-moch>

Ferreira do Alentejo, 6/1/1958

C. Porto: Depreendo que o livro de Jules Moch é a resposta ao satélite, isto é, à folhinha alusiva à outra face da...lua. Agradeço-te a lembrança. Um abraço por ela. Se como lembrança a acho mais que suficiente, mais que imerecida, como resposta ao tema de controvérsia, já não posso dizer o mesmo. Demonstrará o Jules Moch que não têm razão nenhum dos remoques à ciência soviética, nenhuma das apreensões sobre a rarefacção intensiva da liberdade no mundo, sobre o império e inferno da tecnocracia, sobre a psicose «materialística», sobre a cada vez mais longínqua felicidade humana? Creio que tudo isso deveria merecer aos nossos jovens empenhados, certa atenção. Sabes que resposta olímpica me deu o olímpico poeta Eduardo Olímpio? Esta: «Desculpa, AC, mas não sei o que seja um satélite». E devolveu o papelinho. Não parece apreensiva a nossa juventude, com os loucos progressos de uma tecnologia demente. Excessivos e infundados temores os meus, portanto! Hossanas ao satélite! Hossanas ao futuro radioso da tecnocracia!
Futuro é coisa que não vamos ter por muito tempo. É cá uma crença do teu amigo
AC

STEINER 91

91-01-06>

6-1-1991

 George Steiner
 HEIDEGGER
 Publicações Dom Quixote

Modelo de um discurso ensaístico de que tratadistas e teóricos da filosofia já nos tinham desabituado, George Steiner faz, neste que livro que a Dom Quixote incluiu na sua colecção «Opus», a apresentação de Heidegger em termos acessíveis ao leitor não especializado na matéria.
Livro-chave para tentar uma primeira abordagem desta personalidade gigantesca e difícil que é Heidegger - alguns consideram-no o maior filósofo desde Descartes - a obra de Steiner tem a clareza de estilo e a limpidez de ideias que estimulam a leitura dos mais árduos textos de tão discutido e polémico autor. Professor no Churchill College(Cambridge) e na Universidade de Genebra, George Steiner é um pedagogo no melhor e mais lato sentido da palavra, colocando-se este seu ensaio, breve mas denso, no mesmo nível de qualidade a que nos habituaram anteriores títulos da colecção intitulada «Biblioteca de Filosofia» e dirigida por Manuel Maria Carrilho, da Universidade Nova de Lisboa.
Outros títulos saídos recentemente e que devem citar-se, são os três volumes de Karl Popper - «Pós-Escrito à Lógica da Descoberta Científica» - e, de leitura muito mais convidativa e atraente para o leigo, uma selecção de textos de Nietszche sobre «teoria do Conhecimento», intitulado «Sujeito e Perspectivismo».
***

Monday, January 02, 2006

MELODRAMA 67

67-01-05>dcm67-6>

O MELODRAMA NA LITERATURA MÉDICA

5/1/1967 - Na literatura médica, não é raro um tipo de argumentação, entre o aleatório e o sofístico, que coloca sempre no futuro a solução dos problemas imediatos que não se resolvem de imediato.
A medicina alopática é hoje uma ciência do aleatório: manda esperar, na sala do consultório ou no deserto da indecisão. Há uma grande bicha à radiografia: para as análises são dias ou semanas de espera. O que dá tempo da doença progredir.
Logo no diagnóstico, tão bem apetrechado de raios X e de análises clínicas, começam as impraticabilidades. Na teoria, um edifício lindo de possibilidades e promessas. Na prática tudo distante, indiferente, hostil, aleatório; apenas a desgraça de quem cai na doença e, pior ainda, na engrenagem que comanda os destinos do doente.
A ciência médica precisa de se apresentar como um programa linear, como uma corrida olímpica das trevas para a luz, da barbárie para o progresso, do artesanato para a superindústria, corrida que se encetou um dia e que terá no futuro uma meta a atingir, meta que nunca, obviamente, será alcançada.
Entretanto, espera. Entretanto, o desespero.
Para a ciência médica, as aquisições da humanidade não são cíclicas, concêntricas ou em espiral: são lineares, cronométricas, começam num mítico ponto zero e pretendem encaminhar-se para um ponto ainda mais mítico e fantasmagórico - o infinito - ao qual nunca se viu nem se verá jamais o fim.
A medicina chinesa é uma aquisição circular, definitiva. Não se comportando na linha única do progresso considerado clássico, a medicina chinesa não é aquisição integrável que importa. Para a integrar, há que «adaptá-la». E do método de diagnóstico que é, por exemplo, a acupunctura , faz-se uma técnica de anestesia ou, melhor ainda, um ersatz de violência cirúrgica. Assim que ouviram falar de agulhas, os médicos ocidentais de visita à China Popular ficaram excitadíssimos e quiseram logo saber como era.
A própria China actual desvirtua a medicina tradicional chinesa, desligando-a do contexto filosófico e cosmológico onde tem sentido. Isoladamente, aplicada como adjuvante, a acupunctura é uma irrisória caricatura e caricatura é o aproveitamento sintomatológico que dela estão fazendo os esculápios europeus e americanos.

EXEMPLOS DA LITERATURA ALOPÁTICA

A vida de um colonizado, na qualidade de doente ou paciente, não se pode dizer que seja fácil . Rodeado de gente importante e sábia que, tudo sabendo, nada resolve dos nossos problemas de saúde, nem deixa que outros resolvam, que fazer, por onde seguir?
A literatura médica está cheia de textos em que confessa o seu atraso, em que considera a «desconhecida» a causa de muitas doenças . Dir-se-ia que a alopatia nada numa permanente bruma de mistério. Ainda agora, o metafísico realizador de cinema Ingmar Bergman - com uma fita sádica que se propõe mostrar as várias modalidades de sofrimento acumuladas numa só casa - não se dá sequer ao cuidado de rotular a doença que faz gemer a pobre Agnes, paciente mítica de um mítica moléstia.
É o costume os textos contarem comovedores melodramas de doentes incuráveis ou de doenças misteriosas.
Conta, por exemplo, uma dessas histórias comoventes:
«Há 34 semanas que Nigel está num estado de coma de que - asseguram os médicos - não voltará a sair. O seu sofrimento tem como causa o vírus do sarampo, raro, para o qual os cientistas ainda não foram capazes de descobrir a cura.
«Por isso os médicos estão de acordo em que Nigel, cuja figura se reduz ao esqueleto, as funções vitais falham e o cérebro se deteriora, está condenado a morrer. Mas a mãe não se resigna a aceitar tão cruel inevitabilidade.»
*
Outro melodrama é o de Tracy Olcham, «uma rapariguinha de 8 anos, que passou o dia de Natal a gatinhar no chão ou sentada numa cadeira de rodas.»
Tracy - conta o narrador - nasceu com uma deformação na espinal medula que a deixou paralisada da cintura para baixo, apenas com alguma sensibilidade na perna direita e sem nenhuma na esquerda.
«Em Fevereiro de 1972, Tracy foi uma das principais crianças a quem foi adaptado um aparelho revolucionário que ajuda a andar, descoberto pelo cirugião Gordon Rose, do hospital de Shrewsbury, e pelo engenheiro aeronáutico John Henshaw, da Universidade de Salford.
É leve, barato e permite às pessoas paralisadas das pernas e do tronco andarem sem qualquer ajuda. Foi produzido por uma pequena equipa de investigação, com uma bolsa concedida pelo Ministério da saúde Britânico e pode ser produzido em série por cerca de 3.000$. está à disposição nos Serviços Médicos Públicos. Mas a equipa de investigação espera ainda obter facilidades do Ministério da saúde. «se tivéssemos seis experimentadores em vez de dois, podíamos estar a produzir milhares de aparelhos.» - diz o engenheiro Henshaw.
«Antes de usar o novo aparelho, Tracy podia apenas arrastar-se pelo soalho. «Costumávamos afastar todo o mobiliário à volta do quarto e ela passeava então na sua cadeira de rodas - diz a mãe - Com o aparelho pode pôr-se de pé e, pela primeira vez, é mais alta que seus irmãos mais novos.
Isto teve implicações na sua personalidade. Está agora mais desembaraçada e mais alegre.
«Tracy usa o aparelho quatro ou cinco horas por dia e, segundo conta a mãe, suspira por voltar a utilizá-lo.»

HOMENS-COBAIAS:ONDE ESTÁ O NAZISMO?

Em nome da ciência, a Biocracia dos laboratórios é hoje descrita por cronistas solícitos desta maneira entre humorística e trágica:
« Em pessoas normais, os dois hemisférios cerebrais encontram-se ligados entre si por um largo feixe de fibras nervosas denominado corpo caloso. Os primeiros estudos científicos sobre as diferenças entre os hemisférios começaram há cerca de dez anos, usando como objecto de pesquisa pacientes cujo corpo caloso foi cirurgicamente retirado para evitar a epilepsia. Estes pacientes comportam-se de modo perfeitamente normal, excepto num aspecto: as suas mãos esquerdas «não sabem», literalmente, o que fazem as suas mãos direitas. Um exemplo, um homem que se encontrava nestas condições atacou a mulher com a mão esquerda, enquanto simultaneamente tentava protegê-la desse ataque com a mão direita.»
Este uso de «pacientes» a quem extirparam o corpo caloso, a pretexto de evitar a epilepsia, caiu-me aqui ao pé da esferográfica como sopa na merda. Parece-me altamente elucidativo de processos que, sob outros climas históricos os nossos corações antinazis não hesitariam em classificar de concentracionários.
Lamentável que o nosso antinazismo militante - nisto e no resto - só se aplique a uma geografia e a uma cronologia fixas, não querendo ver onde os nazismos se espalham hoje, a pretexto da ciência e da técnica.
«Usar homens como cobaias» - em que história da Gestapo é que a gente já leu isto?
E, no entanto, o que faz a ciência médica, a Biocracia, mais do que diariamente usar homens como cobaias?

PURA ROTINA

São frequentes, nos jornais, as notícias de medicamentos que os laboratórios estão constantemente a «descobrir», na costumada azáfama de servir a humanidade.
«Maravilhas da técnica», «droga miraculosa», não faltam os ditirambos.
Notícia de Chicago, por exemplo, anuncia uma nova droga «miraculosa» que se afirma ser capaz de curar uma doença até agora incurável - a constipação vulgar.»
«Essa droga - acrescenta a notícia - designada por NPT 10, 381, foi descoberta pelo dr. Paul Gordon, da Escola de Medicina de Chicago, o qual apresentou um relatório na conferência anual da Federação de Ciências Médicas e Biologia Experimental.»
De assinalar nesta rotina noticiosa é apenas que :
- a constipação vulgar é doença até agora incurável pela poderosa medicina
- um medicamento será capaz de curar o que até agora não tinha cura
- o descobridor é doutor, sempre eminente, e apresentou relatório (fatal) a uma ilustre academia de doutores igualmente eminentes , foi muito aplaudido pelos ilustres confrades e assim sucessivamente.
O quadro da ciência académica é sempre este.
Rotina, pura rotina.
***

COLUCCI 80

80-01-05>gentil-1>–os dossiês do silêncio–diário de um consumidor de medicinas – inédito ac de 1980 – enviei rocha barbosa e noruette palma–datas ac

MAIS UMA VEZ:A MEDICINA QUE MATA CONTRA A MEDICINA QUE CURA
ORA MERDA!

5/1/1980 - Uma carta do Prof. António Gentil Martins, dirigida contra o jornalista Adelino Alves e publicada no jornal " O Dia", vem reabrir um dossiê que se supunha definitivamente encerrado.
Entre gentis salamaleques de parte a parte, agressor e agredido, doutor e jornalista, reaviva-se assim, na Imprensa Portuguesa, a polémica em torno da Medicina Natural e sua legitimidade ou eficácia, debate que seria sem dúvida desejável, se o retomassem em termos menos sediços e anacrónicos.
Escolher outra vez Indíveri Colucci como alvo da fúria alopática para bater a concorrência da medicina naturopática é que é francamente intempestivo e anacrónico, para não dizer pior.
Mas para lá de intempestiva a anacrónica, a intervenção do Prof.Gentil Martins, parece-me susceptível de procedimento judicial por parte do ofendido - Dr. Indíveri Colucci, - uma vez que vem a ser acusado, pela 13ª vez, de charlatanismo, um homem que, por doze vezes consecutivas, os tribunais competentes deste País absolveram em 12 processos por charlatanismo que a Ordem dos Médicos lhe instaurou.
Reincidir, publicamente, num acusação que os tribunais já provaram, 12 vezes, ser falsa, o que será ?
Amplo debate sobre medicinas ou mero caso de polícia?
Apontar a palavra charlatão para o Instituto Naturopático de Paço de Arcos - que a Ordem dos Médicos, inclusive, mandou ficar sob a cobertura de um médico fiel ao sistema - será mania (da perseguição) ou amnésia?
Arquivado definitivamente o processo 12 vezes tentado contra Colucci, ilibado este de qualquer culpa , demonstrado pelos tribunais de que não era charlatão - quem precisará afinal e agora de ser processado por calúnia e difamação?
Se não há moral, que haja ao menos lei e que, perante a lei, os cidadãos sejam tratados como iguais. De contrário, em que selva patagónica estaremos nós? Ou em que vilória do Faroeste?

CAÇA ÀS BRUXAS

Mas talvez esta tentativa de mandar inocentes para a fogueira, não esteja totalmente desligada do presente contexto político português. Aparecer um mês depois do 2 de Dezembro, o Dr. Ant6nio Gentil Martins, chefe máximo do Instituto Português de Oncologia, censurando um jornalista que escrevera um artigo sobre Colucci, tentando reavivar a "caça às bruxas" e atear de novo a fogueira contra a heterodoxia ou heresia médica - mas recorrendo pura e simplesmente ao insulto, à calúnia e à difamação, parece, no mínimo , pouco gentil.
A Medicina Natural e suas vitórias - face aos fracassos rotundos da Medicina Química (cujo único remédio é ... a Cirurgia) - não se derruba já com palavras (ou palavrões) de clínicos irritados, desbobinando aquela série de adjectivos que se tornaram clássicos entre os que, não tendo argumentos para manter a medicina dominante ou dirigente, só têm o caminho do insulto e da verborreia desmiolada.
Que isto tivesse acontecido, recentemente, a uma boa parte da classe jornalística (estou a lembrar-me dos artigo que Adelino Alves, por exemplo, escreveu contra Lurdes Pintasilgo ...) resta-nos resignação e muita paciência; mas com a superior classe dos cirurgiões, tão acima destas ninharias, acaba por não se compreender.
Resulta daqui, portanto, que mais uma vez não se desenha um debate democrático e pluralista em torno do sistema médico vigente, seus fracassos, seus abusos e suas alternativas para o doente que quer salvar a pele, mas uma conversa de regateiras, cada qual com palavrões mais altissonantes do que a outra para atirar à cara .
Em vez de um debate decente entre gente responsável, desenha-se, com esta "anacrónica" intervenção, apenas uma troca de insultos pouco edificante para as gentis personalidades que se envolvem na quesília e nos termos em que alguém teima em colocá-la pela 13ª vez...

DIREITO AO PLURALISMO MÉDICO

Antes de cair na tentação de fazer também conversa de regateira, antes de fulanizar o problema - que não tem nada de pessoal e é fundamentalmente um problema de radicais opções ecopolíticas - antes de tomar partido pró ou anti-Colucci, importa constatar o (baixo) nível a que de novo a questão ficou e quem a pôs nesse (baixíssimo) nível.
De resto, temos mais que fazer e o problema é de facto outro: o direito à descolonização do doente relativamente ao monopólio de um único sistema médico, o direito de cada um escolher a terapêutica que quiser, o direito de o doente se emancipar da dependência químico-medicamentosa, o direito de crítica relativamente à arbitrariedade de uma classe , que a pretexto de ciência e autoridade, espezinha todos os preceitos do seu próprio código deontológico, pratica coisas muito abaixo do charlatanismo e julga poder continuar impune até às calendas gregas – o direito do doente, enfim, não ser um objecto, um número, um consumidor de remédios, uma máquina, um rato ou um macaco ou uma cobaia nas mãos de uma Medicina autoritária, despótica, ditatorial, inscreve-se como uma conquista irreversível do povo na sua marcha democrática.
Ameaçar de novo com a moca, o tribunal, o enceramento das clínicas Naturopáticas, quem não pensa como nós e, principalmente, quem não consome a cirurgia e a medicina que eles e as multinacionais deles querem - alto aí e para o baile! - o 2 de Dezembro aí pretende ir longe e depressa demais.
Não se trata de estar hoje pró nem contra Colucci. É um dilema ridículo e não se trata disso. Nem se trata de fulanizar ou apontar casos pessoais disto e daquilo. É claro que há milhares de pessoas (dadas como incuráveis pela medicina e que foram para casa com ordens de morrer) ressuscitadas. Mas não é isso também que importa neste momento. Não se responde com argumentos a insultos e mocadas.
A explosão numérica de adeptos no campo das terapêuticas alternativas, atinge a ordem dos milhões. Ser contra ou pró Colucci, é dilema mais do que ultrapassado. E por isso já ninguém hoje teria a lata de vir contestar o que a prática confirmou até à exaustão.
Ter vindo alguém, porém, para lá de ser um caso de amnésia, de tribunal e de polícia pode ser também, quem sabe, um caso do foro psiquiátrico. Para o que, evidentemente, a melhor medicina ainda é o internamento precoce. Contra isso nada pode nem Colucci, nem a Medicina Natural, só uma boa camisa de forças.

MESMO ASSIM, FAZ MILAGRES

Não é a altura de inventariar casos pessoais. Mas se fosse o caso e tivesse que testemunhar o meu, digamos que já fui colucciano e posso ter, em relação a ele, a mesma atitude crítica, civilizada, racional que procuro ter em relação a outras alternativas ao terror e à histeria tecno-fascista.
Digamos, portanto, como testemunho pessoal, que já usei o método colucciano, com ele curei uma sinusite que a medicina sabichona e estúpida me manteve "crónica" até aos 35 anos, com ele solucionei problemas de saúde, mas com ele também - naturo-vegetarianismo - agravei uma antiga colite hereditária , pelos erros alimentares que dentro do método colucciano acabam por se praticar quase sem querer e sem saber
Foi esta crise, felizmente, que me atirou às lonas e, quando já tinha testamento feito e a mala aviada para ir até ao eterno descanso - vulgo, “fazer tijolo" -, quis a Divina Providência puxar-me outra vez à superficie e pôr-me a Macrobiótica no caminho.
A Macrobiótica que, evidentemente, contesta boa parte do método colucciano. Mas, por mais que o método do centenário naturopata, possa ser contestado e criticado à luz da Macrobiótica (e pode) , ele pode, relativamente a uma medicina impotente, fazer ainda verdadeiros milagres. E faz, e é isso que os da ordem não lhe perdoam.
À Macrobiótica devo a chatice de continuar vivo, não sei ainda se por dias, meses ou séculos.
À Macrobiótica deve o fastio de continuar a ser português, europeu ocidental e o nojo , o vómito e a fadiga de continuar a ouvir (ter que ouvir) não sei por quantos dias, meses ou anos, as gentis diatribes contra a medicina natural que cura, por parte dos gentis senhores da medicina que mata.
***

BIRAUD 72

1-3<71-01-04>ribes-1-ls>notícias do futuro-temas de amanhã-notas de leitura

TELEFONAR AOS EXTRATERRESTRES (*)

(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no diário «Notícias da Beira» (Moçambique), na rubrica do autor «Notícias do Futuro», em 4/1/1971 e no semanário « Mar Alto» (Aveiro) , na rubrica do autor «Temas de Amanhã», em 5/7/1972


Acaba de sair em França, nas edições Fayard»,(1) um livro que não será o único nem o primeiro sobre o assunto das «civilizações extra-terrestres», mas é, com certeza, um dos mais documentados e o mais actualizado. Coloca, pelo menos, o problema de maneira séria, tendo consciência das múltiplas limitações da matéria e do que se pode avançar (pouco e lentamente) em terreno tão incerto como o das galáxias dos vários universos.
É desde logo bom sintoma que um «Dossier das Civilizações Extra-Terrestres» - assim se intitula o livro - comece por historiar o processo Galileo, que Arthur Koestler considera, na sua famosa obra «Os Sonâmbulos», um dos episódios mais desastrosos da história das ideias. De facto, desastroso e nem só. O processo Galileo, segundo afirmam os dois autores do livro aqui comentado, «é e ficará a ser, segundo tudo indica, o símbolo da resistência do espírito humano (sic) às ideias novas, resistência particularmente feroz nos domínios onde a origem, o destino e a finali-dade da espécie humana estão directamente em causa».
(Nesta afirmação, haveria apenas a rectificar: não é o espírito humano que oferece oposição às ideias novas, mas os preconceitos incrustados no espírito humano e de que este é apenas a vítima parasitada).
Bom sintoma é que isto escrevam dois jovens especialistas de rádio-astronomia (um tem 30, o outro 35 anos), adjuntos ao observatório de Meudon e que participaram na colocação do maior radio-telescópio da Europa. Dentro do sistema, François Biraud e Jean--Claude Ribes, embora doutores em Ciências e ambos encarregados de pesquisas no C.N.R.S. (Biraud é professor efectivo de Física, Ribes, engenheiro), funcionam, com efeito, dentro da engrenagem mas, de certo modo, em oposição a ela. Não se trata propriamente de heréticos dentro da ortodoxia, de «out-siders» da ciência, de elementos à margem, nem seria previsível repetir-se com eles o processo Galileo, mas têm consciência da oposição que a ciência instituída coloca ao progresso intelectual, a todo o espírito inovador, a todo o acto de imaginação e de irreverência inventiva.
«Mas outros combates esperam os descendentes desses juízes» - dizem ainda os autores, referindo-se aos carrascos de Galileo - «desses homens que se sucedem, de geração em geração, para defender as posições adquiridas e combater as ideias mais ricas e mais novas que fazem eclodir o progresso da ciência»:
Sobre o tema do livro, os dois jovens cientistas são bem claros:
«O tempo, evidentemente, joga contra eles, pois estamos certos que virá o momento em que eles terão de admitir que a vida existe em outras partes além da terra e que a inteligência não é um produto exclusivamente reservado aos homens».
François Biraud e Jean-Claude Ribes aplicam-se, no longo destas suas 240 páginas, a fazer compreender a realidade astronómica e demonstram, de maneira incontestável, que o universo comporta uma multidão de astros semelhantes à Terra.
Estudam os fenómenos da vida e explicam porque a sua aparição sobre estes astros é inelutável e a sua evolução para a inteligência também.
Levando mais longe a sua demonstração, eles provam que existem certamente civilizações fundadas sobre a vida artificial, noção de vanguarda que repousa sobre as mais recentes descobertas.
Estudam também as possibilidades de contactos extra-terrestres num futuro previsível. E demonstram que estes contactos são não só possíveis mas que podem efectivar-se nos próximos 25 anos. Enfim, não hesitam em criticar a esclerose dos meios científicos franceses e fazem mesmo a apologia dos livros de ciência-ficção que abrem o espírito e obrigam a reflectir.
Apoiando-se nos dados mais recentes da ciência astronómica e radio-astronómica, François Biraud e Jean-Claude Ribes escrevem uma obra ao alcance de todos os leitores que se interessam por estas questões apaixonantes.
Apoiando-se em Iossif Shklovsy (por eles considerado «O Mestre»), em Fred Hoyle, em Ar-thur Clark, em Asimov e outros de idêntica craveira científica - mas que fazem também da imaginação o seu predilecto campo de pesquisadores - eles mostram também de que tais questões apaixonam igualmente os sorumbáticos homens de ciência.
Como sabem os que por ele se interessam, retomar o tema das «civilizações extra-terrestres» é retomar a polémica dos objectos voadores não identificados, mais conhecidos por discos voadores, polémica que só, por qualquer decisão oficial, parece ficar por vezes encerrada. Pôr, de vez em quando, uma pedra sobre o assunto e dá-lo por arrumado, não resolve, no entanto, nada.
Por isso os autores do presente «dossier», reabrem de novo a polémica e aos «extra-terrestres» dedicam o capítulo terceiro da obra, elucidando as seguintes alíneas:
O PROBLEMA DAS VISITAS MISTERIOSAS - A violação dos Terráqueos - Objectos voadores não identificados - Aterrissagens e aparições - Verdadeira e falsa ciência — Tentativas de explicação «racionais» - Fuga à guisa de conclusão.
O PROBLEMA DAS VIAGENS INTERPLANETÁRIAS - O tempo da marinha à vela - Viagens aceleradas: foguetões nucleares e motores iónicos - Luta contra o tempo: a hibernação do viajante - Que velocidades podemos esperar? - Para lá da Física clássica:infinitamente grande e infinitamente pequeno - Nos limites da ciência - A Migração para os outros sistemas.
O PROBLEMA DAS COMUNICAÇÕES RÁDIO - As ondas electromagnéticas - As ondas luminosas: lasers - As comunicações pela rádio - O esperanto cósmico - Comunicações a vinte anos luz.
OS CONTACTOS PARA AMANHÃ - Os soviéticos e o CTA 102 - A grande tentativa americana de 1960:o projecto OZMA - Crítica do projecto OZMA - As supercivilizações - À escuta das supercivilizações - Os pequenos homens verdes de Cambridge - Para um programa sistemático de investigações?
- - - - -
(1) «Le Dossier des Civilisations extra-terrestres», François Biraud e Jean-Claude Ribes, Fayard, Paris, Outubro de 1970.
(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no diário «Notícias da Beira» (Moçambique), na rubrica do autor «Notícias do Futuro», em 4/1/1971 e no semanário « Mar Alto» (Aveiro), na rubrica do autor «Temas de Amanhã», em 5/7/1972
***

HOLÍSTICA 94

94-01-04>13501 caracteres-13004 caracteres-revista>
[«Vida & Natureza»: «Know-how» em holística & terapias leves, inédito e confidencial]


4-1-1994

CLUBE DO LIVRO SAUDÁVEL

A explosão editorial verificada no campo das ciências holísticas é, só por si, justificação suficiente para um Clube Holístico do Livro ou Clube do Livro Saudável.
Embora em Portugal o «boom» editorial seja menor, não deixa de se verificar, também, uma proliferação de títulos e de autores que coloca o consumidor e eventual leitor em sérios embaraços de escolha.
A quantidade e qualidade de obras publicadas em Portugal, na área holística, justifica, pois, que todo esse material se ponha a render no sentido de o consumidor retirar dele o máximo proveito, o que não é neste momento e por enquanto o caso.

UM CLUBE DO LIVRO SAUDÁVEL, PORQUÊ?
-Porque já se fez em França, com o título "Le Club des Livres pour Mieux-Vivre», porque obteve o melhor acolhimento do público e porque, ao que parece, nós (dizem) já entrámos na Europa
-Porque há, disponível, uma carga de informação útil ao consumidor mas que este, na esmagadora maioria, ignora
-Porque é necessário «personalizar» os interesses de leitura, procurando dar ao potencial leitor (e comprador) de uma determinada área bibliográfica (neste caso o livro holístico) não só a informação de que o livro existe mas a que tipo de questões ele responde
-Porque sobre este campo especializado da bibliografia não há acompanhamento noticioso correspondente ao «boom» editorial verificado e à avalanche de respostas potencialmente existentes para as múltiplas dúvidas e perguntas do consumidor
-Porque o mercado da edição no campo holístico representa parte importante de um movimento que já galvanizou muitos outros sectores do mercado (o alimentar, por exemplo) e lhes serve de motor.

UM CLUBE HOLÍSTICO DO LIVRO, COMO?
O funcionamento deste Clube deverá ser simples para ser eficaz e cativante do grande público.
Como pivot-de-difusão do Clube haverá uma publicação regular periódica, sob a forma de (suplemento em) jornal ou revista.
Através desse meio de comunicação, os eventuais «amigos» do Clube terão conhecimento das últimas novidades editoriais, ou de títulos já publicados há mais tempo e que, por qualquer motivo ou acontecimento, voltam a estar outra vez em destaque.
Além do noticiário regular sobre novidades editoriais, haverá um caderno-catálogo com a listagem das obras holísticas editadas em Portugal, listagem que deverá ser periodicamente actualizada com outro catálogo.
O previsto «Anuário Holístico» pode incluir esse catálogo de livros e actualizá-lo anualmente.
Os interessados poderão filiar-se no Clube, mediante inscrição de um cupão publicado na já referida publicação periódica.
Terão depois direito a um cartão de «amigo» do Clube.
As regalias, para já, consistem em ter desconto de 20%, 30% ou 50% nas obras dos editores que aderirem à iniciativa.
Para poder funcionar legalmente, não pode o Clube cobrar quotas ou qualquer contributo em dinheiro.
As actividades fornecidas pelo Clube são assim gratuitas para o público, sendo subvencionadas pelos editores interessados em alinhar, quer através de publicidade que alimente a publicação[página] periódica, quer através de outros expedientes de ordem publicitária.
Tratando-se, com este Clube, de fazer publicidade indirecta a todo o campo da edição holística, é essa difusão pública que deverá ser amparada pelas editoras aderentes à iniciativa, uma vez que ela é do seu próprio interesse.
Ligado às outras peças do dispositivo, o Clube visa os mais amplos objectivos de difusão cultural.
O traço específico que o distingue das outras peças do dispositivo é encontrar-se ligado ao livro recente ou actual como base da intercomunicação informativa e documental que se propõe efectuar.

EDITORAS PORTUGUESAS ACERTAM O PASSO
Ninguém se atreve a considerar que algumas das nossas mais prestigiadas editoras estejam a colaborar com «charlatães» e «obscurantistas», ao criarem colecções de temas «underground» em geral e de ecoalternativas terapêuticas em particular, temas que não têm, no entanto e entretanto, a correspondente atenção das agências noticioasas «captadas» em Portugal.
Temas que, tratados em livro, não têm a correspondente cobertura na actualidade noticiosa da Comunicação Social.
Mas, paradoxalmente, colecções inteiras de livros são dedicadas a temas que nunca seriam editados se não tivessem um público certo e fiel.
Indiquemos alguns exemplos no campo «underground» em geral:
-«Enigmas de todos os Tempos» (Bertrand)
-«Iniciação às Ciências Ocultas» (Estampa)
-«Esfinge» (Edições 70)
-«Portas do Desconhecido» (PEA)
-«Solário» (Edições 70)
Também no campo das técnicas holísticas de saúde, inúmeras colecções continuam a publicar títulos que correspondem, inequivocamente, a um interesse generalizado dos leitores:
-«Biblioteca da Saúde» (Ed. Caminho)
-«Conhecer Melhor» ( Dom Quixote)
-«Saúde», «Arte de Viver» e «10 Lições» (PEA)
-Sobre (o) Viver»(Europress)
-«Saúde do Homem» (Itau)
-«Como Viver Melhor» (Litexa)
-Biblioteca do Conhecimento Básico e «Enciclopédia Vida Prática» (Notícias)
-«Viver», «Tempos Livres» e «Solário» (Edições 70)
-«Sobreviver» (Ulmeiro)
-«Biblioteca Verbo de Saúde» e «Biblioteca de Medicina Natural» (Verbo)

UNIVERSIDADE TAMBÉM ENTRA (À SUA MANEIRA) NA ÁREA HOLÍSTICA
Catálogos de editoras ou programas curriculares de novas faculdades e universidades são fontes onde se pode detectar uma evolução acelerada na abertura da ciência estabelecida às novas disciplinas do comportamento que têm vindo alterar, em poucos anos, o quadro das ciências humanas.
Muitas das «novas» ciências, porém, nada mais são do que «adaptações modernas» de «ciências» antiquíssimas e que até agora estavam no índex ou viviam no «underground».
Ciências de «ponta» e de «fronteira» é o mínimo que se poderá dizer destas matérias que, emergindo no seio das ciências humanas e sociais clássicas, logo se percebe que tocam interfaces por onde a Ecologia Humana tem rondado.
Acaso curioso é que a palavra «Etologia», que significa ciência do comportamento animal, apenas numa letra, t por c, difere da palavra ecologia, que bem podia ser definida como ciência do comportamento humano.
É de notar, assim, em listas de catálogos ou currículos de escolas superiores, algumas rubricas reveladoras desse apelo à unidade do «universo humano» por parte da diversidade de ciências que para ele convergem.
Exemplos indicados por ordem alfabética:
Anestesia eléctrica
Bioclimatologia
Dietética
Ecologia Huimana
Electroterapia
Energética Muscular
Engenharia do Ambiente
Engenharia humana
Engenharia social
Engenharia da vida
Epidemiologia
Etnomedicinas
Fisiatria
Geocancerologia
Higiene Alimentar
Medicina Familiar
Medicina Física
Medicina Social
Parto psicoprofiláctico
Parasitologia
Psicanálise
Psicomotricidade
Reabilitação
Saúde Ocupacional
Sexologia
Sofrologia
Toxicologia
Toxicologia genética

Note-se um aspecto curioso: ciências que se julgariam estarem longe do «social» e do «humano», como a Engenharia, aparecem de repente no âmbito das ciências humanas, e multiplicam-se em inesperadas modalidades, fazendo lembrar que o homem continua afinal a ser o centro de todas as coisas...

O CASO DO CLUBE DO LIVRO FRANCÊS
O «Club des Livres pour Mieux Vivre», ao surgir em França no princípio dos anos 80, vinha comprovar várias coisas:
-O «boom» editorial verificado numa área demarcada e definida mas que até então tinha, como tal, passado despercebida;
-O público que imediatemente aderiu à iniciativa que vinha trazer vantagens de qualidade e preço ao consumidor
-A necessidade de uma comunicação informativa apurada sobre a quantidade de livros editados, aconselhando o leitor pela qualidade criticamente comprovada.
[Além de fotocópias ilustrativas do regulamento desse clube francês e suas características de funcionamento, poderá ler-se, a seguir, também o texto de um projecto que, em 1986, foi elaborado para a criação de um Clube do Livro Saudável»]
«Viver Melhor», expressão-chave do Clube francês, é inegavelmente uma das expressões que melhor se adequam à «área unificada» de que tem vindo a falar-se neste relatório.
É quase escusado referir que para um Clube do Livro «Viver Melhor» estaria praticamente garantido o apoio publicitário das editoras com livros publicados nessa imensa área.

REVISTAS FEMININAS SÃO PRETEXTO
Revistas que publicam mais frequentemente temas de «behavior»:
-«Marie Claire»
-«Elle»
-«Madame Figaro»
-«Cláudia»
Temas afins do tema «behavior»:
-Alimento determina comportamento
-Alternativas de sobrevivência à catástrofe industrial
-Beleza física (esteticismo)
-Direitos humanos da personalidade
-Ecodireitos individuais
-Ecologia humana
-Epidemiologia
-Estilismo e moda
-Grupos de luta ambientalista
-Higiene pública
-Movimentos cívicos e sociais de autodefesa cidadã
-Profilaxia natural das doenças
-Saúde individual
-Tecnologias apropriadas de saúde
-Vida afectiva
-Vida sexual

QUANTOS SÃO? QUANTOS SOMOS?
Se se quisesse avaliar em números e quanto a público o raio de acção que uma revista de saúde, segurança e «behavior» pode ter, bastava juntar os produtores e consumidores de todas as áreas que convergem no tema.
Começando pelos produtores e só no que respeita aos técnicos que em Portugal desenvolvem actividades relacionadas com novas técnicas terapêuticas, um primeiro recenseamento pode ser feito com base em números estimados para as várias associações de classe.

Somando os sócios das quatro associações de classe que existem, teremos.
78 - Associação Portuguesa de Medicina Acupunctural
50 - Associação Portuguesa de Homeopatia
80 - Associação Nacional de Osteopatas
220 -Associação Portuguesa de Naturopatia
No que respeita a consumidores, pode ser estabelecida uma primeira estimativa com as principais associações existentes:
-400 sócios inscritos ( 200 sócios no activo) - Associação Portuguesa Vegetariana
-3.442 sócios inscritos (1.250 no activo) - Sociedade Portuguesa de Naturologia
6.500 sócios inscritos (1000 sócios no activo) - Cooperativa Unimave

BOLETIM DE IMPRENSA: UM PROJECTO QUE FICOU
«Boletim noticioso dos Naturoterapeutas para a Imprensa» era uma das iniciativas propostas, em 1985, pelo «Atelier yin-Yang», projecto que chegou a ser anunciado na Imprensa e que tinha em agenda mais as seguintes actividades a realizar:
-Recensão noticiosa regular do movimento editorial na área da saúde, segurança e ecologia humana
-Guia de endereços úteis ao consumidor de saúde - reedição corrigida e aumentada do folheto que chegou a ser publicado, na «Frente Ecológica», em 1985, com o título «As Medicinas que Curam» e que pretendia ser uma réplica às páginas amarelas na área unificada da holística...
-Quadro de qualidade com a ronda dos restaurantes vegetarianos e outras actividades do «mercado natural», avaliadas de zero a 5, uma espécie de «dom Pipas» (secção gastronómica do jornal «A capital») para vegetarianos ou de «bolsa da praça» para consumidores de produtos naturais
-Telefone SOS com gravador - primeiras informações de socorro aos que procuram tratamentos naturais para os seus problemas

MINIAGÊNCIA DE INFORMAÇÃO ECOALTERNATIVA:PROJECTO QUE FICOU
Material informativo de âmbito internacional para reconverter em notícias de primeira mão com interesse para o público português, é o que não falta na área que tem vindo a definir-se, neste relatório, e a que André Gorz, jornalista do «Le Nouvel Observateur» (onde escreveu com o pseudónimo de Michel Bosquet), chamou «arquipélago convivial», em homenagem à ideologia ou ideário da «convivilidade» proposta pelo filósofo Ivan Illich.
O problema não é, portanto, a falta mas a abundância de fontes de âmbito internacional e o número de itens com interesse público que delas se podem recolher.
Perante a abundância (quantidade) trata-se de privilegiar a notícia pela qualidade do seu conteúdo.
Perante a enorme quantidade de fontes que se apresenta, trata-se de privilegiar algumas que se tornaram, com o tempo, prestigiadas pela sua independência (e o critério de independência, nesta matéria, de contornos tão sensíveis e marginando tantas vezes o assunto-tabu, é preponderante e decisivo da qualidade informativa).
É o caso do Centro Intercultural de Documentação (CIDOC), com sede em Cuernavaca (México), fundado em 1966 por Ivan Illich e Valentina Borremans e extinto, por falta de verbas, em 1977.
Por iniciativa de Valentina Borremans, continua a publicar-se (no data em que este relatório está a ser escrito) a colecção de textos «Tecno-Política», onde aparecem testemunhos fundamentais de ensaístas contemporâneos que fazem a análise crítica do sistema que destroi ecossistemas e propõem ecoalternativas realistas à destruição.
No âmbito das «ideias que também são notícia», esta colecção «Tecno-Política» ocupa um lugar de relevo, a considerar como fonte importante de uma mini-agência de informação ecoalternativa.
***